sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Água

Desde que estou grávida tenho tido imensas saudades das férias, do tempo na praia e na piscina. Sinto muito a falta de estar assim dentro de água, a boiar, a nadar, simplesmente a estar lá. Esta noite voltei a sonhar que estava na praia. Deve ser por ter uma criancinha dentro de "água" dentro de mim que faz com que também eu queira estar assim.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Que palavra será? - Um novo desafio!

Depois do desafio das "palavras estrangeiras escritas à polaca", aqui venho lançar um novo desafio. Desta vez, consiste em adivinhar o significado de palavras originariamente polacas. Na língua polaca há uma série de palavras que são compostas por outras palavras, isto é, duas palavras que ditas separadamente têm os seus significados, quando se juntam e formam uma só, têm outro significado. O desafio é descobrir o que significa cada palavra, através das partes que a compõem, como neste exemplo:

Bezdomny
Bez - sem; Dom - casa
logo: Bezdomny = Sem-abrigo

É só pensar um bocadinho, vão ver que não é difícil e até pode ter piada. Atenção que algumas palavras aparecem escritas de forma um bocadinho diferente, não se assustem. Todas são substantivos.
Boa sorte!

Niepokój
Nie - não; Pokój - paz

Poniedziałek
Po - depois, à frente; Niedziela - Domingo

Przedpokój
Przed - antes; Pokój - quarto (sim, esta palavra significa "paz" e "quarto"...)

Samolot
Sam - sozinho, por si só; Lot - vôo

Samochód
Sam - sozinho, por si só; Chodzić - andar

Rajstopy
Raj - paraíso; stopy - pés

Piłkanożna
Piłka - bola; nożna deriva de noga - perna

Stonoga
Sto - cem; noga - perna

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Descoberta

Tive de vir para a Polónia para descobrir que existem comprimidos de Centrum cor-de-rosa...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Tudo ao contrário

Recentemente dei-me conta de duas coisas que aqui estão ao contrário de Portugal e ainda não me tinha apercebido. Só reparei porque ouvi comentários de outras pessoas que por cá passaram nos últimos meses.
A primeira delas são as campainhas nos prédios. Em Portugal, geralmente elas estão de baixo para cima. O r/c, depois o 1º, etc e o último andar aparece por cima de todos os outros. Pois na Polónia é precisamente o contrário! Os andares mais baixos são os primeiros a aparecer em cima. O último andar corresponde à campainha mais baixa. Estranho, não é? É ver os botões das campainhas todos invertidos. E as caixas do correio igual.
A segunda coisa são as portas exteriores dos edifícios. Todas elas abrem ao contrário de Portugal. Em Portugal em regra as portas abrem para dentro. Aqui, as portas abrem todas para fora. Isto por causa do frio e do vento, que às vezes empurra as portas e as abre sem nós querermos. Já não é uma nem duas que eu aqui esbarro contra uma porta porque a tento abrir ao contrário do que é suposto. Tem a sua lógica, mas eu às vezes ainda me esqueço

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Sabem o que significa? - Parte II

Lembram-se do desafio deste post? Volta e meia tenho encontrado mais palavras polacas que à primeira vista parecem estranhas, mas depois quando são lidas em voz alta soam a palavras inglesas ou francesas. Infelizmente, muitas delas vejo e depois esqueço-me.
Aqui deixo novas palavras, as poucas que me lembro agora, para ver quem adivinha o seu significado através da forma como se pronunciam. As regras são as mesmas do outro post:

Ajuda: o ż pronuncia-se como o nosso j; sz pronuncia-se ch; cz pronuncia-se tch; ni pronuncia-se nh. O resto é mesmo como se lê.

Menedżer
Seif
Sos
Strajk
Klaun
Mecz

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Pequenas notas

. A primeira para dizer que hoje está a nevar!!! Já há umas semanas tinha nevado, mas de noite e na manhã seguinte desapareceu tudo. Desde aí, neve nem vê-la. Hoje voltou e já começou a dar um ar de sua graça. Mesmo assim, não vai durar muito tempo, porque dizem que ainda não é a época da neve.

. Estivemos em Madrid há duas semanas, mais ou menos. Viagem que até à última esteve para não se realizar (a viagem a Lisboa entretanto ficou pelo caminho). Foi muito giro, apesar de não termos feito quase nada (mea culpa!...). Foram os primeiros dias em que me senti melhorzita. Há uns dias soube que nessa altura eram os dias de maior risco para a gravidez. Felizmente passaram sem problemas e cá estamos. Uma nota para dizer que o Zé Diogo, apesar de agora ter entrado para a escola, pareceu-me estar a falar muito melhor português do que antes. Curioso. Mas muito bom. Sobre a Maria não tenho nada a dizer, porque iam todos achar que eu sou uma tia ultra-babada, então vou conter-me. Digo apenas que está amorosíssima.

. Ainda não falei aqui do nosso jantar no restaurante português. Já foi há dois meses (!), mas ainda vale a pena falar. Eu já lá tinha ido, mas durante o dia, com uma amiga, e comemos só umas entradas. Desta vez foi jantar a sério. Ficámos no andar de cima (o restaurante não é muito grande, mas tem uma espécie de mezzanine em cima com mais espaço). Estavam lá duas mesas com grupos de portugueses, uns a festejar um aniversário e outros a conviver e a assistir ao último jogo de Portugal no mundial de rugby (ao tempo que isto foi!...). Sim, porque o restaurante tem um lcd grande com SportTv!!! Muito bom. Em dias de jogos aquilo deve estar bem povoado. Bem, mas no que toca a comida... O Stas pediu uma sopa de marisco. Eu à espera de ver um creme de marisco típico, qual quê! Veio um caldo com mariscos e outras coisas a boiar lá dentro. Ou seja, nada a ver com a verdadeira sopa de marisco. Na minha opinião, aquilo é uma versão polaca, porque os polacos fazem muitas sopas assim: um caldo com coisas a boiar. Em seguida, pedimos carne de porco à alentejana e um bitoque. Novamente desilusão. Apesar de aparentarem ser o que são, estavam temperados à maneira polaca! Conclusão: é um restaurante português mas com cozinheiros polacos que quiseram dar o seu toque pessoal à comida. Uma pena, na minha opinião. O espaço está engraçado, o ambiente também, porque se ouve muito português, mas a comida... Temos de lá voltar e provar outras coisas diferentes.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Esclarecimento

Peço desculpa a todos os leitores do blog por tão prolongada ausência. Como a maioria de vós já sabe, tenho andado muito ocupada com algumas indisposições físicas provocadas por alguém que tem imensa vontade de se mostrar ao mundo. Ainda nem 2cm deve ter e já dá um ar de sua graça a perturbar o funcionamento normal da família.
Por isso, assim que for possível, voltarei em força e certamente com muitas novidades. É preciso é ter paciência!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Um fim de semana de passeio

Há uns dois ou três fins-de-semana decidimos deixar a confusão da casa e ir passear por aí. Sabíamos mais ou menos para onde íamos, mas decidimos inventar nos caminhos e acabámos por visitar também outros sítios que não contávamos.
Inicialmente fomos pelo parque nacional Kampinos, um parque enorme a noroeste de Varsóvia, com cerca de 38 hectares. É muito bonito, tem imensos caminhos por onde se pode andar a pé, de bicicleta, outros de carro, onde se podem fazer piqueniques, etc. Eu gosto muito deste parque, até porque há uns anos, quando estive em Wiersze (uma aldeia no meio deste parque) fartámo-nos de passear por lá.
Desta vez passámos por um cemitério de guerra onde também já tinha estado antes. Ali, naquelas matas, os alemães nazis mataram montes de polacos em segredo. Claro que as pessoas que moravam para aqueles lados íam-se apercebendo de algumas coisas, mas não diziam nada, com medo de serem também mortas. Mais tarde foi graças a elas que se descobriram as sepulturas. Porque os alemães (e penso que os russos em Katyń e outros locais também fizeram o mesmo) depois de enterrarem as pessoas, plantavam árvores por cima, para ninguém as descobrir. Quando se abriram as valas, alguns corpos foram identificados outros não. No actual cemitério aparecem algumas referências. Por exemplo, encontram-se lá políticos, jornalistas, escuteiros (os escuteiros tiveram um papel relevante na guerra, porque lutaram muito. Acho que não têm muito a ver com o conceito de escuteiro que nós temos hoje em dia), atletas, cientistas, etc. Judeus também, o cemitério assinala cada pessoa, mesmo que anónima, com uma cruz, mas alguns aparecem com a estrela de David. Esta
imagem é de uma placa que se encontra na entrada do cemitério e diz: «É fácil falar da Polónia. Mais difícil trabalhar para ela. Ainda mais difícil por ela morrer. E dificílimo por ela sofrer.» Acho que nesta floresta de Kampinos se escondiam os membros do exército nacional clandestino.
Depois de passarmos por Kampinos, fomos andando pela margem do Vístula e atravessámo-lo mais à frente. Fomos a uma aldeia que tem uma igreja românica que dizem ser muito bonita, mas havia um casamento e praticamente não a vimos. Mas vimos a paisagem, que é muito bonita. Apesar da maioria das árvores ainda estarem verdes, já se começam a ver algumas com as cores típicas de outono, super bonitas.
Nesta altura do passeio, já estávamos a morrer de fome. Começámos a procurar uma tasca qualquer ou um café à beira da estrada para comer alguma coisita. Só que há um pequeno pormenor... Isto não é Portugal, a moda dos cafés não chegou aqui. Então andámos quilómetros sem encontrar nada. Por fim, nessa aldeia onde há a igreja românica, que supostamente é um local turístico, perguntámos onde se podia comer. Achámos que passando por ali tanta gente, devia haver um cafézito. Qual quê! Disseram-nos que só havia uma tasca manhosa. Chegámos lá, aquilo era tipo taberna. Homens a beber cerveja e a ver numa televisão pequena um filme com um atraso brutal entre a imagem e o som. No balcão, uma mulher com ar de taberneira a dizer que não havia praticamente nada para comer. Por fim lá conseguimos arranjar alguma coisa, mas... Já não esperávamos grande coisa. Foi melhor que nada. E depois disto lá continuámos o nosso passeio.
Nesta altura já íamos em direcção a Varsóvia, quando decidimos fazer um pequeno desvio e ir ver as defesas de Modlin. Estas defesas foram construídas penso que no século XIX, incialmente não pelos polacos, pois nessa altura a Polónia estava dividida. Mais tarde, quando a nação se voltou a reconstituir, os polacos melhoraram estas instalações, construiram bunkers e outras defesas. É muito engraçado. Entretanto, a maioria dos edifícios desta fortaleza foram desactivados, só alguns continuam a pertencer ao exército. Penso que talvez tenham sido os comunistas (eles adoravam fazer isto) que adaptaram vários desses edifícios para habitação. Então esta pequena vila é muito engraçada, porque mistura a parte que antigamente foi militar com casas normais. Então parece quase aquelas vilas que ficam dentro das muralhas de um castelo, só que esta é dentro da fortaleza. Ainda tentámos subir ao topo de uma torre que dava para ver tudo muito bem, mas chegámos à hora de fechar. Teve de ficar para outra altura. Durante a IIª Guerra Mundial, diz que esta foi uma das últimas fortalezas a capitular. Aqui vão algumas fotos com descrição:















A vista de um dos antigos edifícios da fortaleza, agora abandonado.



















Um pormenor do edifício anterior: o letreiro branco assinala a entrada para um dos vários bunkers que se encontram a toda a volta.















Aqui encontram-se várias construções como esta, escondidas em pequenos montes. Esta não sei ao certo o que seria, mas algumas eram armazéns e esconderijos.















Um dos antigos prédios militares que agora está dividido em vários apartamentos onde vivem famílias. Os comunistas fizeram isto com imensos prédios antigos, sobretudo casas senhoriais e coisas do estilo. Criaram apartamentos minúsculos, muitas vezes com casas de banho comuns para todo o andar. As parvoíces dos comunas!... Estas casas não sei como eram por dentro, mas não tinham ar de ser tão más.















Aqui o local onde os militares se reuniam. Hoje pareceu-nos que é um local onde se organizam festas. Neste dia havia lá um casamento qualquer.

Estas defesas de Modlin são um sítio engraçado que vale a pena visitar com mais tempo.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Katyń

No dia 17 de Setembro estreou na Polónia, com grande cobertura da comunicação social, o mais recente filme do realizador Andrzej Wajda. Chama-se Katyń. Neste sábado fui vê-lo e devo dizer que é dos melhores que eu já vi.
A história de Katyń não é muito feliz. Katyń é o nome de uma floresta russa, perto de Smolensk, que fica a uns 400km de Moscovo. Neste local deu-se uma das maiores atrocidades da IIª Guerra Mundial perpetrada pelo exército russo.
No dia 17 de Setembro de 1939 (daí a data da estreia ser este dia), os russos atacaram a Polónia, ataque este combinado com o exército nazi. O exército polaco lutou, mas ao ver-se encurralado começou a perder. Durante muito tempo, os polacos esperavam a ajuda de França e do Reino Unido, que nunca chegou, tendo a Polónia ficado à mercê dos que a atacavam. Milhares de militares polacos foram feitos prisioneiros de guerra, uns confiados à guarda dos alemães, e outros à dos russos. Os que foram levados pelos alemães acabaram por ser libertados. Os que foram levados pelos russos tiveram uma sorte um pouco diferente. Estiveram vários meses num campo de prisioneiros de guerra onde esperavam ansiosamente a libertação. A partir de certa altura, todos os dias os militares russos levavam cerca de 200 polacos para a suposta liberdade. Estes polacos não eram apenas militares, havia também engenheiros, professores, escritores, artistas e toda a espécia de intelectuais. Os primeiros a sairem foram os militares de altas patentes. Todos eles foram levados para a floresta de Katyń onde foram assassinados com um tiro na parte de trás da cabeça e enterrados em valas comuns. Eram cerca de 20.000.
Um ano depois, os alemães - que entretanto já tinham quebrado o seu pacto com a Rússia - chegaram até esta região e descobriram as valas comuns com dezenas de milhares de cadáveres de soldados polacos. Num acto de propaganda anti-soviética, levaram até ao local uma equipa de peritos que incluia médicos dos países aliados e da Suíça para analisarem os corpos. Concluiu-se o óbvio: que o exército russo tinha assassinado 20mil prisioneiros de guerra. Só nesta altura os polacos puderam saber o que tinha acontecido aos seus familiares que andavam desaparecidos há quase dois anos. Foi o maior massacre de polacos de toda a guerra.
Entretanto, os russos voltaram a ganhar terreno e os alemães acabaram por perder a guerra. Nesta altura, quando os soviéticos voltaram a Katyń, levaram lá uma nova equipa de peritos (os seus peritos...) que disse que os corpos tinham sido mortos em 1941, ou seja, durante a ocupação nazi daquela região. Logo, a culpa foi dos alemães. No entanto, os polacos bem sabiam de quem era a culpa. Entretanto instalou-se o regime comunista na Polónia e quem quer que dissesse que Katyń tinha sido obra dos russos, era imediatamente levado pela polícia. Durante 50 anos não se pôde falar deste tema.
Gorbachev entretanto admitiu que este massacre tinha sido feito pelo exército soviético e vários documentos que lhe dizem respeito foram entregues ao governo polaco. No entanto, a Rússia recusa qualquer culpa, pois quer proteger alguns dos intervenientes neste crime que ainda estão vivos. O presidente Putin não tem grande interesse em falar no assunto. Ainda agora o presidente da Polónia esteve no memorial de Katyń a lembrar o sucedido e nenhuma delegação da Rússia esteve sequer presente. Pelos vistos, Katyń é ainda uma pedra no sapato.
Agora que já situei no contexto, posso falar do filme. O pai do realizador Andrzej Wajda foi um dos que morreu em Katyń, daí o seu interesse em fazer este filme. Para tal, inspirou-se não só na vida da sua família, mas também num livro chamado Post Mortem, escrito por um homem que conseguiu fugir e não morreu na floresta. Em geral, os militares não fugiram do campo onde estavam porque achavam que iam ser libertados, visto terem o estatuto de prisioneiros de guerra. Enganaram-se. O filme está extremamente bem feito, mostra um lado da guerra que eu desconhecida e sobretudo mostra como as famílias polacas viviam a ausência dos seus entes queridos e os esperavam, mesmo quando não havia qualquer tipo de esperança. Não é o típico filme de guerra, que se concentra só no massacre, mas mostra diferentes perspectivas. Mostra também como no comunismo se castigavam os que diziam que Katyń tinha sido em 1940, logo, da autoria dos soviéticos.
É um filme falado em três línguas (não é à la Hollywood, em que todos falam inglês): em polaco, em alemão e russo (com legendas, claro). Felizmente percebi a maioria do filme e o que não percebia, perguntei. Não é um filme super assustador, como aqueles que mostram Auschwitz ou outras coisas do estilo. Na minha opinião é um filme muito bom. Para os polacos, é mostrar uma realidade que até há poucos anos não se podia falar. Termino apenas dizendo que vi o filme numa sala enorme, tipo S. Jorge, muito boa. Estava cheia. Quando o filme acabou foi arrepiante. Não se ouvia uma palavra na sala. Nem pipocas, nem porcarias do estilo, nem comentários. Acho que as pessoas ainda estavam em choque.
Sei que este filme não vai passar na Rússia de certeza, por ser muito incómodo, mas se ele pudesse passar em outros países da Europa, até em Portugal, acho que valia muito a pena.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

As nossas vinhas

Conforme o prometido, aqui deixo duas fotos da vinha da minha varanda. Pelo que vi, acho que isto é vinha mesmo a sério. Como as paredes da varanda também foram pintadas, ela teve de ser toda tirada e voltada a colocar. Claro que não ficou tão bem como estava antes, mas imagino que no próximo Verão esteja mais bonita - Isto é, se eu a regar, claro, porque tenho uma certa tendência para matar as plantas da varanda. Se se observar com cuidado a segunda foto, em que as duas vinhas se cruzam, percebe-se que a segunda tem algumas folhas castanhas e isto não é qualidade especial, é seco mesmo!!
O resto da varanda mostro noutra altura, porque ainda está um bocado desarrumado e as plantas com um ar tipo mato. Neste momento está lá a bater um solinho muito agradável. À tarde é que dá mais, ficam a cozinha e a sala super iluminadas, é muito giro. Ontem é que esteve mais frescote e pela primeira vez custou-me um bocado estar de t-shirt na varanda (é o que eu digo, um microclima muito especial, que eu posso estar de camisola e casaco na rua, mas ali aguento de t-shirt). Já se sentia frio. Mas hoje está um dia lindo, graças a Deus. Em casa já temos o aquecimento central ligado. Como já disse num post muito anterior, o aquecimento central aqui em geral é um serviço municipal, então não somos nós que decidimos quando o ligamos ou não. Cabe a cada condomínio gerir isto. No nosso caso, esta semana apareceu uma circular na porta do prédio a dizer que iam ligar o aquecimento a partir de dia tal. Ainda não está muito quente, acho que está no mínimo. Mas é muito agradável. Sei, quem me dera que aqui estivessem os 30ºC de Madrid, mas infelizmente à noite podemos ter temperaturas tipo 7ºC... Por isso, é super agradável ter este ambiente quentinho em casa e andar à vontade. Mas pronto, durante o dia não se anda mal. Há dias e dias e hoje está um bom dia.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Ora esta...

Há quem se dê ao luxo de passar um dia num avião só para estar quatro horas na Polónia.
Mas isto não se faz, fazer visitas sem avisar, sobretudo quando temos a casa toda de pantanas!... ;)

Visita guiada

Ainda não tive coragem para tirar nenhuma foto à casa e postar aqui. No entanto, vou tentar fazer uma pequena descrição para poderem imaginar à vossa vontade.

A sala: Já tem sofás, um sistema de som brutal que o Stas comprou há uns anos e já trasladou aqui para casa. Já o estreámos aqui a ver um filme, é muito porreiro. Claro que agora enquanto estou em casa já vou podendo "musicá-la" à vontade. Bem, mas voltando aos sofás... Um deles não dá para ninguém se sentar, porque tem em cima uma gaveta de um armário da cozinha, montes de sacos vazios (sei lá eu porquê!...), auriculares e uma infinidade de coisinhas que vão acabando por ficar ali, como quem não quer a coisa. O outro sofá dá para sentar, porque a maioria da tralha que tem em cima está ou nos apoios para os braços, ou em cima do encosto das costas. Para além disto, nesta sala encontram-se também uma infinidade de fios e cabos: o modem da internet (ainda não comprámos o router para ter wireless), uma torradeira e uma chaleira eléctrica (estão no chão ao pé de uma tomada, porque na cozinha ainda não temos tomadas), uma extensão que liga uma destas tomadas à cozinha e ainda o ferro de engomar. Sim, porque a sala agora virou rouparia (graças à aparelhagem, porque se estivesse noutro sítio não dava para ouvir nada de jeito). Ou seja, está um verdadeiro caos.

A cozinha: Tem os armários todos no sítio, apesar de só três terem maçanetas. Neste momento tem o frigorífico fora do sítio, porque estivemos a trocar a abertura das portas e ainda não ficou totalmente bem. E, claro, enquanto não se arranja, vai ficando por ali. O balcão da cozinha está cheio de coisas também. Mesmo assim, é uma das poucas divisões da casa que está quase ideal. Gosto desta cozinha, apesar de ser minúscula. Ainda faltam alguns detalhes, mas está minimamente funcional.

O corredor: Falta pôr a porta do bengaleiro e limpá-lo. Falta também tirar uma série de tralha das obras que ficou escondida em alguns armários. Mas isso...

O quarto das visitas: Para esquecer! Já conseguimos esvaziar algumas malas e quase algumas caixas. Mesmo assim, ainda tem muita porcaria embalada a precisar de ser arrumada. Era lá que funcionava a rouparia, até a aparelhagem ter vindo para cá.

O nosso quarto: Deve ser a divisão mais arrumadinha. Ontem tentámos colocar umas cortinas que comprámos, porque os estores que temos deixam entrar imensa luz (e já aqui comentei várias vezes como o sol nasce cedo nesta parte do globo). Missão mais ou menos cumprida, porque ainda temos de dar uns retoques. Mas, aparte disso, está tudo bonitinho. A minha menina dos olhos é um tapetinho pequeno tipo Arraiolos que está entre a cama e o roupeiro. Super giro.

As casas de banho: Sim, plural, porque na Polónia costumam separar a retrete do resto. Vá-se lá saber porquê! Mas assim que for possível, a nossa ideia é juntar tudo. As casas de banho não foram praticamente alteradas, só pintámos o tecto (e limpámos tudo, claro está). Ainda não estão ideais - um dos lavatórios não funciona bem e um armário que aproveitámos da anterior proprietária ainda precisa de ser arrumado de metade para baixo.

Basicamente, fica-se com a sensação que desde que chegámos ainda não fizemos nada. Mas não é assim, isto aos poucos vai andando. Estamos a tentar encontrar o nosso ritmo de funcionamento normal. A nível de refeições conseguimos ter um ritmo muito português. Ah, e sopa também, graças a Deus!

Uma nota final para contar apenas um dos muitos milagres que aconteceram por altura do casamento. Um tio e primos do Stas que vieram de carro ofereceram-se para levar algumas malas e coisas nossas. Entregámos-lhes todas as coisas frágeis que tínhamos para trazer para cá. A certa altura da viagem de regresso, um carro à frente deles começa a rodopiar e despista-se e eles acabam por também chocar contra o separador central, numa tentativa de evitar o choque com esse carro. Perderam um dia de viagem a tentar arranjar o carro. Apesar de todas estas vicissitudes, as nossas bagagens chegaram todas impecáveis, sem nenhum risco nem nada. Incrível! Graças a Deus eles ficaram todos bem, não se magoaram nem nada. Só o carro ficou um bocadinho mal.

É este o nosso ponto da situação. Para a semana vou à imigração inscrever-me como residente e tenho também de ir às finanças. Burocracias necessárias, mais que não seja porque (aqui vai a novidade para os que não sabem ainda) vou começar a dar aulas de português em Outubro e preciso destes dados para me pagarem. Ah pois é! Com esta me vou porque, como acabaram de perceber, há muito que fazer por estes lados. Boa sorte para mim mesma!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Microclima

A minha varanda tem uma espécie de microclima. Está frescote na rua, mas lá consigo estar de t-shirt. Ao mesmo tempo, a vinha virgem que tenho nas paredes da varanda está metade com cores outonais e metade bem verdinha. Tem piada, esta varanda.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Regresso

Com dois dias de atraso, cá venho eu voltar a dar vida a este blog. Algumas pessoas tinham perguntado se eu iria continuar a escrever aqui, mas é claro que vou! Há ainda muitas coisas para descobrir por estes lados.
Saí de Portugal com um lindo dia de calor, toda à fresquinha, e mal cheguei aqui apanhei logo com o frio. Tive de me vestir com pelo menos mais uma peça de roupa do que tinha. Mas, menos mal, o céu estava azul e o dia parecia bom. Tudo uma ilusão. A partir da tarde do dia seguinte, o céu encheu-se de nuvens e tem estado um tempo bem chato. Hoje choveu o dia todo e na rua está fresco. Andei a vasculhar as mil caixas que tenho espalhadas pelo quarto das visitas (ninguém pense visitar-nos agora!!!) à procura de meias (!) e de um casaco mais quentinho para andar na rua (à noite arrefece imenso).
Bem, mas talvez por ter tantas coisas para fazer em casa, não me sinto nada deprimida com este tempo. Aliás, mal tenho tempo para olhar para a janela. Há mil coisas para arrumar, pôr em ordem, limpar, etc. Pouco a pouco lá se vai conseguindo. Depois há aquelas coisas de bricolage essenciais que ainda estão para fazer, como por exemplo, colocar os puxadores nos armários da cozinha. Imaginem que na vossa cozinha não havia puxadores. É a coisa mais chata que há. Agora imaginem que tinham de organizar uma cozinha nestas condições. O que vale é que isto até tem piada e não me chateia nada. Há que ter bom humor!
De resto, tudo normal. Os quase 2 meses que passei em Portugal passaram num instante e agora já cá estou outra vez. O regresso no natal está garantido. Antes disso, ainda vamos ver. E quanto às visitas... Podem começar já a marcar as viagens!!! Dêem-nos só umas duas semanitas para não se assustarem com a casa...

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Programinhas

Esta semana, para aliviar das confusões com a casa e afins, fiz dois programinhas que vale a pena partilhar. Num dos dias fomos ao cinema. Queriamos ver o Shrek na versão original, mas chegámos à conclusão que não há em parte nenhuma... Num rasgo de coragem, também para treinar os meus conhecimentos, decidi arriscar e ir ver a versão polaca do filme! Confesso que não foi tão mau quanto pensei e até consegui perceber muitas coisas. Claro que tive de ter "tradução simultânea" para algumas partes, mas em geral não foi assim tão mau.
Outro programa interessante foi ir ver uma exposição que está cá no museu nacional sobre o pintor Alfons Mucha. Devo dizer que adorei. O senhor até faz umas coisas engraçadas. As pinturas dele estão cheias de pormenores decorativos super interessantes. Ele tem um estilo muito giro e de certo modo também variado. Fiquei surpreendida, depois de ver uma série de pinturas dele todas no mesmo estilo (como esta imagem aqui ao lado) e de repente aparecerem outras que não tinham nada a ver, mas também interessantes. Andava há semanas para lá ir e já estava mesmo a ver que não ia conseguir. Afinal, apesar dos últimos dias aqui estarem péssimos, com uns vendavais indescritíveis e briole, lá me decidi pôr nas pernas e ir. A exposição estava cheia de gente, por acaso não imaginei que pudesse estar assim. E no fim, a lojinha de souvenirs também cheia; toda a gente queria comprar livros, postais, posters, etc, do Alfons Mucha. Se algum dia esta exposição estiver em Lisboa, recomendo vivamente.

Para finalizar, umas últimas fotos de Varsóvia:















O monumento que actualmente se encontra naquela que foi entrada do gueto de Varsóvia. Tem placas com inscrições em polaco, inglês e hebraico (acho).















Muito perto da entrada do gueto, um monumento que simboliza uma linha de comboio com um vagão cheio de cruzes, alusivo à deportação dos judeus. Devo dizer que cada vez que vejo um comboio com vagões de carga aqui é das coisas mais arrepiantes. Claro que sei que aquilo não tem nada de mal, mas só a mais pequena lembrança do que aquilo significou para tanta gente... é mesmo assustador. Sobretudo noutro dia, tivemos uma aventura espetacular: regressávamos do ikea com o carro com três coisas bem volumosas e pesadas que o enchiam completamente e... tivemos um furo!! Um buraco imbecil na estrada secundária por onde atalhamos sempre lixou-nos o resto do dia. Ficámos sei lá quanto tempo parados. Descarregar o carro, tratar do pneu que não queria de maneira nenhuma sair, a trovoada a começar, etc, etc. Tudo isto para dizer que estavamos perto de uma linha de comboios. Passaram vários, mas a certa altura passou um de carga... Naquele momento imaginei como seria durante o tempo da ocupação nazi - tinha o cenário muito dramático: era de noite, o céu todo nublado, viam-se alguns relâmpagos e de repente começou a chover, num sítio onde quase não há nada... Dá que pensar!! Bem, mas continuando...







































Descobri um sítio em Varsóvia, no centro (claro) onde estamos a 945km de Helsínquia, 647km de Copenhaga, 1065km de Oslo, 2771km de Reykjavik, 808km de Estocolmo, 1606km de Atenas, 826km de Belgrado, 545km de Budapeste (tenho de lá ir um dia), 948km de Bucareste, 1318km de Roma, 1073km de Sofia, 518km de Praga (também gostava de conhecer), 1213k de Tirana, 665km de Viena, 1122km de Moscovo, 518km de Berlin, 1126km de Berna, 1122km de Bruxelas, 1824km de Dublin, 2633km de LISBOA!!!!! (dizem eles, o viamichelin.com diz que são 3000...), 1444km de Londres, 1080km do Luxemburgo, 2287km de Madrid e 1365km de Paris.
Tirando o facto do monumento ser muito ranhoso, está com piada. Sobretudo o facto de Lisboa aparecer antes de Madrid!!! :)

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Varsóvia no telemóvel

Já muito perto de fechar este blog para férias, decidi deixar aqui algumas fotos que nos últimos tempos tirei com o telemóvel por aqui e por ali.
















Durante a visita da minha mãe conseguimos apanhar as quatro estações num dia. De manhã imenso calor, à tarde uma chuvada indescritível e à noite apanhámos granizo! Esta foto foi uma tentativa frustrada de captar o momento da "granizada".
Eu, que dizia que aqui quase nunca trovejava, apanhei a maior surpresa da minha vida ao ver que esta época do ano é a época das trovoadas! Calor imenso, seguido de chuvada torrencial, seguido de novamente calor e novamente chuva. A certa altura a pessoa começa a familiarizar-se com os relâmpagos. O melhor de tudo foi no domingo passado, quando decidimos ir ao Ikea comprar alguns móveis. Estava um dia bom. Quando finalmente tinhamos dois carrinhos atulhados de caixas e nos preparamos para sair estava a cair uma chovada brutal! Lá tivemos de ficar à espera que passasse para podermos carregar o carro. Ainda a propósito de chuva, esta semana apanhei a maior molha dos últimos tempos. Quem manda sair sem guarda chuva? O S. Pedro goza mesmo com o pessoal aqui...















Outra que se vê um bocado mal... Trata-se de um pequeno oratório no meio do campo. Aqui na Polónia há milhares de coisas destas. Mesmo no meio de Varsóvia encontram-se cruzes grandes ou oratórios com alguma imagem de Nossa Senhora, enfeitados com fitinhas (como era suposto ver-se na imagem, mas...), com flores, velas, etc. Sobretudo estes que estão no meio do campo estão muito bem arranjados e são super giros. Esta foto foi tirada do carro a caminho de Poznań.















Tirada do autocarro, na viagem de regresso a casa depois de uma aula de polaco. Um prédio bonito, de estilo antigo (claro que na prática a gente sabe que isto é uma reconstrução... mesmo assim, já tem uns bons anitos).















Os cartazes da marca Reserved de que falei num post. A famosa publicidade "With love from Lisbon". Os sacos da loja para esta época tinham todos esta imagem.















Estas duas fotos são pormenores da mesma casa. Fica relativamente perto da casa onde estou agora. É uma casa que não foi reconstruída e ainda guarda bastantes marcas da guerra, buracos de balas, etc. Em algumas zonas ainda é possível encontrar casas assim, mas na generalidade estão bem escondidas.




































A rua mais "fofinha" de Varsóvia... Rua do Winnie the Pooh! Está espetacular esta placa (só é pena a parede toda suja).















Esta foto foi tirada em andamento (mais uma vez no autocarro) por isso as colunas parecem tortas. Mas não estão, isto está tudo muito direitinho. Este edifício é actualmente o Ministério da Educação. Tirei esta foto porque durante o tempo da guerra era aqui a sede da Gestapo em Varsóvia. A foto não causa assim grande impacto. Mas se algum dia vierem cá e estiverem parados diante deste portão sabendo o que isto foi, de certeza que se vão sentir arrepiados. É uma coisa mesmo assustadora.

Tenho andado a ler o meu livro de história da Polónia muito devagarinho, ainda sei pouca coisa. O que sei tenho-o ouvido da boca das pessoas, sobretudo pequenos testemunhos de pessoas mais velhas, seja do tempo da guerra, seja do tempo do comunismo. Coisas realmente impressionantes, que são apenas uma gotinha de água de um grande oceano. Nós de facto não temos noção de muitas coisas. Podemos dizer que fomos muito privilegiados. Apesar de haver queixas "ah, e tal, o Estado Novo, etc", nada se compara ao que os polacos tiveram de apanhar com o comunismo. De maneira nenhuma. Nem eu consigo imaginar o que seria viver com senhas de racionamento, com filas de horas para conseguir comprar alguma coisa, com lojas sem nada nas prateleiras, com manifestações obrigatórias no 1º de Maio (ai de quem não fosse!...), com um grande controle de todas as actividades, com represálias para quem tivesse bons cargos no trabalho e não pertencesse ao partido, etc, etc. Enfim, nem eu sei da missa a metade. Mas do pouco que vou ouvindo, sinceramente dou muitas graças a Deus por ter nascido e vivido em Portugal. Por outro lado, tudo isto deu aos polacos um espírito de entreajuda muito grande. Isso vê-se no dia-a-dia, nas situações mais comuns, como nos transportes, toda a gente oferece o lugar aos mais velhos, às grávidas, a alguém que esteja com uma criança; ou mesmo em casa de alguém, querem sempre oferecer-nos o melhor. São muito simples e muito acolhedores. Em geral as pessoas estão sempre dispostas a ajudar. Quem diz estas situações diz muitas outras. Mas de facto isto é algo que eu nunca vi muito nos portugueses (apesar dos portugueses serem muito hospitaleiros, os polacos conseguem sê-lo de uma forma mais natural, sem querer "mostrar" que são bons acolhedores e que fazem coisas boas para nós; é algo que lhes sai com muita naturalidade). Se calhar porque os polacos têm menos preconceitos e respeitos humanos (bem, pelo menos por enquanto). Mas que ninguém tenha dúvidas, sou 100% portuguesa e gosto muito dos portugueses!

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Sabem o que significa?

Já aqui falei de palavras polacas que são parecidas a palavras portuguesas.
Agora queria mostrar algumas palavras estrangeiras que foram alteradas de acordo com a fonética polaca.
Vamos ver quem adivinha o significado de cada uma (não são muito difíceis, mas é preciso conhcer alguma fonética polaca):

Biznesmen
Szekspir
Czajkowski
Abażur
Skaner
Makijaż
Koniak
Czat
Dżem
Biżuteria

Ajuda: o ż pronuncia-se como o nosso j; sz pronuncia-se ch; cz pronuncia-se tch; ni pronuncia-se nh. O resto é mesmo como se lê.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Retratos de Poznań

Há umas semanas passei um sábado em Poznań. É uma cidade que fica a uns 300km de Varsóvia, na região da Wielkopolska, traduzida literalmente por Grande Polónia. A viagem para lá é a maior seca que existe, porque há só um bocado de auto-estrada, depois o resto são estradecas que não têm muito a ver com aquelas estradas nacionais que já aqui falei. Chegámos a andar sei lá quantos quilómetros em rectas estreitinhas sem nada de um lado e do outro. E a auto-estrada... Óptima, mas uma roubalheira. Pagámos 22zl de cada vez que lá andámos, o que corresponde mais ou menos a uns 5/6 euros.
Poznań não pode ser comparada a Varsóvia no sentido em que não foi tão destruída durante a guerra. Aliás, penso que nenhuma outra cidade foi tão destruida como Varsóvia. Então, em Poznań há muitas casas antigas e coisas com piada. Infelizmente, em Varsóvia a maioria das coisas antigas são reconstruções. Em Poznań não. Claro que há coisas restauradas, mas a maioria vê-se que é mesmo antiga.
Os habitantes de Poznań têm uma espécie de aversão aos de Varsóvia. São rivalidades futebolísticas, mas não só. Mas, claro, no fundo são todos muito amiguinhos ;).
Aqui vão algumas fotos da viagem:















As longas estradas secundárias por onde andámos a fugir ao trânsito.















Uma cidade onde chocam o estilo antigo com o mau gosto dos anos do comunismo.



















A catedral de Poznań.















O altar da catedral é muito bonito. Aliás, toda ela por dentro é muito bonita. Infelizmente quase que correram connosco lá de dentro porque queriam fechar, então não deu para ver muito. Aqui estão sepultados os primeiros reis polacos.















Pormenor do altar mor. Gostei imenso deste tríptico ou escultura, ou lá o que é. São só mulheres.















Uma casa antiga algures lá no meio da cidade.




















A Câmara Municipal. Um edifício espetacular situado no centro da praça central da cidade. Há uma hora qualquer todos os dias (talvez o meio-dia, já não me lembro) em que as pessoas se concentram aqui a olhar para o relógio da CM porque a essa hora abre-se uma portinha e sai um animal qualquer (tipo relógio de cucu, mas em tamanho grande e só uma vez por dia). Não foi à hora a que eu lá estive.















Vista da praça central da cidade. Neste dia havia uma festa dedicada às crianças, com representações de índios e cowboys. Aproveito para dizer que os polacos adoram festas e nesta altura do ano é vê-las por toda a parte. Sobretudo aquilo a que eles chamam "piknik". Há imensos piknik temáticos, que se fazem em grandes espaços abertos (parques, praças, etc), onde há música, comes e bebes, barraquinhas com artesanato e outras coisas do estilo, etc. Os temáticos que eu já vi foram: piknik da matemática, piknik mães e filhos, piknik cultural, piknik com espetáculo de aviões e mais outros quaisquer que não me lembro.















Os polacos também gostam de bola. Neste dia havia jogos das selecções. Já não me lembro contra quem jogou a Polónia nem Portugal (seria com a Bélgica?). Cada vez que havia um golo, era ouvir a praça toda aos berros. Cada esplanada tinha a sua televisão e estavam todos colados a ver o jogo. A Polónia ganhou o jogo e Portugal também.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Coisas...

...que há em Portugal e bem poderiam existir na Polónia:
- Cerelac (claro);
- Clusters de amêndoa;
- Variedade de sumos de frutas;
- Rede de telemóvel no metro;
- Praias a menos de 300km;
- Multibancos sem taxas e com muitas opções;
- Água potável nas torneiras;
- Auto-estradas;
- Restaurantes onde se possa comer depois das 22h;
- A família e os amigos.

Coisas que há na Polónia e bem poderiam existir em Portugal:
- Chocolates Prince Polo;
- Pączki;
- Aquecimento central;
- Bancos abertos até às 19h;
- Transportes públicos a funcionar relativamente bem;
- Muitos padres, a maioria jovens;
- Estradas nacionais bem arranjadas;
- Parques e mais parques, e mais parques;
- A nova família e os novos amigos.

(lista a ser continuada nos próximos tempos...)

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Breves notas publicitárias

Depois de um breve fim-de-semana em Roma (do qual falarei assim que tiver comigo as fotos), seguem-se duas breves notas sobre marcas na Polónia.

- Os chocolates da marca Ferrero - Mon Chéri, Ferrero Rocher, etc - vendem-se durante todo o ano. Aqui não há aqueles anúncios mais velhos que a sé de Braga a dizer que agora já não se encontram à venda estes chocolates, porque o calor poderia alterá-los. Aqui, o calor fica a alterá-los durante o tempo quente (que já começou, apesar de hoje ter refrescado um pouco, graças a Deus).

- Mal cheguei, reparei logo que a marca Organics aqui chama-se Sunsilk (à semelhança de outros países da Europa). Mas para além disso noutro dia fiquei surpreendida ao ver um cartaz enorme à entrada de um hipermercado com um cachorrinho à la Scottex a publicitar uma marca de papel higiénico! O logo da marca não é igual à Scottex, mas o animalzinho sim. Porque será que duas empresas da mesma área resolvem recorrer a cachorrinhos para publicitar os seus produtos? Até porque nunca vi nenhum cão a usar papel higiénico, nem lenços, nem nada (bem que os donos poderiam aprender a limpar as porcarias deles do meio da rua, mas... isso é outra história que desenvolverei quando falar de Roma... infelizmente).

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Wilanów

Reconhecem esta foto? Há uns meses publiquei uma muito parecida aqui neste blog. A diferença é que a anterior foi tirada num dia de chuva e esta num dia de muito sol. Foi um dos primeiros dias quentes aqui. Felizmente desde este dia o calor tem-se mantido. Neste dia fomos passear nos jardins do palácio de Wilanów (diz que este nome pode ter vindo do latim Villa Nova, mas... quem sabe!). São uns jardins muito bonitos e agradáveis. Só é chato que se tem de pagar para entrar. É um sítio tipicamente turístico, mas giro. Neste dia estava cheio de gente a passear, como aliás em todos estes dias em que está calor. É ver gente aos magotes em tudo quanto é jardim, parque, espaço verde, etc. E as bicicletas, nem contá-las! É impossível! Bem, o mais ridículo foi ver - não em Wilanów, atenção! - pessoas de fato de banho ou outros trajes menores a apanhar sol... Sem comentários! Ah, e para além disto comecei a perceber que os polacos são mesmo fãs de solários. Já há muito tempo que tinha reparado que não há instituto de beleza que não tenha solarium. Um exagero, mesmo. Bem, mas nunca dei grande importância a isto. Agora, quando começo a ver no metro, na rua, etc, pessoas (sobretudo mulheres) polaquíssimas e morenaças, não enganam ninguém!! Aquilo é uma overdose de solarium! Indescritível!
Mudando de tema, este fim de semana estivemos numas termas a sul de Varsóvia. Um sítio muito interessante. É a terra dos ricalhaços, com grandes casarões e tal. Nesse dia em que lá fomos havia uma espécie de festa, sabe-se lá de quê. No meio de um parque estava uma pequena orquestra a tocar música e à frente deles um estrado grande de madeira onde as pessoas podiam dançar. Já comentei aqui a relação dos polacos com a dança? Pois aqui, quem não sabe dançar, não é nada (ok, se calhar exagerei um bocadinho, mas é mais ou menos isto). Homem que é homem deve saber dançar bem! Então ali era ver os parzinhos todos, sobretudo gente já idosa, a dançar na maior descontração, por entre o verde verdíssimo que se vê nesta altura do ano em toda a parte. Até era agradável estar a passear por ali e ir ouvindo a banda a tocar. As termas ficavam ali perto. Nós fomos a um sítio ao ar livre onde eram lançados uns vapores de água salgada (ou lá o que era) que fazem muito bem sobretudo ao aparelho respiratório (a outras coisas também, mas sinceramente já não me lembro...). Lá havia uns banquinhos para quem quisesse ficar ali a ler, a conversar, a dormir, sei lá. Havia várias famílias com criancinhas, pessoas mais velhas, algumas pessoas com deficiência, tudo para respirar aquele ar tão puro. O sítio tem piada, porque está envolto por uns grandes muros de madeira cheios de ramos secos de árvore que fazem qualquer coisa àquele ar, tipo, devem concentrá-lo mais ou algo do estilo. Como já disse, não percebo nada destas coisas, por isso não sei explicar. Mas é muito giro, vale a pena visitar. Só não tenho é fotos de lá (alguém há-de ter, mas não eu. Vou ver se peço). As fotos que aparecem neste post são todas de Wilanów.
Entretanto, um pormenor engraçado. Ultimamente tem-me acontecido ir na rua e de repente ver alguém que me parece conhecido - alguém português, entenda-se. Só ao fim de uns segudos os meus neurónios se decidem lembrar que estou em Varsóvia e a probabilidade de ver essas pessoas no meio da rua nos sítios por onde passo (que não são propriamente muito turísticos) é de 0,001%. Nesta altura caio na real e percebo que claro que não é essa pessoa. Com isto chego à conclusão que já me estou a habituar tanto a estar aqui que até já acho que vejo gente conhecida na rua (ou isto, ou estou a ficar doente).
Por último, deixo aqui esta foto de um leão tirada também em Wilanów (esqueci-me de dizer que nenhuma das fotos foi tirada por mim, são todas da autoria do Jarek). Uma saudação ao grande Sporting, que afinal lá se safou bem melhor do que eu pensava. Confesso que no princípio da época pensei que este ano o Sporting não ia chegar a lado nenhum. Afinal, esteve bem perto de conseguir o título. Não conseguiu, mas conseguiu o 2º lugar que também é muito bom, conseguiu boas classificações e conseguiu entrada directa na Champions. Viva nós!!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Retratos de Varsóvia e arredores

Finalmente após várias promessas consigo arranjar um buraquinho de tempo para deixar aqui algumas fotos, já com o computador refeito e a internet a funcionar. Esta primeira é de uma rua em Żoliborz, um bairro a norte de Varsóvia. Lê-se "jólibóch"; diz a tradição que uma rainha francesa, esposa de um rei polaco, gostava muito daquela zona da cidade e apelidou-a de "jolie bord", literalmente margem bonita, pois esta zona fica também perto do rio. O tempo adulterou estas palavras e tornou-as Żoliborz. Ainda hoje há muita gente que diz que esta é a zona mais bonita da cidade. Eu realmente não sei dizer, conheço muito pouco dela. Esta foto tirei porque achei piada às casinhas baixas e às árvores (ainda com poucas folhas aqui). Quem conhece minimamente Varsóvia certamente não se lembrará de ter visto algo assim, pois a maioria do que se conhece é tudo blocos de betão.
Na semana dos feriados tinha pensado ir até Cracóvia, mas acabei por mudar de ideias. Guardo essa viagem para depois. No dia 3 de Maio, como penso que já disse, é feriado por dois motivos ver bandeirinhas por tudo quando é sítio. Mas atenção, nada de bandeirinhas penduradas nas janelas de casa ou do carro, como muito gostam os bons portugueses. Aqui são bandeiras mesmo a sério. Praticamente todas as casas, estabelecimentos, estações de metro, etc têm o seu sítio especial para colocar bandeiras. Não havia sítio que não tivesse bandeira à mostra! Muito patriótas, estes polacos. Acabei por ir passar esse dia a Częstochowa, cidade polaca situada a uns 200km de Varsóvia e que desempenha um papel muito importante na história aqui da zona. Gostava de contar aqui a história, mas não sei ao certo. Sei episódios soltos, mas nada suficientemente bem estudado para poder contar. Durante a viagem pude ir apreciando as estradas polacas. Aqui há muito poucas auto-estradas, como é normal nós fomos numa estrada nacional. Agodiferentes: é a festa da constituição (para quem não sabe, a constituição polaca foi a primeira a ser redigida em toda a Europa) e ao mesmo tempo a festa de Nossa Senhora Rainha da Polónia. Neste dia e nos dias antecedentes e seguintes éra, para quem começou a pensar na antiga estrada nacional de ligava Lisboa ao Porto antes de haver a A1, ou até na que vai para o Algarve e onde esturricávamos durante a viagem, desenganem-se. Estas estradas nacionais de que falo não têm nada a ver. Claro que também há de tudo, mas esta em que fui, que liga Varsóvia a Wrocław (antiga Breslau), tem duas faixas para cada lado, piso óptimo, praticamente sempre recta, sem altos e baixos (lá está, é o que dá estar na maior planície da Europa). O único senão é que, como não é auto-estrada, não está fechada, então volta e meia aparecem uns cruzamentos. E pensam vocês: bem, grandas malucos! Isso é perigosíssimo! E respondo eu: é, pois! Mas se a pessoa for sem atenção. Antes de qualquer cruzamento aparecem sinais a avisar para reduzir a velocidade máxima para 70km/h. Parece ridículo, mas não é e resulta melhor do que eu pensava. Ao princípio achei uma seca de viagem se tivesse de ser sempre assim, mas até nem é. E volta e meia lá estão alguns polícias escondidos a apanhar os mais distraídos. Em alguns cruzamentos até há semáforos. Tem piada. Se formos minimamente dentro destas regras conseguimos fazer bem a viagem. Nós fizemos um tempo óptimo. No regresso vimos em sentido contrário um acidente brutal, precisamente num desses cruzamentos. Há sempre uns chicos-espertos que acham que não vale a pena travar um bocadinho durante uns 2 minutos e depois tramam-se. Enfim...
Continuando, em Częstochowa almoçámos, passeámos um bocadinho e depois fomos à Missa no Santuário da Virgem Negra. Resmas de pessoas, como seria de esperar, apesar da maior enchente ter sido de manhã. No fim ainda deu para comermos um gelado num café chamado Claromontana, tal como todos os outros sei lá quantos estabelecimentos das redondezas, sejam cafés, livrarias, lojas de souvenirs, etc, etc. Isto porquê, porque aquela zona chama-se Jasna Góra, o que significa monte claro. Claromontana, estão a perceber? Eu só não percebi o porquê do substantivo e do adjectivo não concordadem em género, mas isso...
Foi uma viagem mais ou menos relâmpago, porque tínhamos de estar em Varsóvia à hora do jantar. No dia seguinte fomos a uma pequena vila a sul de Varsóvia onde há um castelo antigo, em parte reconstruído. Aquela zona foi palco de várias batalhas, incluindo durante a IIª Guerra Mundial. Antigamente, o rio Vístula chegava até ali perto, o que fazia do castelo uma fortaleza muito bem situada. Agora, o rio passa a uns 2km dali. Pelo que percebi, naquele castelo viviam os príncipes que governavam toda a região da Mazóvia, onde se situa Varsóvia. Este castelo tem três torres, duas das quais se podem visitar. A vista é espetacular, porque só se vê campo a toda a volta e algumas povoações.
Neste dia encontrámos também uma mini praia fluvial. Estava imenso calor, mas a água do rio não parecia assim muito limpa e a areia também deixava um bocadinho a desejar. Durante qualquer uma das viagens estiveram dias lindos e deu para apreciar bem a paisagem. É giríssimo ir no carro e, naqueles sítios onde não há vilas, olhar para todos os lados e ver tudo super plano, nada de montesinhos nem nada que se pareça. É engraçadíssimo.
Ontem aqui já esteve finalmente um dia de Verão, com imenso calor. Já no Domingo também tinha estado muito bom tempo. Hoje, porque toda a gente se vestiu à fresquinha, o tempo começou a virar e ficou mais fresco. É uma espécie de Lei de Murphy daqui, que quando tudo indica que vai estar bom tempo, afinal não está. Espero poder vir a contrariar esta regra muito em breve.
Para já não tenho mais fotos interessantes, este fim de semana foi passado grande parte em lojas de móveis, o que significa uma seca desgraçada. No Domingo estive nos jardins do palácio de Wilanów (já pus aqui uma vês fotos deste palácio). Há fotos, mas eu ainda não as tenho.