quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Costumes natalícios

Tem graça ver a forma como os costumes mudam de país para país. Hoje queria falar sobre o Natal. Apesar de vos poder parecer uma época já longe, aqui ainda estamos em plena época natalícia. É algo que me faz confusão, mas agora já começo a perceber melhor.

Liturgicamente falando, a época do Natal vai desde a noite de dia 24 de Dezembro até à festa do baptismo de Jesus. Mas antes do Natal há o tempo do Advento, que é a preparação para a grande festa.

Em Portugal, apesar de eu nunca ter observado propriamente uma regra (imagino que haja, mas agora vou inventar um bocado), os enfeites de Natal nas casas (sim, não vou falar das lojas, porque essas começam o Natal em Outubro…) surgem no início de Dezembro. Há quem defina o dia 8 de Dezembro para a decoração da casa, mas em geral penso que seja por esta altura. No princípio de Janeiro, depois dos reis e tal, começam a desaparecer todas as coisas alusivas ao Natal. Bem, isto na maioria das casas, porque eu lembro-me de uma vez o nosso presépio e árvore de Natal terem aguentado até ao Carnaval…

Aqui na Polónia as coisas são totalmente diferentes. Os enfeites podem já estar todos preparados, mas só são postos à vista de todos na noite de dia 24 de Dezembro. Antes disso não se vêem árvores de Natal, fitinhas, etc. Depois só tiram tudo no dia 2 de Fevereiro, que pelo que me disseram acho que é a festa de Nossa Senhora das Candeias.

Então tem imensa piada, porque este ano estou a viver um Natal super prolongado. Onde quer que eu vá ainda vejo pinheirinhos (e o engraçado é que ainda não vi nenhum artificial, são todos verdadeiros, muito bonitos), luzes, bolas, tudo decorado à Natal. Ah, e este Domingo houve um concerto de cânticos natalícios, mas por acaso não fui.

O reverso da medalha é que já começa a chatear todo este “espírito natalício”. Sobretudo nas igrejas, sempre os cânticos de Natal (qualquer dia já os conheço todos de cor!!), as árvores cheias de luzes no altar (árvores, sim, porque são sempre duas ou mais) e os presépios megalómanos em algumas delas (cheguei a ver num igreja um presépio humano). Felizmente tudo isto acaba esta semana.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Ainda a saga da neve

Hoje voltou a nevar, mas já nada de especial. Há uns dias houve umas oscilações de temperatura, o que fez com que a neve de repente passasse a gelo. Eu bem queria ir fazer patinagem no gelo, mas não era com os meus sapatos normais e no meio da rua, mas quase que apetecia andar de patins. Nem sei quantas vezes escorreguei. Felizmente consegui manter-me sempre em pé. A palavra de ordem era nada de pressas! Andar devagarinho e com calma é meio caminho para não cair.

As minhas aulas de polaco lá têm continuado. Agora, desde que o professor da Universidade descobriu que moramos perto está sempre a chamar-me vizinha e a meter-se comigo. A última agora é que o estereótipo do português é alguém que chega sempre atrasado! Isto porque eu chego sempre uns 5 ou 10 minutos atrasada à aula. E o alemão todo contente por eles serem sempre pontuais. As aulas particulares também têm corrido bem, mas é mais chato porque tenho de estar sempre com 100% de atenção, não há cá comentários para o lado (até porque a pessoa do lado é a professora) nem espreitadelas para o telemóvel. O chato é que ela tem uma casa super gira, toda limpinha e arranjada, e eu chego sempre da neve com os sapatos todos sujos, pronta a destruir a harmonia do lar dela. Nestes dias percebi bem a tradição polaca das pessoas se descalçarem quando chegam a casa de alguém. É isso ou fazer um lamaçal em casa alheia.

De resto, tenho dado alguns passeios na neve. No domingo à tarde fui passear a um parque natural que fica no sul da cidade e é muito giro. Levámos um trenózinho e foi o momento do dia! É pena não haver grandes altos e baixos nesta cidade, senão aí é que tinha tido piada. Mas foi engraçado. Senti-me como o pai natal a ser puxado pelas suas renas (sem ofensa para os meus “puxadores”). Há uns dias alguém aqui me disse que a nossa infância em Portugal não tinha piada, porque não tínhamos neve, ou seja, não podíamos fazer estas mil brincadeiras que eles fazem. Eu disse que não, que nós em contrapartida podíamos passar o Verão quase todo na praia e aí havia brincadeiras igualmente giras. Mas de facto a neve tem piada (nos momentos lúdicos, claro; na vida normal pode ser um bocado aborrecido). As crianças divertem-se imenso (e eu também!).

Ao fim de três semanas acho que já estou ambientada. Claro que sinto imensa falta de muitas coisas e muitas pessoas! Mas acho que sobrevivo. E para além do mais, daqui a duas semanas vou dar um salto até Portugal! :)

sábado, 27 de janeiro de 2007

Passeios na neve

Continuamos com neve pela cidade. No primeiro dia em que nevou, as ruas estavam um caos. Depois, o esquema de limpeza comecou a funcionar melhor e as estradas e passeios ficaram muito melhor para se andar. Ha alturas em que andar na neve e' como andar na areia. Isto nao tem muita piada as 8h da manha quando se vai para a aula de polaco ja um pouco em cima da hora. Custa imenso. E' como ja disse, eu ando a fazer ginastica de pernas e vou chegar a Portugal com uma resistencia fisica fantastica.
Recentemente voltei a andar com a maquina fotografica e fiz mais algumas fotos que passo a mostrar e comentar, mas aviso que vou por varias...:

Vista da rua por onde passo todos os dias para ir para o metro. Aqui esta toda limpa porque neste dia nao nevou.



















Outra vez os corvos e alguns pombos (essa praga...) a procura de comida no meio da neve.














A Catedral de Varsovia-Praga, que ha varios anos eu ando a ver se visito, mas sempre que passo por la esta fechada.



















Uma igreja ortodoxa (esta foto e a anterior foram tiradas do carro).



















Uma especie de pavilhao onde agora esta a decorrer um campeonato de patinagem no gelo, uma modalidade na qual espero iniciar-me brevemente para ver se ainda vou a tempo de concorrer.














A pedido de varias familias, finalmente outra foto minha. Acho que da para ter uma ideia de como estou a reagir ao frio.














Agora que nevou tem imensa piada ver as criancinhas todas a brincar nos parques, de trenos, a atirar bolas de neve, etc. Aqui um momento meu de palhacada.














Como ja disse, e' preciso ter cuidado para nao cair. Aqui ve-se um bocado de um lago que congelou, mas no qual nao andei, porque todo o cuidado e' pouco.














A vista deste parque coberto de neve. Ao fundo ve-se o lago de que falei na foto anterior. Hoje esteve um lindo dia de sol, deu para passear e fazer estas fotos.

Quem ve caras...

Ha algum tempo que tenho pensado em escrever aqui sobre a fisionomia dos polacos. Penso que todos estamos habituados a associar a cada nacionalidade um estereotipo de pessoa (desculpem nao usar acentos, mas estou num computador que nao os tem - em casa continuo com problemas com a internet). Os livros do Asterix sao um bom exemplo disto: o portugues baixinho e de bigode, o espanhol com ar de toureiro e convencido, o ingles pedante, o nordico loiro, etc.
Durante os primeiros dias que passei aqui tive alguma dificuldade, porque todas as pessoas que via na rua me pareciam iguais. Os mesmos tracos, as mesmas cores, as mesmas caracteristicas proprias. Agora, ao fim de tres semanas ja comeco a ver diferencas. Ja vou na rua e vejo que, afinal, as pessoas sao diferentes umas das outras. Tem piada ver que a maioria dos polacos nao sao loiros, pelo contrario, ha muitos de cabelo castanho. Loiros sao os escandinavos. Olhos claros sim, quase que diria que a maioria tem olhos azuis. Sao altos, mas nao gigantoes, e nao se veem aqueles gordoes tipo americanos que so comem McDonalds.
Tambem tem piada a forma como eles sao resistentes ao frio. E' incrivel andar na rua com temperaturas negativas e ver mulheres de saia com meias aparentemente fininhas, como se nada fosse - e eu cheia de roupa que mais pareco uma cebola! Para ver alguns "conselhos" sobre como vestir-se para o frio, ver os comentarios ao post anterior.
Agora mudando substancialmente de tema, uma curiosidade que descobri recentemente. Em Portugal, os produtos que compramos costumam ter o rotulo escrito em portugues e as vezes em espanhol, ingles, frances, grego, sei la. Aqui os produtos aparecem escritos em polaco, checo, hungaro e as vezes em romeno. Hoje estive a observar melhor o que dizem e romeno e, de facto, da para ver que e' uma lingua romanica como a nossa. Percebem-se imensas coisas, por serem palavras muito parecidas as nossas. E' uma vantagem para quando se vai as compras perceber melhor o que dizem as embalagens.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Acrescento ao post anterior

Esqueci-me de dizer que a vantagem da neve é fazer os dias parecerem maiores. À noite fica tudo mais claro do que num dia normal, porque a neve reflecte toda a luz. Acaba por ser reconfortante.

Ah, a neve!...

Há dois dias que neva sem parar. Tem imensa piada. Ontem, quando saí pela primeira vez para a rua coberta de neve foi muito emocionante. Aproveitei para dar mais uns passeios e saborear este momento totalmente novo para mim, já que nunca tinha estado em nenhum local cheio de neve como aqui. As primeiras sensações tiveram piada. Ia eu pela rua com um sorrisinho imbecil nos lábios, toda contente. As ruas parecem estar cobertas por claras em castelo ou chantilly. Bem, já não é bem assim quando pensamos atravessar a estrada. Aí é a maior nojeira que se pode imaginar. Abro agora aqui um mini parêntesis para falar de algo que acho que ainda não falei aqui: a poluição dos carros na cidade.
Uma das coisas que me surpreendeu quando cheguei foi ver um carro totalmente coberto de sujidade, a tal ponto que nem se conseguia ver a matrícula. Inicialmente achei estranho e pensei que seria um caso pontual. Qual quê! Depois disso fartei-me de ver carros assim, super porcos, mas um exagero de sujidade que acho que nunca vi em Portugal. Depreendo daqui que haja muita poluição nas estradas. Ora, cai um bocado de neve e o lamaçal na estrada e na borda dos passeios é imenso. Cada vez que tenho de atravessar a rua até hesito um bocado porque não sei onde meter os pés.
Ainda sobre os carros, no meu entusiasmo com a neve teve piada ter de limpar o carro coberto de neve. A segunda vez que tive de fazer isso também teve piada. Só que depois, ao fim de algumas vezes, começa a ser chato. E pensar em quem tem de ir trabalhar de manhã cedo e de carro... Tem de contar com o tempo de limpá-lo, mais o tempo que demora no trânsito porque supostamente devem andar todos com o triplo da prudência. Hoje senti-me muito feliz por ter de ir para a universidade de metro e fugir das confusões do trânsito.
Ah, também estou muito contente por ter comprado mal cheguei cá uns ténis Geox a que achei piada (e cujo preço também tinha muita piada), mas afinal parecem ser bons para andar na neve. Acabou por ser uma compra bem mais útil do que eu pensava. Claro que apesar de serem bons já escorreguei não sei quantas vezes no gelo, mas felizmente ainda não caí.
Entretanto, mais umas fotos simples:
Aqui finalmente uma vista parcial das lojinhas de bairro que falei.














Um corvo, ave que se vê muito por aqui, num ramo de uma árvore, ainda com pouca neve.














A linha do eléctrico coberta de neve. Vê-se nos carros lá atrás que isto ainda foi ao princípio. Daqui a pouco tiro outras fotos mais actuais para verem como já está tudo agora.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Panorâmica da cidade

No Domingo subimos ao 30º andar do Palácio da Cultura, que está arranjado para as pessoas verem a vista da cidade. Uma vez que a região onde está Varsóvia é considerada a maior planície da Europa, subir a um 30º andar é ver mesmo tudo. Aqui não há colinas, miradouros nem nada disso. Quando chegámos ao Palácio, dirigimo-nos a um elevador especial para subir até lá. A senhora ascensorista (prima, é assim que se diz??) levou-nos ao topo do edifício nums 30 segundos, numa viagem relâmpago em que tivemos de desentupir os ouvidos algumas vezes. Nunca tinha andado a abrir num elevador, teve piada. Quando chegámos lá acima, isto foi o que vimos (se clicarem em cima das fotos conseguem vê-las maiores):

Vista em direcção ao leste. Ao fundo vêm-se várias das pontes sobre o Vístula e o lado de Varsóvia chamado Praga. Em baixo, uma zona comercial, onde se pode encontrar lojas como a Zara e a H&M.














Vista para o lado ocidental da cidade. Como dá mais ou menos para ver, neste dia esteve imenso sol.














Vista para noroeste. Do lado direito, antes do rio, vêm-se alguns telhados baixos. Essa zona é a Stare Miasto, a cidade velha, que é o centro histórico da cidade.














Lá em cima descobrimos um ringue de patinagem no gelo. Quando lá fomos mais tarde para investigar preços e tal, descobrimos que aquela zona é super ventosa e eu acho que morria congelada se ficasse lá mais do que meio minuto.

Outra vez breves apontamentos

- Na 6ª feira à noite nevou!!! Foi absolutamente incrível! Primeiro começaram a cair uns flocos muito pequeninos. Estávamos a andar de carro e de repente começaram a dizer-me que estava a nevar. A mim parecia-me chuva, não queria acreditar. Mas depois, passados uns minutos, começou a cair um nevão com flocos do tamanho de corn flakes! Para mim, que nunca tinha visto nevar na vida, foi um momento incrível. Tive logo de sair para a rua, nem senti frio nem nada, só queria sentir aqueles flocos. Adorei!! Diz que amanhã e depois também deve nevar. A ver vamos.

- Já comecei com aulas particulares de polaco, para além das aulas na universidade. Gostei da professora, é super exigente, muito séria e metódica. Parece-me que vai ser uma grande ajuda.

- Fui noutro dia ao cinema pela segunda vez desde aqui estou. Desta vez foi mesmo para ter a certeza que não devo ir ao cinema cá. Isto porque o filme estava dobrado!!... Apesar da maioria dos filmes aqui ser em versão original, vá-se lá saber porquê este não era e não estava avisado no bilhete. Resultado: apanhei uma seca das antigas.

- Na sequência do apontamento anterior, já percebi que os polacos são muito ciosos da sua língua. Na televisão, por exemplo, a maioria dos filmes também são todos dobrados. Por exemplo, o canal AXN que aqui também se apanha é todinho dobrado em polaco (uma tristeza, eu já a pensar ver o CSI ou ER, mas afinal diz que não). Ao andar nas ruas e ver os cartazes publicitários também percebi que eles investem muito na ficção nacional. Nos cinemas há vários filmes polacos que pelos cartazes dão a sensação de ser tipo aqueles filmezito de Hollywood - nada de filmes "alternativos" ou intelectuais como os portugueses. Bem, eu digo isto mas também não vi nenhum. Ainda sobre as dobragens, apesar de detestar, devo dizer que a sensação que dá é que são muito bem feitas. Mas isso irei descobrir melhor no futuro.

- No Domingo passámos por uma feira tipo de Cascais mas só dedicada a artigo para a neve. Tinha calças, blusões, polares, roupa interior térmica, meias, botas para a neve, botas para fazer ski, skis, pranchas de snowboard, óculos de sol, gorros, malas para os skis e snowboards, bastões, eu sei lá mais o quê! Mas o engraçado disto era o aspecto de feira e a quantidade enorme de cada coisa que havia. Preços é que não vi, mas penso que devem ser os preços típicos de feira.

- Seguem-se mais fotografias já a seguir.

Foi um ar que se lhe deu

Durante os últimos dias tenho estado sem internet em casa, o que tem sido um bocadinho pró chato. Ainda não sei como vão ser os próximos dias, mas vou tentar ir actualizando o blog em casa alheia.

sábado, 20 de janeiro de 2007

Mais fotos

Aqui uma vista do palácio de Wilanów, que infelizmente já estava fechado, então só deu para ver mesmo por fora. Por um lado ainda bem, porque os bilhetes eram caros e alguém está em contenção de despesas...














Ó pra mim aqui! Toda encasacada porque estava a chover (hoje choveu praticamente todo o dia). Ah, e não se deixem iludir pela luminosidade das fotos! Eram quase 16h e já estava a escurecer. A luz destas fotos é para mim um mistério.


















Aqui outra vez o palácio da cultura by night. Foto tirada de dentro do carro, daí verem-se gotas de chuva no pára-brisas.














A Politechnika de Varsóvia (o equivalente deles ao IST). Ainda não percebi bem a história do edifício, mas assim que souber venho aqui contar. Pelo que ouvi, foi mandado construir por um czar russo durante a ocupação da Polónia (no século XIX, acho).














Vista curiosa do interior da Politechnika. Este recinto mais parece de um palacete do que de uma universidade. Então, pelos vistos costumam realizar-se ali alguns eventos. Hoje alguma coisa iria acontecer, porque havia passadeira vermelha, palco, mesas e o catering todo a ser preparado, testes de luz, testes de som, etc. Mais um vez, quando souber o que foi, digo. Mas por agora, ficam apenas estas fotos.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Complicações de uma língua

Já é mais que sabido que o polaco é uma língua difícil. Agora também descobri que é uma língua confusa, pelo menos para os portugueses. Ora vejamos os dias da semana. Que sobota seja sábado até se percebe. Domingo é niedzela e segunda-feira poniedziałek (que é como quem diz a seguir ao domingo). Terça e quarta-feira diz-se respectivamente wtorek e środa. Ok, estes temos de fazer um certo esforço para decorar. Mas a confusão chega agora. Quinta diz-se czwartek e sexta diz-se piątek. Só que se formos analisar bem o que significam estas palavras, chegamos à conclusão que é algo tipo "quarta" e "quinta". Ou seja, eles chamam à quinta-feira quarta e à sexta quinta. Está lançada a confusão.

Comércio tradicional

Já aqui falei dos centros comerciais, mas acho que antes disso devia ter falado do comércio tradicional. Aqui em Varsóvia há imenso. Em cada bairro há várias lojinhas pequeninas, algumas parecem quase contentores em cima de passeios mais largos. Há frutarias, padarias, mini-mercados, drogarias, lojas de bebidas, floristas, farmácias, etc. A maioria tem um ar super envelhecido, com grades de ferro por dentro das montras. Mas não deixam de ser engraçadas.
Também há vendedores sem loja, daqueles que montam a sua banquinha na rua. Deve haver umas licenças especiais cá, porque já vi vários e normalmente estão as mesmas pessoas sempre no mesmo sítio. Disseram-me noutro dia que, por exemplo, quem quiser comprar atacadores ou palmilhas para os sapatos deve procurar um desses vendedores de rua, porque não se encontra disso nas lojas.
Acho que estes pequenos comerciantes conferem um charme especial à cidade. Têm um ar um bocado parado no tempo, mas isso até tem piada.

Desilusão

Ao fim de duas semanas descobri que tenho andado a comer diariamente manteiga sem sal...

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Agora sim...

...está frio!! Devem estar uns 3ºC lá fora, o que não é muito, mas é o suficiente para dar cabo de mim. Nem quero pensar como vai ser com temperaturas negativas. Agora só consigo andar na rua com o casaco para a neve que comprei na Decathlon, luvas da Serra da Estrela e gorro enfiado na cabeça o máximo possível. Só fico com frio na cara e nas pernas. É que este ventinho manhoso é terrível! Por acaso este site é bem interessante para calcularmos a temperatura real quando há vento. Bem, mas agora já estou em casa, no quentinho, não me queixo.
Este fim de semana não fiz nada de especial. Como anoitece mais cedo, fica-se com a sensação que o dia acaba muito rápido, mais ainda quando se dorme muito. Sábado esteve um dia chuvoso. De manhã (leia-se, por volta das 12h30) fui assistir à final de um torneio inter-escolas daqui, num pavilhão, em que numa das equipas jogava um dos filhos dos meus anfitriões. Super emocionante, mas os coitados perderam nos penalties. Muito frustrante, mesmo. Depois, à tarde (ou noite, nem sei bem!) fui finalmente comprar um chapéu de chuva para andar por aqui. Claro que desde que o comprei ainda não choveu, mas isso é outra questão. Estive a ver várias lojas (e respondendo à MCF, realmente ainda não fui a nenhum museu porque já os visitei noutras ocasiões, mas estou com vontade de voltar a ir a um deles. Obrigada pela sugestão!) e cheguei à conclusão que não vou conseguir comprar aqui nenhumas calças tão quentes como as que comprei em Portugal antes de vir. Não sei como é que os polacos se agasalham, mas não vi nada verdadeiramente quente.
O domingo foi um dia mais tranquilo. Havia o plano de ir passear um bocado e aproveitar o maravilhoso sol que estava, mas com estes horários aos quais ainda não me habituei, quando acabámos de almoçar já era noite (para variar). Apesar de aos poucos se notar que os dias vão ficando maiores. Acabou por ser um dia mais pacato, em "família".
De resto, aos poucos vou-me habituando à comida. Cat, o restaurante espanhol até nem era mau, os italianos são muito bons e há uns portugueses mas ainda não fui a nenhum! Diz que é lá que os tugas se juntam para ver a bola. Ah, e o meu colega brasileiro diz que este fim-de-semana viu o Sporting num canal qualquer polaco (desportivo, presumo). Tenho de ver se descubro qual é!
Hoje tive outra aula de polaco, aprendemos mais palavras e expressões com sons muito engraçados. Acho que aos poucos vou aprendendo alguma coisa, mas ainda não sei o suficiente para ser lançada às feras.

domingo, 14 de janeiro de 2007

A moda do centro comercial

Aqui na Polónia também chegou a moda dos centros comerciais. Em Varsóvia há várias superfícies comerciais de tamanho considerável. Eu já estive em algumas e senti-me bastante em casa. Há imensas lojas conhecidas, tipo: Zara (que aqui é uma loja cara, considerada de grande estilo), Mango, Bennetton, Sephora, Bata, Timberland... Depois há aquelas que já não existem em Portugal, tipo Marks & Spencer e Mothercare. Como é óbvio, há também as marcas polacas e outras nórdicas. Apesar destas marcas serem desconhecidas, a aparência das lojas e o tipo de roupas são-me muito familiares, porque são o mesmo estilo do que temos em Portugal. Ah, e também há os típicos restaurantes de fast-food, uns conhecidos outros não. Basicamente, a palavra globalização aqui faz muito sentido. Posso estar fisicamente longe, mas no fundo há mil coisas que são exactamente iguais ao meu belo país.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Varsóvia by night (ou seja, partir das 16h...)

Vista nocturna da Plac Trzech Krzyży (a pronúncia deste nome é espetacular... pena que não o podem ouvir aqui...)














Uma das ruas de Varsóvia vistas do carro.














O Palácio da Cultura, grande ícon comunista no centro da cidade.



















Sei que não são as fotos mais giras, mas ainda estou pouco habituada a andar de máquina. Vou tentar para a próxima ter coisas mais giras.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Cześć

Como é possível aprender-se uma língua em que a palavra "olá" - que deveria ser das mais simples de dizer - é quase de impossível pronúncia???

Conhecem o Bob Budowniczy?

É a versão polaca do Bob Construtor! Pelos vistos cá também deve estar na moda entre as criancinhas, pois eu vi no supermercado uns iogurtes do Bob Budowniczy.
Hoje o mau tempo relativo continua aqui. Ainda nem tive coragem de sair de casa. Está imenso vento, se eu saísse de certeza voava! Ontem numa rua perto da universidade tive de correr para um dos lados do passeio, porque sentia-me a ser mesmo empurrada pelo vento!!! Foi asustador. Também acontece que desde ontem a chuva anda por aí e diz que eu não trouxe nenhum chapéu de chuva. Vou ver se compro um no fim de semana.
Ontem ainda apanhei uma pequena molha à noite, mas nada de grave. A saúde mantém-se estável. Fomos jantar a um restaurante super giro, apesar de ser espanhol (hehe), em Nowy Swiat, que é uma rua muito engraçada, daquelas que fazem parte dos roteiros turísticos. No fim, ainda deu para dar um passeio de carro (estava a chover) passando por duas pontes do rio Vístula. Tem piada a vista da cidade by night - vista relativa, porque a cidade é mesmo plana. Foi pena que durante este tour citadino eu estivesse com um olho aberto e outro fechado e quase que adormeci mesmo no carro. Quando cheguei a casa foi tiro e queda, ferrei até hoje de manhã acordar novamente com o vento nas janelas. Acho que são os passeios a pé pela cidade que estão a dar cabo de mim, mas não deixam de ser muito agradáveis.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Eis que se aproxima o dia...

...em que irei colocar algumas fotos aqui no blog. Fiquem atentos! ;)

Faz hoje uma semana que cheguei aqui!

Hoje acordei mais cedo do que era suposto (note-se que o suposto era às 7h...) com uma brutalidade de vento a bater-me na janela. Esteve um dia bem ventoso, para além de que a temperatura também baixou um pouco. Foi chato ainda por cima porque deixei as minhas luvas no carro do Stas (ontem não esteve frio nenhum!) e por causa disso andei o dia todo de mãos nos bolsos, porque não se aguentava. Nem a falar ao telemóvel eu conseguia estar sempre com a mesma mão. Mas claro, sempre temperaturas acima de 0ºC. Foi lindo quando a certa altura começou a chover mas eu olhava para o céu e não se via uma nuvem!...
Assim me levantei eu hoje, já preparada para o frio, e fui para a minha aula de polaco. Apanhei hora de ponta no metro, só consegui entrar no segundo. O que vale aqui é que o metro passa com bastante frequência, então nunca temos de esperar muito. A aula foi engraçada, acho que aguentei melhor que a anterior. Mas realmente, esta língua é para esquecer!! A certa altura ele queria que vissemos a diferença entre "czeszę się" (pentear-se) e "cieszę się" (alegrar-se). Em português o som de ambas é mais ou menos algo tipo: tchéché ché. A diferença de pronuncia é mínima e muito difícil de reproduzir por um estrangeiro. Se alguém entrasse de repente na sala naquele momento, iria achar que éramos todos loucos por estar a repetir várias vezes "tchéchéché". Enfim... Algum dia irei aprender.
Depois da aula fui com um colega até um café muito engraçado que ele gere com um amigo, para fazermos os trabalhos de casa. Ah pois é, isto agora de voltar à escola é assim! Trabalhos de casa e mai' nada! No fim, ele queria por força levar-me a casa. E eu a tentar explicar-lhe que não ia para casa. A certa altura comecei a ficar com dúvidas, porque como ele é sírio pensei: sírio-árabe, árabe-nunca se sabe... Mas não, por fim ele lá se convenceu e deixou-me no metro. Tinha combinado ir almoçar a casa da Júlia. Que alegria foi poder comer uma sopa portuguesa!! Apesar de só estar há uma semana longe de casa, devo dizer que tenho mesmo muitas saudades da comida portuguesa. Em casa dela senti-me mesmo como se estivesse em Portugal.
Quando já era praticamente noite (ou seja, pouco depois da 16h) pus-me a caminho de casa. Apanhei o eléctrico e lá fui. A certa altura dei por mim totalmente sem saber em que paragem devia sair. Sabia que era na 5ª, mas distraí-me e perdi a conta. Para variar, lá continuou a nabice. Resultado: saí uma paragem antes e dei por mim sabe-se lá onde, no meio de uma multidão que andava para todos os lados. Como não me apetecia parar, tirar o mapa e mostrar a toda a gente que sou estrangeira, decidi seguir as setas que vi. Felizmente consegui dar com um sítio onde podia apanhar um autocarro para casa. Uff... que alívio!... Achei piada à delicadeza de uma rapariga no autocarro que me pediu licença para ocupar o lugar ao meu lado e não se sentou enquanto eu não disse que sim. Estes polacos têm piada.
Entretanto, todos os dias tenho guiado o carro por estas ruas que ainda me são um bocado deconhecidas. É impressionante a veracidade da expressão "à noite todos os gatos são pardos", porque eu à noite não consigo identificar imensas ruas, casas, etc. Há-de chegar o dia.
Ah, estava a esquecer-me do mais interessante... Ontem fui ao cinema ver o filme "Apocalypto", do Mel Gibson. Para além do filme em si ser brutal, também foi o facto de ser todo falado em iucateque, um dialecto maia, e com legendas em polaco. Muito interessante... Claro que sobrou para quem teve de me traduzir, mas mesmo assim foi reconfortante perceber uma ou outra frase (nenhuma essencial para a compreensão do enredo, como é óbvio). Tirando isto, o cinema era igual aos nossos, sem grande novidade. Não vi os anúncios antes do filme porque chegámos mesmo quando estava a começar. Também ainda não vi televisão, por isso não posso comentar nada sobre isso.
A última observação de hoje vai para o hipermercado onde tenho ido às compras (MCF, sorry, mas ainda não foi desta que fui à Biedronka!..), que lá no meio tem uma secção cheia de trenós ou lá o que aquilo é, para as crianças brincarem na neve! Se não forem caros, até podia comprar um para a Maria... mas depois ela tinha de vir cá à neve (quando a houver!...) para brincar com ele.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Finalmente a resposta à pergunta que todos queriam saber!

Ou pelo menos alguns... Sim, há metro em Varsóvia. Por enquanto só têm uma linha, mas que em comprimento é talvez o dobro ou mais do que qualquer uma das nossas. As distâncias aqui são mesmo enormes. Aqui, a duração da viagem entre duas estações é talvez igual ao tempo que eu demorava a ir de casa (Campo Pequeno) até à estação da Cidade Universitária. Ou seja, nota-se bem a diferença. A Universidade de Varsóvia, por exemplo, não fica muito longe da casa onde estou. No entanto, demoro cerca de 40 minutos a chegar lá. São umas cinco estações de metro e depois uns dez minutos a pé. Por equanto faz-se bem. Podia apanhar um autocarro até ao metro, mas a ideia de ficar parada ao frio (ainda que seja pouco) não me seduz minimamente...
Entretanto, já andei a dar os meus passeios a pé pela cidade. Como já disse, ontem e hoje estiveram dias lindos, cheios de sol. Tinha mesmo de aproveitar para andar por aí. Hoje fartei-me de andar com a Júlia pelo centro da cidade. Ela esteve a mostrar-me algumas lojas boas onde posso comprar roupa quente e gira. Não faço ideia quanto é que andámos, mas sei dizer que os meus pés precisavam agora de uma bela massagem relaxante. Ainda para mais - tenho-me esquecido de referir este facto - estou a morar num terceiro andar sem elevador e para se chegar ao meu quarto ainda se tem de subir mais umas escadas. Ou seja, com a minha resistência física fantástica, chego a casa completamente a arfar. Agora já estou um bocadinho melhor, mas mesmo assim... Quando chegar a Portugal vou estar melhor do que se estivesse a ir ao ginásio todos os dias!
No meio disto tudo faltou a parte mais interessante: hoje comecei o curso de polaco. É super emocionante voltar à universidade! Bem, quer dizer, eu não estou propriamente na universidade, porque as aulas são num gabinete num edifício onde não há salas de aula. Mas é emocionante na mesma. O grupo é de dez pessoas mas só estavam oito: para além de mim, 2 alemães, 1 coreano, 1 vietnamita, 1 mexicana, 1 brasileiro e 1 sírio. Só os asiáticos eram estudantes. Os outros estão todos desempregados, menos o sírio. O professor é que é um bocado personagem. Raramente olha para nós quando está a explicar algo. Normalmente ou olha para um espelho que está no fundo do gabinete onde temos a aula (vaidoso!...), ou para um ponto indefinido no tecto. O mais giro é que ele fala inglês à "Alô Alô". Tipo "ze exercise" ou "repeat this wiz me". Tem imensa piada, o senhor.
Para finalizar, ainda a questão das passadeiras dos peões. Soube hoje que estão aqui com um programa de "Tolerância Zero" para quem atravessar a rua com o sinal vermelho para os peões. O marido da Júlia, por exemplo, há pouco tempo apanhou uma multa de 200zl (pouco mais de 50euros) por atravessar sem que o sinal estivesse verde. É giro... em Portugal há tolerância zero para o álcool, a falta de cinto de segurança, de assentos próprios para as crianças, etc. Aqui é para atravessar a rua com o sinal vermelho.

Apenas um mini-post...

...para dizer que ontem e hoje estiveram dias lindos cheios de sol!
Ontem estive sem internet, por isso não consegui escrever nada. Hoje hei-de escrever, mas não agora, que o dia está a passar muito rápido! Beijinhos e até logo!!

domingo, 7 de janeiro de 2007

Breves apontamentos

- Ainda não percebi muito bem como se cumprimentam os polacos. Eles são pouco dados a beijinhos, é mais aperto de mão ou quando há beijinhos é só mesmo um. No entanto, algumas vezes cumprimentam-se com três beijinhos... Quando desvendar este mistério, digo alguma coisa.

- A árvore de natal aqui é uma tradição curiosa. Não há Igreja que não tenha mais do que um pinheiro natalício na zona do altar, enfeitado de uma forma muito simples, normalmente com luzes. São bem giros. Para eles, o pinheiro é quase que um símbolo religioso também do Natal. A barraca que foi quando eu disse que as nossas igrejas não tinham árvores de natal por ser um símbolo pagão!... Tenho de começar a ter alguma prudência com o que digo.

- Esta regra eu adoro: aqui é proibido atravessar a rua com o sinal vermelho para os peões!!! Esta é brutal e não funcionava mesmo em Portugal. Mas aqui dá direito a multa. Noutro dia ia atravessar e estava um polícia do outro lado da rua, e foi a tempo que me travaram para não ter problemas. É um bom exercício de disciplina.

- Faz um bocado de impressão o sol pôr-se por volta das quatro horas. Ainda hoje almoçámos para o tarde e voltei a acabar o almoço com a sensação de ter acabado um jantar. Logo depois disso começa a dar-me a moleza de fim de dia. Eu, que sempre preferi viver de dia e não de noite (a noite é para dormir!) - ao contrário da minha avó Nanas que nos últimos anos de vida era toda noctívaga - passo metade do dia super mole e a querer ir para a cama. Depois chego à cama e, como é óbvio, não tenho sono nenhum, porque não fiz quase nada. Mas como já é noite, também não dá vontade de fazer nada. É estranho..

- E por falar em avó Nanas, tenho-me lembrado dela porque vejo imensas mulheres aqui com bóinas tipo as que ela usava. Em vez de gorro inca, eu podia usar uma coisa dessas. Ia ter piada. Não sei com qual dos dois ficaria pior.

sábado, 6 de janeiro de 2007

Esclarecimento

Continuo sem máquina fotográfica. A foto do post anterior foi tirada com a webcam que gentilmente me foi oferecida pelo meu director da Paulus. De qualquer maneira, vou cravar uma máquina sempre que preciso e vou tentar deixar aqui algumas fotos de vez em quando.

Da janela vejo...

Esta é a vista de uma das janelas do quarto onde estou. Estou mais ou menos entre um 3º e 4º andar de altura e isto é o que vejo todos os dias de manhã quando acordo. Nada mau... Só é pena o sol andar escondido. A ver se qualquer dia vos mostro uma foto disto tudo coberto de neve. Acho é que esse dia vai demorar a chegar, porque as previsões para os próximos tempo são boas, isto é, temperaturas pouco diferentes das que se sentiram em Portugal em meados de Dezembro deste ano. O que para mim é muito bom, porque ajuda à sobrevivência.
E por falar em sobrevivência, hoje aventurei-me pela primeira vez com o carro do Stas. Devo dizer que fui quase obrigada a guiá-lo. Mas até teve piada. É um carro velho, mas bom. Só custa um bocado a engatar algumas mudanças, de resto anda-se bem. Os polacos são bem mais civilizados que os portugueses a conduzir. Por exemplo, se eu quero muda de faixa, há sempre um condutor que deixa logo passar. É um bocado diferente. Sobre eles e os carros a única coisa que me faz impressão é nunca usarem o travão de mão. Varsóvia é uma cidade super plana em que não é preciso fazer pontos de embraiagem, mas mesmo quando estacionam, eles nunca usam travão de mão! Isto sim, faz-me um bocado de impressão, porque parece-me sempre que o carro vai descair. Claro que quando eu guiei usei o travão de mão cada vez que estacionei o carro. O problema disto foi que depois o Stas foi guiar e começou a andar com o travão de mão posto, porque não sabia que estava assim... Asneira minha!...
Bem, e no meio destas andanças, hoje fui pela primeira vez ao supermercado sozinha... e fui de carro! Super emocionante, tendo em conta que andei só uns poucos metros com o carro e já estava lá. Claro que fui muito naba no supermercado, como seria de esperar. Não levei carrinho porque eram enormes e eu só ia comprar algumas coisas. Pus-me à procura de cestos pequeninos, mas nada de vê-los. E como perguntar a alguém por eles? Dizer "Onde está?" ainda consigo, mas "cestos de compras"??? Ainda hei-de aprender isso. Ou seja, lá fui eu com as compras nas mãos, que incluiram coisas volumosas tipo fruta (vês, mãe, eu compro coisas saudáveis!) e cereais para o pequeno-almoço (isto já não é tão saudável, mas passamos à frente). A certa altura já não conseguia levar mais nada e tive mesmo de ir para a caixa. Filas intermináveis, nem sabia onde me meter. Vi uma rápida, que dizia 10 unidades (ou algo em polaco que me pareceu isso), mas pensei que tinha mais do que isso e fui para outra. Fiquei uns 10 minutos de braços cheios de tralha numa fila chatíssima e só quando estava quase a chegar a minha vez é que me lembrei de contar as coisas que trazia e... eram oito!... Ou seja, esperei uma eternidade numa fila quando podia ter-me despachado na outra. Vicissitudes da vida.
Uma nota final para um visual que parece estar de moda entre as polacas: pintar o cabelo de loiro e preto, tipo 2 em 1. Há a versão loiro com madeixas pretas e a versão loiro por cima e preto por baixo. É à escolha do freguês. Eu por mim devo dizer que nem uma nem outra. Vim para a Polónia, mas vou ser sempre muito portuguesa! (um final patriótico fica sempre bem)

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Já cheguei!!

Depois de quase perder o voo de ligação, consegui chegar a Varsóvia! A viagem fez-se muito bem, mas foi super chato ter de acordar às 5h30 da manhã... Quando chegámos ao aeroporto ainda era noite, mas quando descolámos de Lisboa já era dia e deu para ver mais ou menos bem a cidade. A maior parte estava coberta de nuvens muito baixas, acho que nevoeiro; a certa altura não conseguiamos ver nada, só viamos nuvens que em certo ponto eram atravessadas apenas pelo Cristo Rei e a ponte 25 de Abril. Foi uma imagem bem gira, mas infelizmente não trouxe máquina fotográfica para cá (as coisas mais interessantes que vir vou tentar registar com o telemóvel).
Quando chegámos a Varsóvia estava tudo cinzento e com ar de chuva. Mas neve, nem vê-la! Desconfio que não a vou ver por estes lados tão cedo... A temperatura até nem era má - uns 7ºC. Mesmo à noite não tive grande frio na rua. Mas também, com o casaco que eu trouxe, o gorro, as luvas, é impossível ter frio (bem, pelo menos para já... depois logo se vê!). E também é verdade que o tempo em que estive parada ou a andar na rua foi mínimo.
Uma coisa que faz grande impressão aqui é os dias serem pequeninos. Às quatro e tal já parecia que eram sete horas. Foi estranho almoçar tardíssimo e no fim do almoço sentir como se tivesse acabado de jantar. Mas agora vou ter de me habituar.
Já comprei um mapa da cidade e amanhã vou inscrever-me no curso de polaco. Ah, a primeira coisa que fiz quando cheguei foi abrir uma conta bancária. De salientar a cara do senhor do banco quando estava a preencher o registo com os dados do meu passaporte e viu que eu tenho 4 apelidos - aqui na Polónia cada pessoa só tem mesmo um/dois(?) nome(s) próprio(s) e UM apelido. A colega dele que estava no balcão do lado até veio espreitar para ver como era o meu nome! Só vistas, as caras deles.
Enfim, vou ter muito tempo para me adaptar a todas as "novidades" de estar aqui.