segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O meu record pessoal: -19ºC!

Há umas semanas ouvi alguém dizer que antes do Natal as temperaturas iam chegar aos -20ºC. Achei um bocado exagero. Mas na semana passada, quando dei por mim a achar que -10ºC não era assim tão mau, percebi que devia haver algo de errado. Quando as temperaturas estão tão baixas, chega-se a um ponto em que -10ºC não é muito diferente de -15ºC. É apenas horrivelmente frio. Andar na rua sem luvas, chapéu ou cachecol é absolutamente impensável. E os carros... Bem, os carros lá vão andando, mas alguns com dificuldade. Ainda hoje uma vizinha me veio bater à porta à procura do Staś porque o carro dela não queria pegar (e ele já a tinha ajudado dois dias antes). Felizmente nós não tivemos problemas desse estilo. No sábado ao fim da tarde fora de Varsóvia apanhei -19ºC, o meu record de sempre. Não senti ao certo o que isso foi, porque foi só o tempo de entrar no carro. Mas daquilo que senti com as outras temperturas do estilo, tenho mesmo muita pena de quem não tem carro. É que andar na rua assim é uma tortura, sobretudo quando se tem de estar parado à espera de um autocarro ou eléctrico. O mais interessante aconteceu na 6ª feira quando trouxe do carro a mochila da Teresa (com fraldas, dodots e afins), que deixo sempre lá para qualquer emergência, e a embalagem de toalhitas parecia um tijolo! Tinha congelado! Fez-me muita impressão, porque ainda não tenho aquele instinto de não deixar certas coisas no carro que se podem estragar com o frio. Como ontem, em que queria deixar um ramo de flores de que iria precisar mais tarde e preveniram-me logo que não fizesse isso. A verdade é que realmente tudo o que tiro do carro agora está absolutamente gelado. O que vale é que hoje a temperatura subiu uns 10ºC em relação ao que estava ontem à noite, mas mesmo assim está um briole desgraçado.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Retratos da neve

Pormenor de uma árvore que foi cortada na Primavera, numa altura em que houve ventos muito fortes e ou alguém a cortava, ou ela se partia e caía em cima de alguém. Agora ficou um cucuruto entraçado.

Uma chaminé num telhado vizinho, provavelmente desactivada - senão não tinha neve em cima nem à volta.

A minha salsa, coitada... Não é que eu tratasse muito dela, mas mesmo assim faz alguma pena...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Kolęda, pronomes e factos sobre Portugal

. Ontem recebemos a kolęda, visita dum padre da paróquia a nossa casa por ocasião do Natal. Ele entra, faz uma pequena oração, benze-nos a casa com água benta e depois senta-se um bocadinho à conversa. Aqui na nossa zona moram muitos antigos comunistas (eram os que tinham dinheiro depois da queda do comunismo para comprar casas nestes prédios), que não gostam desta visita. Há dois anos arrancaram o papel que avisa da vinda do padre da porta, para ninguém estar preparado para o receber. Já é o terceiro ano que recebemos a kolęda e, ao contrário do que acontece em casa de outras pessoas minhas conhecidas, o padre gosta sempre de se sentar um bocadinho a conversar. Às vezes desabafa a contar como o trataram mal noutras casas. Mas este ano não houve lamúrias. Veio um padre jovem, muito simpático, com quem ainda ficámos a falar um bocado, muito naturalmente. A Teresa também gostou dele.

. Uma coisa a que ainda não me habituei é o facto dos polacos escreverem os pronomes que se referem aos outros com letra maiúscula. Por causa disto, posso criar mal entendidos. Ou seja, tenho sempre de escrever "Te, Tu, Ti", etc. Custa é um bocadinho a habituar...

. Uma prima do Staś está a fazer um trabalho para o liceu sobre Portugal. Fez-me várias perguntas sobre factos que encontrou na internet e queria confirmar. Perguntou, por exemplo, se era verdade que os portugueses demoram sempre muito tempo a despedir-se, que respondem sempre que está tudo bem quando lhes perguntam, que comem várias refeições por dia. Depois houve também alguns factos meio estranhos que ela encontrou (não sei que sites andou ela a ler) que tive de negar. Tipo que os portugueses dormem umas três horas depois do almoço (era bom!...), que a hora de almoço no trabalho era entre as 12h e as 14h30 (imagine-se!...), que o Grândola Vila Morena era uma espécie de hino nacional e a canção mais popular (não exageremos... não lhe retiro o carácter histórico que tem, mas daí a ser hino nacional ou a mais popular é um bocado exagero). Digamos que foi uma conversa engraçada.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Sou outra vez tia!... ou será que devo dizer ciocia?

Ontem pela quarta vez na vida fui tia. Desta vez pelo lado polaco da família. As últimas semanas foram de grande stress, porque a pequena Marysia não estava a querer sair de dentro da mãe. Mas por fim lá se decidiu, com um empurrãozinho, a vir conhecer-nos. Agora quando a vamos ver é que é pior... A Teresa está meio constipada e mesmo que não estivesse no hospital não permitem visitas por causa das gripes e afins. Vai ter de ficar para um pouco mais tarde, mas espero que ainda antes do Natal.
E por ser a minha primeira sobrinha polaca, tenho de deixar pelo menos algumas felicitações em polaco:

Gratuluję rodzicom i całej rodzinie Marysi! :)

sábado, 12 de dezembro de 2009

Agora sim: está frio!

Se nos últimos tempos já tinha sentido vontade de me queixar do frio, então agora não sei o que dizer. Hoje chegou verdadeiramente o Inverno. Ontem já tinha estado fresco, mas hoje estivemos o dia todo abaixo de zero. Volta e meia caem uns floquinhos de neve, mas nada de especial. Os carros é que sentem mais isto, sobretudo os que - como o nosso - ainda andam com pneus de Verão. Hoje tive de andar um bocado na rua sem uma luva (a minha tendência para perder uma luva voltou a revelar-se... Felizmente acabei por a encontrar!!) e a minha mão ia congelando. Nem pensar em tirá-la do bolso. Com o frio que está não admira que a minha sobrinha polaca tenha decidido que não quer nascer e esteja a fazer a vida negra aos pais, que andam num stress desgraçado à espera do grande dia.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Visitas

Nos últimos tempos temos tido várias pessoas a passar por nossa casa. É sempre bom receber família e amigos, apesar desta época do ano ser particularmente ingrata, pois a maior parte do tempo não apetece passear na rua e há pouco que visitar. Em geral a temperatura tem-se mantido sempre acima de zero, por volta dos cinco, mais ou menos. Eu já estou mais ou menos habituada a isto e quando tenho de andar a pé na rua, ando no meu ritmo acelerado e muitas vezes até tenho calor. Mas andar em passo de passeio é impossível. Experimentámos no sábado e o resultado não foi bom. Nesse dia íam ligar as iluminações de Natal nas ruas da Stare Miasto e ía haver um concerto ao ar livre. Nós, que tínhamos ido almoçar por ali, ainda tentámos esperar pelo começo do espetáculo, só que na altura pareceu-nos impossível aguentar 45 minutos* ao frio para ver luzes de Natal. Ainda perdemos algum tempo a ver uma feira que montaram no Rynek - com coisas muito giras para presente - e já foi muito. Tentei aquecer-me com um chocolate quente, mas nem isso foi suficiente para me descongelar os pés e as mãos. É um engano, vejo temperatura acima de zero e acho que não está tanto frio. O segredo é ter sapatos bons, com sola grossa para isolar bem do frio (algo que naquele dia eu não tinha).
Frio à parte, até se tem vivido bastante bem por aqui. Casa quentinha (à excepção de quando as visitas nos abrem as janelas dizendo que está quente demais), boa saúde, tudo tranquilo, apenas a expectativa de conhecer a minha primeira sobrinha polaca, que não está com grande vontade de vir ver o mundo cá fora.
Enfim, pouco há para dizer. As próximas semanas serão dedicadas a compras de Natal e lentamente à preparação da nossa viagem até terras lusas. Já não falta muito tempo.
______________
* Sim, acabámos de almoçar e as luzes de Natal íam ser ligadas daí a pouco. Já estamos naquela altura do ano em que às 16h já é noite.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Retratos do céu de Varsóvia

Não tenho tido muito tempo para blogar, por isso - para não deixar o blog ao abandono - deixo aqui duas fotos do céu de Varsóvia ontem, ao fim da tarde e à noite.


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Retratos de Sulejówek

No Domingo esteve um dia muito manhoso, com muita chuva. Sem sabermos muito bem o que fazer, decidimos ir dar uma volta de carro por algum sítio interessante. Pegámos no mapa e começámos a olhar para os arredores de Varsóvia, à procura de uma direcção para onde não tivessemos já ido passear. Deparámo-nos com Sulejówek, uma vila a leste de Varsóvia. Há uns tempos tínhamos lido algo sobre a casa que o Piłsudski lá tinha. Decidimos assim tentar a nossa sorte para aqueles lados, à procura de qualquer coisa de interesse.
Sulejówek não tem muito que se lhe diga. É a típica zona suburbana, sem nada de especial. No entanto, lá pelo meio há uma ou outra casa digna de se ver. Uma delas é a do Piłsudski. Por sorte, está aberta só ao sábado e ao domingo, pelo que pudémos visitá-la.
Quando se começou a retirar um pouco mais da vida política, o marechal Piłsudski mudou-se para Sulejówek. A mulher dele encontrou lá uma casa boa para o casal e as duas filhas pequenas. Um par de anos depois, o exército polaco construiu outra ao lado, como agradecimento por tudo o que o marechal fez pela pátria. Piłsudski morreu poucos anos antes do início da IIª Guerra Mundial. Com a invasão da Polónia pelos alemães e pelos russos em 1939, a viúva pegou nas filhas e fugiu para Inglaterra, deixando a casa de Sulejówek ao cuidado de familiares próximos. Depois da guerra, os comunistas fizeram questão de dispersar essas pessoas e transformaram a casa num jardim infantil. Só há poucos anos é que conseguiram recuperá-la. Existe o projecto de fazer ali um museu, mas para já ainda está tudo muito provisório, pouco há para ver. A fase de jardim infantil alterou bastantes coisas no interior da casa e, apesar de agora já estar muito parecido ao que era, ainda pode ser melhorado. O piso de cima, por exemplo, não pode ser visitado por funcionar ali a administração da "casa-museu". O plano é passar essa administração para a casa antiga, lá ao lado, mas primeiro que isso aconteça... Essa casa está abandonada e aparentemente em muito mau estado.
O senhor que toma conta daquilo é um bom guia, que vai contando muitas coisas. Falou, entre outras coisas, da estadia do Piłsudski na Madeira, recomendada pelo médico, para ver se se tratava com os bons ares da ilha (tinha um câncro no fígado).
Mas, para já, deixo aqui algumas fotos do local.


A casa construída pelo exército polaco para o Marechal Piłsudski

Originais de livros escritos pelo Piłsudski nesta casa de Sulejówek

Toalha de mesa que trouxe da Madeira para a mulher como recordação

Algumas peças do serviço de loiças feito exclusivamente para ele (têm desenhadas as suas iniciais: JP)

A primeira casa onde viveu a família, antes de construirem a outra ao lado

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Uma enfermaria em casa

Os últimos tempos têm sido de loucos. Com o tempo que tem estado por aqui, não foi de estranhar que a nossa casa acabasse por se tornar num hospital. O Staś e a Teresa a antibiótico, só eu é que me escapei (fiquei-me pelas "mézinhas"). Só que, para além de ter de servir de enfermeira a tempo inteiro, tenho estado com uns trabalhos para fazer, o que me rouba todo o tempo livre.
No início das doenças, quando fomos às urgências do centro de saúde e o Staś pediu ao médico para lhe passar um atestado, pergunta-lhe o médico: "Quer 5 ou 7 dias (úteis)?" Ele respondeu 5. Fiquei logo toda contente. Boa! Uma semana em casa! Comecei logo a dizer que podíamos ir aqui e ali. Ele, muito surpreendido, diz-me que a ideia é ficar em casa de cama. Achei um bocado exagero, mas lá aceitei que iamos ficar uma semana enclausurados. Pensei que eram mariquices de polacos. Entretanto a Teresa também adoeceu. Foi então, com estas idas todas ao médico e tal, que percebi que cá as pessoas levam a sério tomar antibiótico. Não é como em Portugal, que a pessoa mesmo com antibiótico vai trabalhar e faz a vida normal. Pelo menos comigo era assim. Só que cá, com o clima desta época do ano, é um risco andar na rua durante o tratamento. Isto porque é muito fácil ter uma recaída. Eu, que também estive meio adoentada, tive de sair uma ou outra vez de casa e senti que esses "passeios" não me ajudaram grande coisa. Ou seja, na Polónia, quando temos alguma constipação mais forte, é melhor não se armar em herói e querer fazer a vida normal. Bem, mas felizmente o pior já passou.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Outra ida ao médico

As idas ao centro de saúde aqui na Polónia dão sempre vontade de contar. Há sempre um ou outro pormenor interessante. Ontem fui a uma consulta de otorrinolaringologia ao centro de saúde. Quando lá entrei, passado pouco tempo já estava a suar. Não faço ideia como é que eles regularam os caloríferos, mas estava um calor exagerado. Para quem está constipado, isto não ajuda nada. Deixei o meu casaco no bengaleiro na entrada e dirigi-me à zona da laryngologia, como eles lhe chamam. Fiquei logo assustada quando vi a quantidade de pessoas sentadas à espera. Supostamente tinha marcação para as 19h. Eram 18h40 quando cheguei (preferi chegar com antecedência) e estavam 5 pessoas à espera... Mentalizei-me logo que ia ter de ficar ali uma eternidade. Passado um bocado, abre-se a porta do gabinete e aparece uma enfermeira com um papel na mão e a chamar um nome. A pessoa em questão levantou-se e dirigiu-se ao gabinete. Nesse momento, outra ao meu lado começa a reclamar, porque diz que estava marcada para as 18h15. A enfermeira perguntou-lhe o nome, olhou para o papel e disse que não, que estava para mais tarde. A senhora ainda rabujou, mas não lhe serviu de nada. Um homem também começou a falar com a senhora, a perguntar quando tinha marcação, ela olhou para o papel e disse que o nome dele não aparecia. Ele explicou que tinha estado lá de manhã a combinar, mas não serviu de nada. Porta fechada e ponto final. A senhora das 18h15 entretanto começou logo a mandar vir em voz alta, com frases do estilo: "Parece que voltámos ao tempo dos comunas, etc". Claro que entretanto outras pessoas começaram também a opinar e tal. O homem começou a contar a história toda da sua marcação inexistente e assim se gerou um ambiente típico de reclamação, todos a dizerem mal do serviço de saúde. Quando se acalmaram (entretanto entrou a senhora das 18h15), comecei a ouvir de dentro do gabinete uns berros interessantes, voz de homem. Pensei que ela estava a mandar vir com o médico e ele lhe estava a responder. Do outro lado do corredor, à porta de outro gabinete, uns pacientes também trocavam comentários pouco agradáveis em relação a quem seria o próximo a entrar.
Para minha grande surpresa, às 19h a enfermeira apareceu a chamar-me. Passei à frente de quase todos os que lá estavam. Entrei e afinal não foi tão mau. O médico não era nenhum monstro, nem que quis atacar. Foi super despachado - talvez despachado demais para o meu gosto. No fim, saí de lá e fui directamente à farmácia aviar a receita. Passou-me uma lista interminável de coisas, sobretudo porque alguns remédios mandou comprar logo 3 caixas de uma vez... Ou seja, aquilo que não gastei na consulta, acabei por gastar na farmácia! O mais curioso é que receitou-me um líquido para gargarejar cujo nome me soou muito familiar... Já uma vez falei dele aqui, num post sobre Chernobyl. Chama-se lugol e era o que as crianças polacas tiveram de tomar na sequência do desastre de Chernobyl, por causa das radiações. Devo dizer que achei sinistro. Bem, mas ao menos não tenho de beber aquilo, porque sabe mesmo mal (basicamente é tipo betadine...).
Tudo isto para dizer que até acho piada ir ao centro de saúde. Apesar de tudo não acho que seja mal tratada e sempre dá para ouvir umas bocas interessantes que as pessoas vão mandando umas às outras na sala de espera.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O meu primeiro concurso na Polónia

Vá-se lá saber porquê, sempre tive tendência para ganhar passatempos. Em Portugal volta e meia participava, fosse nas promoções de Verão da Coca-cola ou do Ice Tea, ou em outras variadas. Ganhei uma máquina fotográfica digital, um discman que lia mp3, uma viagem de avião, um bilhete para o Rock in Rio, eu sei lá! Não sei se foi sorte ou não, simplesmente gosto de participar e por isso de vez em quando lá aparece um prémio.
Pela primeira vez resolvi participar num passatempo na Polónia. O suplemento de um conhecido jornal polaco criou uma página de internet dedicada às mulheres, na qual pôs uma série de passatempos, talvez como "promoção de abertura". Por curiosidade fui lá ver o que havia, olhei para os vários prémios, escolhi aquele que me pareceu mais interessente - e participei nesse. Dois dias depois recebi um mail a dizer que ganhei o prémio e agora tenho de o ir lá buscar hoje ou amanhã. Vamos ver se consigo. O mais curioso é que participei tanto só por participar que nem reparei que o prémio era um conjunto de cremes para quem tem mais de 35 anos... Quem sabe, pode ser um bom presente de Natal para alguém.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Mazúria

No Verão do ano passado passámos um fim-de-semana na Mazúria. Na Polónia é conhecida como a região dos lagos, pois nela encontram-se imenso e enormes lagos. Gostei muito e fiquei mesmo com vontade de lá voltar.
Há poucos dias, em conversa com uma amiga originária da Mazúria, fiquei a saber que aquela região só há relativamente poucos anos pertence à Polónia. Durante séculos esteve sob o domínio da Prússia. Só depois da IIª Guerra Mundial passou novamente a fazer parte da Polónia. Nessa altura, como aconteceu com todo o lado ocidental da Polónia (na altura pertencentes ao Reich alemão), os habitantes da Mazúria viram-se forçados a sair das suas casas, para irem para a Alemanha. Sabia que isto tinha acontecido com os alemães que viviam em toda aquela zona da Pomerânia, Silésia, etc, etc, e com os polacos que viviam nos territórios actualmente pertencentes à Ucrânia e Bielorrússia. Não fazia ideia que o mesmo se tinha passado na Mazúria. Mas pelos vistos assim foi.
Essa minha amiga contou algumas coisas sobre a avó, que se recusou a sair da sua terra nessa altura. Diz que não se considera nem alemã, nem polaca, mas sim "mazura", se é que assim se pode dizer. Por causa disto, acabou por sofrer bastante quando os russos entraram por ali a dentro. Como era considerada alemã (pois vivia em território prusso), acabou por sofrer represálias por isso. As irmãs dela, por exemplo, tiveram vários filhos fruto de violações por parte dos soviéticos (tios desta minha amiga! Admito que faz impressão...). Eram assim, os russos. Já tinha ouvido a visão da avó do Stas, que vivia na zona oriental da Polónia, sobre eles e agora pelos vistos a avó desta amiga, de uma região completamente diferente, tem uma opinião igual. Os russos eram definitivamente bárbaros (e de certa forma continuam a ser...).
Com tudo isto fiquei então a saber que a Mazúria tem uma cultura própria e até teve (não sei se ainda tem) um dialecto próprio. Uma das nossas próximas viagens sem dúvida será para aqueles lados.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Doçaria portuguesa

Se há coisa que me chateia na Polónia é não haver cafés normais. Existem pastelarias, onde se vendem só mesmo doces, padarias, onde se vende pão e alguns bolos e os cafés, onde se vende sobretudo café, chá, algumas sandes daquelas tipo área de serviço e uns bolitos. Faz-me muita falta o café à portuguesa, onde posso comprar bolos, salgados, pedir uma torrada ou uma tosta mista, comprar um pacote de pastilhas; às vezes até comer uma sopa ou um almoço normal. Por acaso uma vez descobri um sítio no centro onde fazem tostas mistas, mas era um sítio mínimo onde não havia praticamente nada.
Os bolos na Polónia são todos um bocado exagerados. Têm muitas mariquices. Muitos cremes, muitas misturas de sabores, muitas frutas, eu sei lá! Não é que não goste deles, mas às vezes sinto falta de pedir um simples queque ou outro bolo do estilo, assim sem nada de especia. O mais parecido que encontro com isto é o pączek, e mesmo assim não tem nada a ver. Há também a babeczka (na foto, a base típica da babeczka), mas normalmente tem um creme qualquer esquisito.
Para tirar a barriga de misérias, volta e meia faço algum doce português. Em geral nunca faço nada muito complicado. Já me aconteceu várias vezes ir a uma festa ou algo do estilo e levar uma sobremesa. No início fazia mousse de chocolate (feita por mim, claro, nada de alsas nem afins), depois passei a fazer bolos, queques, etc. O mais curioso é que os polacos adoram estes nossos doces. Devem estar tão habituados a bolos ultra-elaborados, que quando vêem - e provam! - um bolo do mais normal possível, adoram! E repetem, e acabam-me logo com o dito. Bem, nem falo da mousse de chocolate, que é uma verdadeira perdição para toda a gente. Às vezes acontece-me fazer qualquer coisa só para nós cá em casa, mas infelizmente as quantidades dos livros de culinária são sempre para um batalhão. Nós, que ainda somos pouquinhos, não conseguimos nem por sombras dar cabo daquilo. Então, o Stas acaba por levar o bolo/doce para o trabalho e os colegas dele dão cabo dele em três tempos. Acho que eles são os meus maiores fãs. Mas também não admira, sou a única pessoa que lhes manda doces. Da última vez foi um cheesecake, já há algumas semanas. Só que ao que parece, já estão com saudades outra vez. Ontem o Stas chegou a casa e disse-me que eles perguntaram quando é que eu estava a pensar em fazer outro bolo...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um Outono a resvalar para Inverno

É o terceiro Outono que passo em Varsóvia e devo dizer que estou surpreendida. Este ano a passagem do Verão para o Outono foi um bocado à bruta. Há uns dias que veio um frio horrível, daqueles em que eu já usava o casaco que usei todo o Inverno passado.
Hoje, agora de manhãzinha, estava eu a tentar adormecer depois da T nos ter acordado com qualquer pesadelo ou algo do estilo, quando comecei a ouvir o som de um despertador. Olhei para o nosso, mas não era ele (até porque ele toca rádio). Levantei-me ligeiramente e reparei que vinha do nosso termómetro. No ano passado comprámos um termómetro para o carro, mas já depois do termos comprado vimos que não tinha luz e decidimos comprar outro. Este, entretanto, aproveitámos e pusemos no nosso quarto. Assim sabemos sempre quantos graus estão na rua e em casa. Ora, o dito termómetro começou a apitar do meio do nada. Como aquilo também tem relógio pensei que alguém teria tocado sem querer nos botões e tinha ligado o despertador (àquela hora nem pensei que os termómetros do carro não costumam ter despertador). Levantei-me e quando cheguei lá perto ele calou-se. Voltei a deitar-me. Passado um bocado volta a tocar. Desta vez foi o Stas que se levantou. E afinal o que era? Como este termómetro supostamente é para um carro, começou a apitar porque na rua estavam 2,5ºC, ou seja, perigo de gelo (o que é estranho é que já o temos há um ano e nunca o ouvi a apitar...). Se já é mau demais acordar cedo com uma bebé a choramingar, saber que na rua estão quase 0ºC é péssimo. Passado um bocado diz-me o Stas que está a nevar!!... Mal podia acreditar! Fui à janela, mas não vi nada. Era só aquela neve levezinha que derrete mal toca o chão.
Neste momento já são 9h, na rua estão 0ºC e está a nevar non-stop!! Telhados brancos, carros estacionados brancos, relva branca... Só os passeios e estradas ainda não mudaram de cor, porque a neve derrete logo. Mas, por este andar, daqui a umas horas ainda vou pôr aqui uma foto de tudo branquinho.
Mas, ó meus amigos, hoje é só dia 14 de Outubro!!!! Neve??? Alguém que fale com S. Pedro, porque isto já não está a ser normal!!...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Retratos de Kazimierz Dolny

No sábado fomos passar o dia a Kazimierz Dolny. Há imenso tempo que tinha vontade de lá ir, mas nunca se tinha proporcionado. Este sábado, mesmo depois de ter arrancado um siso na véspera, lá nos metemos a caminho. Tivemos sorte, porque nos dias anteriores tinha chovido, mas naquele dia não caiu uma gota. A viagem é um bocado chata - como a maioria das viagens na Polónia, pela qualidade da estrada. Quer dizer, há zonas boas onde não dá para andar muito depressa e zonas com piso péssimo onde até se consegue andar alguma coisa de jeito. Coitadinho do nosso carro!...
Kazimierz é uma cidade situada na margem do rio Vístula. O rei Kazimierz o Grande construiu ali um castelo para vigiar o acesso por barco a Cracóvia (na altura a capital do reino). Devo dizer que o castelo tem de facto uma vista estrondosa para o rio. Era impossível alguém passar por ali despercebido. Infelizmente o castelo foi destruido durante a guerra com os suecos e depois com as partilhas da Polónia (Kazimierz ficou na parte que pertencia à Rússia), os russos não deixaram reconstruir o castelo. Anos mais tarde, no período entre guerras ainda tentaram, mas de tal modo o castelo estava degradado que não havia mesmo hipótese. Note-se que à saída da praça do mercado encontrámos um muro de uma casa curiosamente construido com pedras iguais à do castelo (típico, as pessoas roubarem das ruinas para as suas próprias casas...).
Kazimierz é uma vila que lembra um pouco o estilo de Sintra. Tem uma praça central onde há algumas casas bonitas e muitas lojas de recordações. Dizem que é típico de lá pão em forma de galo. Nós por acaso não comprámos, mas vi à venda em vários locais. Para além disso vendiam também muitas coisas de verga.
Mas em vez de estar a descrever, vou mostrar alguns pormenores interessantes da vila (se quiserem ver alguma das fotos com melhor qualidade, cliquem em cima dela).



Uma das casas bonitas da praça do mercado. Esta e a do lado têm a fachada toda esculpida, são muito bonitas.







Outra vista da praça, com umas arcadas onde há lojas e os típicos artistas que há em todos os centros de cidades...








A zona das esplanadas na praça central.








Uma fonte no meio da praça (já estava farta daqueles tipo que nunca mais saíam dali, por isso tirei a foto mesmo com eles...).







Um pormenor de uma janela e da porta principal da igreja de Kazimierz.










A vista do castelo sobre a cidade e o rio.









A torre, que fica a uns metros do castelo.










O castelo visto da torre.








Parte de cima da fachada do museu de Kazimierz.








Entrada da "Galeria do Vinho Tinto"...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

As crianças têm destas coisas

Ontem à noite e hoje de manhã andei pela casa toda à procura do ursinho de peluche preferido da T. Fartei-me de procurar e não o encontrei em lado nenhum. E agora, há coisa de poucos minutos, ela apareceu ao pé de mim com ele na mão...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Completamente descabido

Há uns dias veio uma notícia absurda num jornal diário. Ao que parece, o Ministério da Administração Interna alemão está a atribuir a nacionalidade alemã a todos os polacos que nasceram antes de 1990 nos territórios que anteriormente pertenciam à Alemanha. Ou seja, alguém que tenha nascido em Wrocław entre 1945 e 1990 pode ter dupla nacionalidade. Qual é o argumento deles para justificar este procedimento? Dizem eles que a Conferência de Potsdam, onde se procedeu à reorganização do território alemão (e onde se decidiu que a zona oriental da Alemanha passaria a integrar a Polónia), não foi válida. E porquê 1990? Porque nessa altura a Polónia e a Alemanha assinaram uma espécie de tratado de paz. Historiadores polacos afirmam que esta teoria é completamente disparatada, pois o Reich alemão deixou de existir a 8 de Maio de 1945. Já os alemães dizem que o Reich continuou a existir para além do Tratado de Potsdam. E a discussão poderia continuar por muito mais tempo.
Será que esta gente não tem mais nada para fazer? Haja paciência!...

Iupiiiiiiiiiiiiii

Finalmente ligaram o aquecimento central!!!

Ok, sei que isto parece descabido para quem está em Portugal a apanhar uma caloraça daquelas. Mas é que aqui o Outono entrou em grande. Durante o dia até tem estado um calorzito, mas de manhã e ao entardecer... É para esquecer! Um briole desgraçado. O termómetro teima em oscilar entre os 10ºC e os 15ºC. Hoje, para piorar, está de chuva. Já não me imagino sair de casa sem meias, nem sem um casaco de reserva. Com este panorama, já dá para perceber porque me alegrei tanto ao sentir hoje um calorzinho a vir dos aquecedores.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A vida difícil dos mineiros

Faz hoje uma semana que houve um acidente grave numa mina de carvão em Wujek-Śląsk (lê-se shlonsk). Apesar de todos os controles de segurança, durante os trabalhos numa parede houve uma repentina subida no nível de metano no ar, que provocou uma explosão mais ou menos a 1km debaixo da terra. Não se sabe bem como terá acontecido, pois foi totalmente imprevisível. Hoje morreu o 18º mineiro, que estava internado há uma semana. 12 tiveram morte imediata no local. Há ainda pelo menos 34 internados em estado grave. O presidente decretou luto nacional e até o Papa deu as condolências no fim da sua habitual catequese de quarta-feira (é engraçado ouvir o sotaque dele a falar polaco). O Durão Barroso também enviou uma mensagem de pesar.
Ser mineiro, de facto, não é uma coisa fácil. Um amigo nosso proveniente daquela região disse que lá se sente o síndroma das famílias dos mineiros, pois num prédio em cada andar há pelo menos uma viúva de um mineiro. Os homens morrem cedo, já que é uma profissão extremamente desgastante (nem falo nos acidentes que infelizmente às vezes acontecem).
Ao que parece, o último grande acidente numa mina na Polónia foi em 2006. Esperemos que agora não se volte a repetir tão cedo.
Acrescento apenas que na Polónia há muitas minas: de sal, de enxofre, de calcário, de argila, etc. Penso que se situam sobretudo no sul do país. Para eles é normal ouvir falar de minas. Para mim não foi tanto, por isso tiveram de me explicar certas coisas básicas, como por exemplo que existem sensores que detectam gases no ar e o que é preciso para o metano gerar uma explosão. Interessante tudo isto, não fosse o facto de terem morrido tantas pessoas.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Formas de tratamento

Há uma coisa nos polacos que sempre me fez alguma impressão. A partir dos 18 anos, mais ou menos, todas as pessoas são tratadas por "senhor" e "senhora". Na faculdade, por exemplo, os professores dirigem-se aos alunos desta maneira. Confesso que às vezes soa-me um bocado ridículo quando vejo tratarem um jovenzito desta forma, já que em Portugal não é nada assim.
Mas o que acontece é que neste aspectos os polacos são muito mais bem educados do que os portugueses. Há dias, por exemplo, vi um rapaz com idade de andar no liceu abrir o portão de entrada para o nosso condomínio. Estavam dois homens parados à conversa ali ao lado e ele quando abriu, virou-se para eles e disse: "Os senhores também vão entrar?". Ora, este gesto e estas palavras tão simples chamaram-me a atenção. Será que o adolescente português nas mesmas condições teria esta atitude? Será que ele diria algo como "os senhores"? É esta delicadeza nas formas de tratamento, que se vê já em crianças pequenas, que não deixa de me surpreender. Sempre que falam com uma pessoa desconhecida lá vem o belo d' "o senhor" ou "a senhora". Eu própria já dou por mim a falar desta maneira. Mas confesso que ainda me faz confusão virar-me para um jovenzito imberbe e chamar-lhe senhor.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Música infantil polaca

Neste Verão, uns amigos nossos polacos deram-nos uns CDs de música infantil dos filhos, por estes já não terem idade para os ouvir. A T adora-os, mesmo! Como ela gosta muito de dançar, qualquer música é bem-vinda. Mas destes CDs, por terem umas melodias próprias para crianças, ela gosta particularmente. Para mim também têm sido bons, porque acabo por ir aprendendo uma série de coisas em polaco, desde expressões a jogos próprios de crianças. Já nem falo de vocabulário (sim, aprendi a dizer "rastejar", "andar à caranguejo", "latir", etc).
No entanto, para além deste lado bom, estes CDs também têm algumas músicas com letras meio tontas... Ok, sei que as músicas para crianças normalmente são um bocado assim, mas estas às vezes são demasiado imbecis. Por exemplo:

Tenho um leão [de peluche]. Às vezes digo-lhe: "Gatinho, fica aí sossegadinho" ... Chamar gatinho a um leão??? Nem comento....
Vamos construir uma casa. Construimos portas e janelas. E no fim rebentamos com tudo... para poder construir outra vez. ... Sim, realmente, muito educativo...
Mamã, papá, quando for grande vou ser limpa-chaminés! ... Que grande alegria para os pais!!

Enfim, há assim uma ou outra realmente parva. Tirando isso, as músicas até são jeitosas e a T diverte-se muito a ouvi-las. São de facto uma boa ajuda em momentos de crise.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

17 de Setembro de 1939

Depois da grande efeméride no início deste mês, ontem assinalou-se o 70º aniversário da invasão soviética na Polónia. Em coisa de um mês (falando de 1939, claro), a Polónia ficou completamente encurralada. Já aqui uma vez falei do excelente filme de Andrzej Wajda, Katyń. Volto a referi-lo, pois há uma cena inicial do filme que mostra muito bem esta realidade. Um grupo de civis fugia em direcção ao leste, com malas e tudo o que conseguiram levar consigo. A certa altura chegam a uma ponte e vêem do outro lado um grupo de pessoas nas mesmas circunstâncias, mas a fugir em sentido contrário. Alguém do segundo grupo grita para o primeiro: "Para onde é que vocês vão?". Ao que lhes respondem: "Estamos a fugir dos nazis. E vocês?" "Nós dos russos." Esta cena transmite uma excelente sensação de encurralados, de como não havia grande opção de fuga.
A avó do Staś, que viveu os anos da guerra como adolescente, conta que os russos eram muito piores que os alemães. Diz que se os alemães causavam muitos danos, os russos por onde passavam não deixavam mesmo nada. Basicamente a diferença que me explicou é que os alemães eram minimamente civilizados e os russos uns autênticos bárbaros. Isto, aliás, vê-se em fotos de guerra. Quando se vêem paradas de russos a passar por cidades polacas é vê-los cada um como cada qual. Ou seja, nada arranjados, todos chungosos. Já os alemães andavam todos bem vestidinhos e tal.
Se uns já eram suficientemente maus, acho que os polacos não esperavam que pudesse acontecer algo ainda pior. Ainda por cima, os russos vieram com a promessa de ajudar a Polónia a libertar-se dos nazis, o que - obviamente - era treta. E o resto da história acho que já é conhecido.
Ontem ouvi na rádio uma mulher, deportada para a Sibéria durante o tempo da ocupação russa (como, aliás, aconteceu a muitos polacos, a ponto de dizerem que há na Sibéria autênticas cidades polacas). A senhora actualmente vivia na Austrália ou Nova Zelândia, não me lembro bem. Dizia ela que de tal maneira passou fome que jamais pensou que iria sobreviver. A descrição daqueles tempos na voz dela era absolutamente aterradora. Dizia que actualmente dá constantemente graças a Deus por ter sobrevivido e por ter conseguido formar uma família. 70 anos depois do início de uma página das mais negras na história da Polónia, continuam-se a ouvir relatos de reter a suspiração.

Nas últimas semanas tem-se falado muito sobre o massacre de Katyń. No parlamento discutem se se há-de considerar genocídio, se quê. Já há algum tempo que se tinha definido esta questão. Porquê voltar à discussão? Porque parece que o défice das contas públicas é bastante grande e por isso o governo arranja discussões fantasma para ocupar os meios de comunicação social e afastar do que realmente interessa. Pelos vistos não é só em Portugal.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Polónia tem destas coisas

Acabei de ir tirar uma fotocópia a uma loja que era simultaneamente loja de fotocópias, fotógrafo, agência de viagens e loja de vestidos de noiva e afins.

Porque gosto de conduzir em Varsóvia

Porque posso mudar de faixa à vontade e as vezes que quiser, sem ter os outros condutores à procura da melhor maneira para me lixar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fantástico!

O boletim de voto dobrado em quatro é ligeiramente maior do que o envelope verde em que é suposto enfiá-lo, o que torna mais difícil o acto de fechar o dito cujo. É incrível; isto realmente só em Portugal!!...

Conversas de sala de espera

Hoje fui com a T ao centro de saúde, para tratar de umas coisas com a pediatra (pediatra do serviço público, nada de números de telemóvel para onde se pode ligar a torto e a direito à mínima questão). Apesar do mau humor com que as enfermeiras hoje estavam, até acho que aquilo lá funciona bastante bem. Esperámos um bocado para sermos atendidas, porque não tínhamos marcação, mas nada demais.
Estava eu muito bem sentadinha à espera quando chegou um homem com uma senhora com ar de mãe/sogra e um bebé tipo a T. Sentaram-se ao meu lado e do outro lado sentou-se outra senhora, que ao princípio nem percebi que estava com eles. Quando entraram para o gabinete, essa senhora ficou à espera e disse-lhes alguma coisa em espanhol. Meti logo conversa e disse que era portuguesa. Ficámos ali a tagarelar durante o tempo da consulta deles e no fim ainda falei um pouco com o filho (chileno, casado com uma polaca). Já é a segunda vez que encontro casais mistos espanhóis-polacos em locais públicos e com quem falo. As pessoas que também estavam à espera ali no centro de saúde só olhavam para nós, até porque a senhora (como todos os hispano-hablantes) falava um bocadinho alto.
Durante este pequeno colóquio mais uma vez apercebi-me que estou com uma mistura horrível de línguas na minha cabeça. Volta e meia queria responder-lhe usando palavras polacas e tinha de travar a fundo, parar e pensar como se dizia isso em espanhol. É uma desgraça!


Mudando radicalmente de tema, a T desde que nasceu vai todas as semanas a casa dos bisavós. Habituou-se a eles desde sempre e em geral gosta. Houve uma fase em que deixou de querer ir para o colo deles, mas já lhe passou. Agora, quando lá estamos, senta-se ao colo do bisavô, muito séria, enquanto ele lhe faz cavalinho e canta músicas. A particularidade disto é que muitas dessas músicas são aquelas típicas do tempo da guerra, que os soldados da resistência cantavam. Ela, com o seu ar sério e compenetrado, parece estar a sentir o que ele canta. Qualquer dia, em vez de cantar musiquinhas próprias de criança, vamos ter a T a entoar hinos patrióticos polacos e outras coisas do estilo. Estou para ver.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Porażka

Hoje não é um bom dia para se falar de futebol na Polónia. O desaire de ontem frente à Eslovénia acabou de vez com o sonho de ir ao mundial e deixou um sabor amargo na boca dos polacos. Uma exibição nada de especial que culminou com a esperada despedida do treinador, Leo Beenhakker (que, coitado, parece que soube da coisa através dos meios de comunicação social, antes da Federação lho comunicar pessoalmente...). Vá lá que Portugal sempre teve mais sorte. Depois do último jogo confesso que achei que também íamos por maus caminhos.
Para chatear ainda mais, hoje um dos diários polacos publicou uma pequena conversa com o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, em que ele diz que acha improvável o Euro na Polónia em 2012... Escolheu uma boa altura para dizer isto, sim senhor.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Momento alto do dia

Acabei de receber uma carta registada do Ministério da Administração Interna de Portugal. Dentro dela, dois envelopes (um verde e um branco), um boletim de voto e uma folha com as instruções. Ou seja, a partir deste momento, posso votar quando quiser.
Confesso que não estava à espera disto. Pensei que só votasse mesmo no dia das eleições. Afinal, hoje à tarde já posso ir aos correios comprar selos, registar a carta e enviar a minha participação cívica.
O meu primeiro voto de emigrante! Que emoção!

(Vá lá, deixem-me ter ainda durante uns momentos a ilusão de que o meu voto vai fazer ter alguma importância...)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Stress pós-férias

Contaram-me que na segunda-feira passada alguns jornais portugueses traziam artigos sobre o chamado "stress pós-férias". Mas que sabem esses jornalistas sobre este assunto??
Stress pós-férias é apanhar no mesmo dia 40ºC e 14ºC; é chegar a Varsóvia e estar uma semana com dias manhosos, frio e chuva e sentir-se em pleno Inverno (português, claro). Stress pós-férias é estar bronzeado e não poder mostrá-lo a ninguém, porque o tempo obriga a usar manga comprida, meias e sapatos.
Que nenhum morador de Portugal nos venha falar de stress pós-férias, porque não faz a mínima ideia do que isso é!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Propaganda eleitoral portuguesa... na Polónia!

Isto de estar recenseada aqui tem que se lhe diga.
Ontem chegou à minha caixa do correio uma carta dirigida pessoalmente a mim (com o meu nome e morada completos) de um dos partidos políticos que concorre às próximas legislativas em Portugal. Abro a carta e vem um panfleto a dizer que querem servir os portugueses na diáspora, etc e tal. Ainda não li tudo, mas vi que tinha uma coisa interessante: no fim explicava como se vota no Consulado (o que eu por acaso ainda não sabia). Parece que temos de dobrar o boletim de voto em 4, meter num envelope verde, fechar e meter dentro de outro envelope. Bem, mas sobre isto falarei depois das eleições, de experiência própria.
Achei piada a esta iniciativa (esquecendo o facto que não era suposto eles terem acesso aos meus dados pessoais, mas enfim...). Vamos lá ver se também recebo cartas dos outros partidos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O tipo devia mas é ser banido do futebol!

Não consigo deixar de estar em choque com o que aconteceu ao jogador polaco Marcin Wasilewski, do Anderlecht, no jogo de passado Domingo, com o Standard de Liège. O jogador Alex Witsel fez uma falta brutalíssima sobre ele em que lhe partiu os dois ossos da perna. O raio-x não engana ninguém. O vídeo no youtube choca. Como é possível alguém fazer uma falta daquelas? O faltoso já pediu desculpa, diz que não é nenhum bruto, etc. Para além do vermelho directo levou ainda uma suspensão de não sei quantos jogos. E o outro, que levou a pancada? Quando é que vai poder voltar a jogar? Já tem uns 29 anos, estava num bom momento, parece que lhe estragaram tudo. Li uma notícia a dizer que um dos colegas falou com ele no hospital e disse que ele estava psiquicamente em baixo. Não admira, as perspectivas para o futuro não são grande coisa.
Quando me enviaram o link para o filme com a falta, escreveram: "Não vejas isto enquanto tomas o pequeno-almoço, porque podes ficar mal disposta." Achei um exagero, mas por acaso decidi não ver enquanto comia. E que bem fiz eu! O filme enoja mesmo.
Tenho muita pena dele, espero que não seja esta a forma de acabar a carreira. Há quem diga que sim, que ficou acabado. Há quem diga que não, que com fisioterapia e tal vai voltar ao mesmo. Eu confesso que estou pessimista. Não sei como é possível um bom jogador depois disto voltar a ser o que era. Espero estar errada.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

1 de Setembro de 1939

Ontem acordei com a notícia na rádio que se assinalava o 70º aniversário do início da IIª Guerra Mundial. Há 70 anos as tropas alemãs tinham entrado na Polónia e preparavam-se para a conquistar, perante a passividade dos russos, aliados depois do Pacto Ribbentrop-Molotov. A maioria dos meios de comunicação social falou sobre esta data. A revista Newsweek apresenta uma descrição dos primeiros dias da guerra (ainda não tive oportunidade de ler), a Wprost tinha na capa imagens do Putin, da Merkel e falava sobre o Pacto R-M, dizendo que aquelas duas nações deviam pedir desculpa (devo dizer que a capa me pareceu um pouco sensacionalista... mas e daí, não sou polaca...). O jornal Rzeczpospolita ofereceu com a edição de ontem uma reedição do jornal Kurjer Warszawski de 1 de Setembro de 1939. Achei esta ideia muito gira. Desde que andei mergulhada em jornais do início do séc. XX na Biblioteca Nacional, em Lisboa, que fiquei fã destes exemplares antigos. Claro que é uma cópia, mas é interessante na mesma. Na capa aparecem o Presidente e Primeiro Ministro da altura e uma mensagem do Presidente, que diz mais ou menos isto:

Cidadãos da República!
Na noite de hoje o nosso inimigo de sempre iniciou uma acção ofensiva contra a Nação Polaca, o que considero também contra Deus e a história.
Neste momento em que isto acontece, volto-me para todos os cidadãos desta nação com a profunda convicção de que toda a Nação, em defesa da sua Liberdade, Independência e honra, se concentra em torno do Comandante Supremo e das forças armadas, bem como oferece uma resposta digna aos atacantes, como mais de uma vez já aconteceu na história das relações polaco-alemãs.
Que toda a Nação Polaca, abençoada por Deus, na luta pela sua santa e justa causa, juntamente com o exército, siga de mão em mão para o campo de batalha e para a vitória total.
Ignacy Mościcki
Presidente da República
Varsóvia, 1 de Setembro de 1939

Um pormenor interessante que fiquei a saber quando vim para cá foi o pretexto que a Alemanha inventou para atacar a Polónia. Parece que uns alemães vestiram-se com uniformes polacos e atacaram um posto de soldados alemães perto da fronteira, dizendo que a Polónia tinha atacado a Alemanha e assim justificando a sua acção. Muito espertos.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Regresso

Ontem passámos de 40ºC para 14ºC... Chegámos a Varsóvia à noite, contentes por termos feito um voo directo e encontrámos tudo na mesma. Foi o fim das férias, por agora. Passámos duas grandes semanas por terras lusas, em que desfrutámos do melhor da costa alentejana e da beira alta. Mais notícias serão dadas nos próximos dias. Agora ainda temos de acabar de desfazer as malas. Até já!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Férias

Parece que as fotografias do Mar Báltico vão ter de ficar para depois. O blog vai de férias à terra natal e volta daqui a duas semanas. Venha agora o Atlântico!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Primeiro contacto físico com o Mar Báltico

Na semana passada fomos passar uns dias à praia. Foi o meu primeiro contacto físico com o Mar Báltico. Há um ano e meio já tinha estado na zona da Trójmiasto (nome como é conhecida a região de Gdańsk, Gdynia e Sopot), mas como era Inverno limitei-me a olhar o mar, de kispo e gorro enfiado quase até ao nariz. Desta vez foi diferente.
Na 4ª feira ao fim da tarde partimos em direcção a Ustka, uma cidade portuária no norte da Polónia. Pensámos muito sobre que trajecto tomar e por fim decidimos ir por um caminho um pouco mais estranho, mas em que beneficiaríamos de vários quilómetros de autoestrada. A viagem até nem se fez mal - só ao princípio a Teresa se queixou um bocado, mas depois sossegou. Chegámos à meia-noite. Estas viagens por dentro da Polónia são sempre longas, devido ao tipo de estradas. Elas até nem são más, há muitas rectas onde se anda bastante bem. O problema é que de repente entra-se numa povoação, surgem passadeiras, cruzamentos, etc, e lá se vai a boa velocidade a que vínhamos.
Para já, vou só referir a viagem de ida e de regresso, a estadia na praia fica para outro post. A piada de se andar por estas estradas nacionais é que se vão encontrando umas coisas interessantes. Tanto para lá como para cá cruzámos duas vilas onde havia ruínas de castelos dos templários. Numa delas, o castelo estava ainda muito bem conservado. Lembrou-me bastante o de Ciechanów, onde estivemos no ano passado, mas acho que era mais bonito. Tenho algumas fotos que tirámos na viagem de regresso, porque tivemos o azar (ou a sorte) de ficar parados numa fila nuns semáforos mesmo ali. Depois mostro. Acho muito interessante este tipo de castelos, porque não tem nada a ver com os nossos. São de tijolo, em algumas zonas há tijolos mais escuros a fazer um pequeno desenho, depois têm uns buracos onde se enfiavam umas grossas traves de madeira para formar pisos. São mesmo giros. Numa dessas vilas vimos, uns quilómetros à frente do castelo em ruínas, uma casa antiga também de tijolo. Tinha completamente ar de ter sido construída com os tijolos que faltavam ao castelo! Este pessoal pelos vistos desenrascava-se como podia.
Durante a viagem cruzámos o rio Vístula duas vezes, da segunda vez antes de entrar na autoestrada. A autoestrada é boa, anda-se lá muito bem. Só falta introduzirem Via Verde, para não se ter de ficar parado nas portagens, mas... para isso é preciso haver uns quilómetros mais de autoestrada na Polónia! Depois de sair, fomos por uma estrada secundária que atravessou a região dos Kaszubi. É uma região da Polónia muito característica, penso que a única que tem um dialecto próprio. As placas com os nomes das povoações apareciam sempre escritas em polaco e por baixo ou mais à frente em "kaszubiano". Não consegui tirar uma fotografia a nenhuma, porque já era muito tarde e íamos com alguma pressa.
Quase na etapa final da viagem, passámos por Słupsk. Para minha grande surpresa, esta cidade parecia não ter nada de polaco! O Staś dizia que parecia uma cidade alemã. Nunca estive na Alemanha (pelo menos fora dum aeroporto), mas de facto polaco é que aquilo não era! E, na realidade, aquela região pertenceu durante anos à Prússia, daí que seja muito normal ter influências germânicas. Não entrámos a fundo na cidade, só atravessámos algumas ruas principais. Mas devo dizer que a achei lindíssima.
Em relação a Ustka, a cidade portuária e de praia daquela zona, também não parece muito polaca. É uma típica cidade de praia, em alguns aspectos lembrou-me a Figueira. Não pensei que na Polónia pudesse haver sítios assim. Gostei de ver. É curioso ver letreiros escritos em polaco e alemão, para os turistas.
Da viagem de regresso pouco há a dizer. Desta vez, peguei no volante, pelo menos duas vezes, para não sobrecarregar o Staś. Achei um bocado chato conduzir nas nacionais, mas por sorte também pude guiar na circular de Grańsk e ainda um bocado de autoestrada. A viagem correu sem sobressaltos, mas a certa altura, numa dessas estradas meio secundárias, começámos a ver uns brutos a ultrapassar e a andarem a abrir. Uns quilómetros mais à frente apanhámos uma fila gigante de carros. Primeiro pensámos que seria um semáforo, pois estávamos à entrada de uma vila. Depois, percebemos que tinha sido um acidente... Provavelmente um daqueles alarves a conduzir... Sem saber o que fazer, decidimos inverter a marcha e ir em sentido contrário. Vimos uns carros à nossa frente que começaram a meter-se por um caminho de terra batida (seria mesmo um caminho?? Aquilo mais parecia a horta do Ti'Manel... Enfim...) e metemo-nos também atrás deles. Mais à frente virámos à direita, continuando no meio do campo e quando olhei para trás vi que vinha uma fila de uns 20 ou 30 carros atrás de nós. Decidiram todos fugir por ali. Tivemos sorte que o carro não se estragou (não temos propriamente um jeep...) e depois lá conseguimos retomar a viagem normalmente. O regresso, apesar de termos saído mais cedo, foi um bocado mais secante. A Teresa decidiu que não gostou do lanche a meio da viagem e forçou-nos a uma paragem numa terra desconhecida para trocar de roupa e limparmos o carro. Vicissitudes. À chegada a Varsóvia, tudo normal, como quando tínhamos saído. Os meus olhos esforçavam-se por estar bem alerta durante esta última fase da viagem. Demorámos quase 9h!... Foi um massacre, sem dúvida nenhuma. Mas acho que valeu a pena, só para poder estar uns diazitos na praia.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O que quer o homem polaco?

Costumo ler uma revista polaca dirigida a mães de crianças pequenas. Nas últimas páginas existe uma rubrica chamada "O pai do mês". As mulheres escrevem para lá a contar porque é que acham que o pai das suas crianças é um excelente pai. Todos os meses são seleccionados três pais, que ganham sempre um prémio qualquer. Normalmente são produtos de cosmética para homens, giletes ou algo do estilo.
Acabei de folhear a revista deste mês e, como sempre, dei uma olhadela por estas páginas. No canto inferior direito, onde vem sempre o desafio para as mulheres escreverem, aparece o prémio que irão receber os homens seleccionados para o próximo mês. E desta vez o prémio é... um aspirador!!!! Um aspirador?? Sim, sim, é mesmo isso! Os "super-pais" de Setembro vão ganhar um aspirador! Já estou mesmo a ver as mulheres todas a atropelarem-se a enviar as cartas para lá, a ver quem ganha. Enfim...

PS - Mostrei a revista ao Stas e ele reparou num promenor delicioso: o aspirador da foto da revista é cor-de-rosa...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Churrascadas

Os meses quentes são para os polacos meses de churrasco. Ok, na realidade eles fazem-se durante todo o ano, mas é nesta altura que damos por nós de churrasco em churrasco. São sempre uma delícia, apesar de diferentes dos a que estou habituada em Portugal. Para já, esqueçam as sardinhadas (felizmente para mim, que não sou fã de sardinhas). A iguaria dominante é a salsicha. Obviamente não falo das salsichas tipo Isidoro, mas salsichas a sério. Os polacos costumam acompanhá-las com pão, mostarda, ketchup ou outro molho do estilo. Para além disto fazem também febras, espetadas e outras coisas do tipo. Há uma de que não gosto muito. É uma espécie de morcela, mas feita com kasza, um cereal muito típico por estes lados. O único motivo pelo qual não me sabe tão bem como uma morcela é precisamente ter no meio essa kasza.
Para além dos churrascos, costumam fazer também fogueiras. Percebo bem porquê, pois à noite a temperatura costuma arrefecer bastante e sabe muito bem ficar sentadinho em frente à fogueira.
Este ano aquilo que me está a faltar no verão polaco é não ir passar uns dias à Mazúria, aos lagos. Talvez para o ano consigamos. Agora o próximo destino é mesmo o Mar Báltico e depois o Oceano Atlântico.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Mistura de cores

Ontem fomos à piscina. Nos últimos tempos temos ido algumas vezes, porque arranjámos no Allegro um cartão de acesso por um preço muito bom. A Teresa também tem ido connosco. Ao princípio tinha medo, depois começou a relaxar e agora adooooora. Ontem fui com ela para a piscina das crianças e estava lá uma menina asiática. Cabelo muito escuro, pele morena de quem devia ter estado na praia e feições completamente "chinesas". À espera dela estava uma senhora polaquíssima, loirinha e branca como o leite. "A baby-sitter", pensei, ou algo do estilo. Passado um bocado, reparo que a menina está a falar polaco e dirige-se à senhora chamando-a "mãe". Olhei outra vez para elas e fiquei completamente de boca aberta! Mais tarde apareceu o pai e era mais que óbvio que a criança tinha saído 100% a ele (ok, menos no sexo!). Que impressão me fez ver uma polaquinha super polaca com uma filha que não tinha nada - mesmo nada - a ver com ela! Passado um bocado elas foram embora e vieram duas crianças pretinhas. Com elas veio outra senhora, também polaca e branquelas (mas ruiva). Não faltou muito até ouvir as crianças chamarem-lhe "mãe". Olhei à volta a tentar adivinhar quem seria o pai e não foi difícil. Confesso que fiquei meio baralhada ao ver estas famílias mistas. Claro que também nós somos uma família multi-nacional, por assim dizer. Mas a raça não difere muito uma da outra. Lembro-me bem que quando a Teresa nasceu e vi que tinha olhos azuis, isso me fez bastante confusão. Jamais pensei ter uma filha de olhos azuis e ao princípio foi estranhíssimo. Sempre estive habituada a ver bebés de olhos escuros. Agora, claro, já acho normal, e também vejo que ela tem outras coisas parecidas comigo. Nem quero pensar no que seria ter filhos tão diferentes de mim como aquelas duas mulheres têm. Absolutamente surreal.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Os polacos serão amargos?

Há certas frutas que cá são muito populares e que não consigo comer. Nesta época é comum oferecerem-nos ginjas para comer. Normalmente recuso, porque prefiro as docinhas cerejas. Mas noutro dia lá me enganei, a achar que era uma cereja, e meti uma à boca. De facto, era bem ácida ou amarga, nem sei bem descrever. Não consigo perceber como é que eles conseguem comer as ginjas como quem come cerejas. Outra que me ultrapassa é a toranja. É péssima!
Antes de vir para cá nunca me tinha apercebido de como em Portugal somos privilegiados com as frutas que tempos. Laranjas e pêras à vontade do freguês, por exemplo. Aqui, só há uns tempos reparei que as pêras são bem mais caras que as maçãs, porque não são tão frequentes. O facto de Portugal ser um país com muito sol faz com que tenha fruta muito docinha. Já aqui, e então este ano, que tem chovido que é um exagero, a fruta anda um bocado sem sabor, meio aguada.
Mas que os polacos estão habituados a sabores mais ácidos e até amargos, lá isso é verdade. Já nem falo nas couves fermentadas. Quanto a mim, não sei se alguma vez me vou habituar a estes sabores.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Cidadã eleitora

Ontem fui ao consulado recensear-me. Já me tinham enviado um mail a dizer que o prazo terminava na segunda-feira. Lá fomos eu e a Teresa rumo à ul. Francuska (curioso, a embaixada ficar na rua francesa...) tratar dos nossos assuntos. Eu do formulário que tinha de preencher, ela de desarrumar todos os panfletos, brochuras e revistas que estavam na mesinha ao lado dos sofás. Em poucos minutos passei a fazer parte das listas eleitorais dos emigrantes e em Setembro já vou poder votar! Na embaixada, claro. Ena, ena!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Nieśplik

Ontem uns amigos polacos perguntaram-me se havia alguma fruta de Portugal que não houvesse cá e de que eu tivesse saudades. Respondi-lhes que de nêsperas. Mas como explicar o que eram nêsperas? Na mesa tínhamos nectarinas e alperces. Disse-lhe que eram assim tipo os alperces, mas diferentes, mais pequenas, com a casca lisa, caroço grande e duro, etc. Uns disseram: "Ah, deve ser não-sei-quê! Mas isso também há cá!" Depois de mais uns momentos de descrição, chegámos à conclusão que afinal não era isso. Só hoje, depois de uma pesquisa na internet, é que descobri que em polaco nêspera diz-se nieśplik. Aparece em alguns sites como sendo um fruto tropical. Entretanto, com tudo isto, descobri que há alguém no Allegro a vender uma nespereira por 30zl!! Será que vale a pena comprar?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um pouco de ciclismo

Ultimamente aderimos aos passeio de bicicleta. Comprámos uma cadeirinha para a Teresa daquelas que se montam mesmo à bicicleta e lá temos ido nós aqui e ali exercitar as pernas. Digo que nunca pensei que eu, ao fim de tantos anos, pudesse ter tanta resistência! Temos dado umas voltas enormes, que incluem o Las Kabacki (o bosque que há a sul de Varsóvia). Numa das vezes chegámos a levar algum material e acabámos a piquenicar do outro lado do bosque. A Teresa, claro, adorou! Para ela isto é uma grande aventura. Durante o passeio, muitas vezes entretem-se a meter as mãos por baixo da t-shirt do Staś ou a puxar-lhe os calções, hehehe. As únicas vezes que chorou durante os passeios foi quando, por qualquer motivo, parámos para fazer qualquer coisa. De resto, vai compenetradíssima. Eu redescobri que andar de bicicleta até é muito giro, ajuda a ganhar resistência física, é bom para apanhar sol (quando o há...), mas ao mesmo tempo é um bocado perigoso para os decotes das meninas (pelo menos nas bicicletas de montanha). Ursynów é espetacular para esta prática, porque tem imensas pistas próprias para ciclistas nos passeios. É um conforto não ter de andar em subidas e descidas (essas podemos encontrar, ainda que poucas, no bosque). E de modo nenhum nos sentimos deslocados, porque - então nesta época do ano - há resmas de pessoas a andar de bicicleta, de todas as idades - mesmo! Às vezes vejo pessoas bastante mais velhas a andar como se tivessem 15 anos! É incrível!
Mas, infelizmente, pelo menos hoje não vai ser possível biciclar... Diz que o mau tempo voltou e está um dia ultra manhoso... chuif, chuif...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ainda me acontecem destas

Neste fim de semana, quando estava a chegar a casa, reparei na matrícula de um carro mal estacionado perto de nossa casa e li no início: PO. Imediatamente exclamei em voz alta: "Olha! Um carro de Pontevedra, aqui!" Dois segundos depois: "Ah, nada, esquece... É de Poznan!..."
Ao fim de dois anos e meio aqui na Polónia ainda me acontecem destas!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Altamente!


Acabei de saber que tive 19,4 no exame oficial de polaco!! Claro que só fiz o nível B1 (inferior ao First Certificate), mas granda massacre!! Agora vou preparar-me para o B2 e por aí me fico (o nível mais elevado é absolutamente bárbaro, não há hipótese nenhuma). Polski allez allez!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A palavra de ordem: instabilidade

Se há coisa que não se consegue prever na Polónia é o estado do tempo. Quando alguém vem para estes lados e pergunta que roupa há de levar, a resposta invariavelmente é: De tudo um pouco! Esta Primavera/Verão está a ser completamente de loucos! Um dia sol, no dia seguinte chuva; ou então no mesmo dia calor e frio. Nos últimos tempos já me aconteceu várias vezes vestir-me quente de mais e fresca demais para os dias que estavam. As temperaturas têm oscilado entre os 8ºC e os 30ºC. E a chuva!... Nem se fala... Já não há o perigo de eu deixar morrer as minhas plantas novas na varanda; elas de qualquer maneira têm sucumbido lentamente graças aos recentes dilúvios.
Mas há uma coisa que me irrita solenemente: sempre que há um diazito bom de sol e calor, quando à tarde me preparo para ir passear com a T., surgem umas nuvens escuríssimas (às vezes quase parece noite) e - claro - pouco tempo depois ou começa a soprar um vento super desagradável, ou começa a chover torrencialmente (ou então as duas coisas juntas). Já não há paciência!... Só espero que durante as nossas ricas férias em Portugal o tempo esteja minimamente bom. Senão, acabou-se a esperança de ter, pelo menos, uns diazitos de Verão este ano.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Mais uma!


Com grande alegria recebemos ontem a notícia do nascimento da minha sobrinha Luisinha. Durante todo o dia seguimos com grande intensidade o que se estava a passar e ao fim da tarde, estava eu no meio do supermercado, recebi a grande novidade! Daquilo que pude ver nas fotos, a Luisinha é liiiiiiiiiiinnnnddaa!!!!!
Parabéns aos pais, irmãos, avós, tios, primos e a todos aqueles que connosco se alegram com esta boa notícia! :)


PS - Não se deixem enganar, a da foto é a Maria! ;)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Jak się masz?

Noutro dia, em conversa com o Staś, ele comentou como achava estranho os portugueses cumprimentarem-se com "Tudo bem?", sem nunca se interessarem pela resposta. Na Polónia, quando alguém se cumprimenta com "Jak się masz?", normalmente a seguir vem uma resposta (regra geral, dizem, uma resposta pessimista). No entanto, em Portugal é frequente cumprimentarmo-nos com um "Tudo bem?" ou "Como está?" sem mais nada. Nem a pessoa que pergunta espera por uma resposta, nem a pessoa a quem perguntaram pensa em responder. Isto é estranhamente natural nos portugueses. Lembro-me de estar no liceu ou na faculdade e passar por pessoas nos corredores, com quem trocava ligeiros "Tudo bem?" que não passavam disso. Para um polaco (e talvez para a maioria das outras nacionalidades) isto é muito estranho. Quando passo por alguém sem tempo para conversas digo apenas "Cześć" ou algo do estilo. Se pergunto "Jak się masz?" significa que a outra pessoa tem de parar e dizer alguma coisa. Será que isto é uma característica dos portugueses, que se estão nas tintas uns para os outros? Mas também poderia dizer, será que é uma característica dos polacos, que gostam de se queixar e falar das suas mágoas?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Há um ano...

Há um ano tínhamos acabado de começar o Euro 2008. A Espanha deu 4-1 à Rússia e a Grécia levou 2-0 da Suécia. Assistimos a estes jogos no hospital. Não porque alguém estivesse doente, antes pelo contrário. Fomos lá para dar as boas-vindas à mais jovem habitante da nossa casa. Foi um dia cansativo (pelo menos para mim!...), que começou por volta das 3h30 da manhã. Mas sem dúvida um daqueles que dificilmente esqueceremos. Foi o início de muitas confusões, algumas noites com várias interrupções, imensos imprevistos, mas muita animação, surpresas e sobretudo muita, muita alegria. A nossa vida passou a complicar-se muito mais, mas estamos imensamente agradecidos por isso. Cá não é feriado, não é dia da Polónia, mas para nós vai ser sempre uma data inesquecível.

domingo, 7 de junho de 2009

Bolas...

Detesto fazer parte da abstenção... :(
Para a próxima tenho de me lembrar de me recensear mais cedo no consulado...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Efeméride




Faz hoje 20 anos que houve eleições livres na Polónia depois da IIª Guerra Mundial. Nessas eleições, o Solidariedade massacrou completamente o governo comunista de então. Foi o início da mudança na Polónia que levou à queda do comunismo.


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Devido ao facto de amanhã ir fazer um exame oficial de polaco, não consigo escrever muito mais sobre a história da Polónia. Mas espero conseguir fazê-lo em breve.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Obras públicas na Polónia

Há uma coisa em que, de facto, os polacos são muito bons: em fazer obras públicas. Refiro-me concretamente a obras tipo estradas, melhoramento do piso, etc. É comum num fim-de-semana haver uma estrada cortada ou com algumas faixas cortadas para se arranjar o piso e na segunda-feira essa mesma estrada já estar aberta e a funcionar sem problemas. A rapidez com que eles fazem estas obras espanta-me. Desde que estou a viver nesta casa posso enumerar vários pontos por onde passávamos de carro que foram melhorados e também novos acessos que foram criados. O novo caminho para o aeroporto, por exemplo, que dá um jeitão desgraçado, foi terminado num piscar de olhos. Lembro-me de fazer esse caminho com o chão ainda meio de terra em algumas partes, só com uma faixa para cada lado e pouco tempo depois passamos lá e... estrada óptima, com 2 ou 3 faixas para cada sentido. Fiquei mesmo fã. Outo exemplo é a gigantona avenida Puławska, que aqui há uns 2 anos esteve em obras para melhorar o piso. Durante algumas semanas tiveram de fechar parte da rua, o que foi um bocado chato. Mas atenção, digo "durante algumas semanas", não digo meses, semestres, anos. Agora estão a construir uma estrada nova, não sei bem se será prolongamento da Wilanowska ou da Sobieskiego (de qualquer forma é em Wilanów), e da forma como já vejo os trabalhos, cheira-me que daqui a umas semanas (vá lá, um mês, mês e meio) já vamos ter trânsito a passar ali.
Acho que foi a Vanessa uma vez que disse que se o tunel do Marquês fosse construído cá na Polónia, tinha estado pronto muito mais rapidamente. Agora percebo o espanto do Stas sempre que vamos a Lisboa e vê que as obras do metro no Saldanha ainda não acabaram.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Algarve. Dawka energii

Sempre que vejo um destes autocarros nunca os consigo apanhar a tempo de tirar uma foto. Esta foi uma tentativa meio frustrada, mas que com algum esforço dá para ver do que se trata: os autocarros polacos agora fazem publicidade ao Turismo de Portugal!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Primavera na nossa varanda.

Desde que viemos para esta casa, nunca tratámos devidamente da varanda. A anterior proprietária pediu-nos para cuidarmos dos montes de flores que deixou. Infelizmente não tenho espírito de jardineira e sou perita em deixar secar ou murchar as plantas. No entanto, ao fim de 2 anos (depois dos vasos da senhora terem todos secado e estarem com um ar nojento) decidi mudar a situação! Fiz uma razia na varanda, deitei fora praticamente todos vasos que tinham ficado dessa senhora (só deixei a vinha nas paredes e uns fetos). Tinha 3 vasos grandes à espera há 2 anos que decidi finalmente utilizar. Comprei flores, plantei sementes (que também esperavam por este dia há muito tempo), enfim, ficou com um ar completamente diferente.
Há poucos dias, o Stas encontrou o nosso vizinho de baixo, um senhor velhinho muito simpático. Eis que o dito senhor lhe diz: "Já vi que mudaram as flores na varanda. Está muito bonita. Vê-se que há a mão de uma mulher em casa." E com isto eu ganhei o dia!

Gostaria de saber o que ele dirá agora, que uma das flores já começou a secar... Eu sou incorrigível!!! Coitadas das plantas... :( Mas ainda há esperança!! Acho eu...

domingo, 17 de maio de 2009

A experiência portuguesa em matéria futebolística

Ofereci ao Staś no aniversário um rádio-despertador (depois de algumas peripécias com o despertador do telemóvel, achámos que esta seria uma opção melhor). Alguns anos depois, volto a acordar ao som de música ou locutores - mas agora polacos. Interessante foi há uns dias acordar com um programa sobre o Euro 2012 e ouvir o apresentador dizer que não sei quem foi falar com o Sócrates para saber como foi em Portugal em 2004. Será que os polacos vão aprender alguma coisa com a nossa experiência do Euro? E o que é que será que o Sócrates sabe sobre o assunto para explicar aos polacos? Admito: se por um lado foi giro acordar a ouvir falar sobre Portugal, por outro foi péssimo começar o dia a ouvir o nome do Sócrates...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

E esta, heim?

Tenho ouvido de várias pessoas - sobretudo de gente com experiência na matéria - que as crianças bilingues começam a falar mais tarde do que o habitual. A Teresa, apesar de palrar muito e às vezes não estar calada um segundo (vê-se mesmo que é menina!), ainda não diz nenhuma palavra concreta. Já percebe muitas das coisas que dizemos (por exemplo: à pergunta "gdzie jest tata?" (onde está o papá?), ela olha imediatamente para o pai; se dizemos "queres água?", olha para o copo de água, etc), mas ainda não arrisca a dizer nada.
O mais curioso foi há dois dias uns amigos nossos nos terem dito que ela palra com sotaque português! E esta, heim?

terça-feira, 12 de maio de 2009

Anúncio do Millennium polaco

Já vi este anúncio várias vezes, não é de agora. Mas só hoje soube que foi filmado em Portugal! Não consigo identificar o sítio, mas acho que é bem possível que seja lá e não na Polónia.
É a versão polaca do anúncio português em que um tal de Ricardo Azevedo canta uma musiquinha sobre ter uma casa. Aqui, o grupo Feel canta uma música chamada "mój dom", "a minha casa".
Daquilo que vi, normalmente o Millennium tem o mesmo conceito de anúncios para cá e para Portugal. Já aquele do "Quem quer ser milionário" também era igual nos dois lados, com a diferença que aqui os actores tinham um ar muito menos relaxado.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A nossa luta contra o sol

Mais uma vez, cá voltamos àquela época do ano em que os dias são enormes. Gosto imenso que anoiteça mais tarde. Detesto que amanheça tão cedo. Estamos outra vez com aquele eterno problema de às 5h da manhã parecerem 7h ou 8h, sei lá. As janelas dos nossos quartos têm estores dentro. Mesmo assim, tivemos de comprar cortinas. Mesmo assim, recentemente resolvemos comprar ainda mais umas cortinas... Temos 3(!) coisas a tapar o sol, e mesmo assim não temos o quarto 100% escuro... É tramado!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Um momento de pimbalhada polaca

Hoje partilho convosco este fantástico teledisco de um cantor, chamado Janusz Laskowski, que deve ser (ou ter sido) o Emanuel ou o Toni Carreira cá do sítio. A música chama-se Świat nie wierze łzom, que significa "o mundo não acredita nas lágrimas". A letra tem tanto de piroso como a música de pimba. E o vídeo... só mesmo visto! Aquele cabelo, a roupa, enfim, sei que a música é antiga, mas é de chorar a rir. Apenas chamo a atenção (aos corajosos que quiserem mesmo ver o vídeo) para o facto de nas cenas em que o Janusz aparece filmado de lado dentro do carro, pode-se ver o reflexo da carrinha que ia ao lado dele a filmar. Bom proveito!

domingo, 26 de abril de 2009

Portugal está de parabéns

S. Nuno de Santa Maria Álvares Pereira

Sinto-me feliz por apontar à Igreja inteira esta figura exemplar, nomeadamente pela presença duma vida de fé e oração em contextos aparentemente pouco favoráveis à mesma, sendo a prova de que em qualquer situação, mesmo de carácter militar e bélica, é possível actuar e realizar os valores e princípios da vida cristã.

Bento XVI
, 26 de Abril de 2009

quarta-feira, 8 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

Momentos do dia

Ontem passámos o dia na passeata (pelo menos alguns de nós) com os nossos primos que actualmente nos visitam. Dos vários acontecimentos do dia destaco dois (que curiosamente aconteceram no mesmo local).

. Estamos nós muito bem a lanchar na Wedel de Wilanów (a casa dos chocolates... ah, tão bom!!) quando de repente entra um senhor que se dirige à nossa mesa com uma nota de 20zl da mão e começa a falar connosco em português, a perguntar se temos troco. Ficámos todos um bocado com cara de parvos (só mesmo um bocado) por aparecer alguém ali do meio do nada a falar português normalissimamente. Por fim lá lhe demos o troco que ele precisava e o senhor partiu atrás do autocarro (ele queria troco para facilitar a compra de um bilhete). Acabámos por pagar o lanche usando essa mesma nota (por via das dúvidas, não nos tivesse ele aldrabado).

. Momentos depois, o Miguel marcou o golo do dia (auto-golo, digamos antes), quando agradeceu à empregada de mesa com um simpático danke schon. Temos de treinar mais o dziękuję!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Retratos dispersos dos últimos tempos

Só hoje é que finalmente decidi passar para o computador algumas fotos que tinha no telemóvel. Aqui deixo estas três que achei interessantes para o blog (todas tiradas já há algum tempo).

No restaurante de fast food Mała Turcja (Pequena Turquia), no Centro Comercial de Sadyba, em Varsóvia, servem kebab, grill e... pide???

A típica cromice nas aldeias - um letreiro a dizer "Uwaga zły pies, a gospodarz jeszcze gorszy", ou seja, "Cuidado, cão feroz e dono ainda pior"...

Os famosos essenciais da Compal! Num hipermercado (sinceramente já não me lembro qual) encontrei no meio das alfaces e dos tomates este cartaz meio escondido. Tem por cima a marca Ogrody Natury, que penso que comercializava estes potezinhos na Polónia. Este cartaz estava nas costas de um frigorífico onde havia produtos marca Ogrody Natury, mas não estes. Infelizmente nunca os vi à venda por cá.