quinta-feira, 31 de março de 2011

Era só o que faltava...

Hoje de manhã vêm-me com a notícia que sobre Varsóvia está uma nuvem radioactiva. "Não saias de casa, não abras janelas, etc". Ora esta! Entretanto fui pesquisar no google e vi que a nuvem não era perigosa. Este pessoal inventa cada uma...

terça-feira, 29 de março de 2011

Baixa

Mãe podre, filha doente, ... isto anda mal para estes lados... Espero em breve conseguir voltar...

quarta-feira, 23 de março de 2011

A Biedronka volta a estar na boca do povo

Recentemente o líder do principal partido da oposição polaca foi com a comunicação social fazer compras a uma loja de bairro, para denunciar o aumento do preço dos bens essenciais. No inicio deste ano o IVA aumentou para 23%, sendo que uma das promessas eleitorais do actual governo era não o aumentar. O politico em questão lá fez as suas compras e mostrou quanto pagou, tendo sido realmente um bocado demais. Mas, para não haver dúvidas, ele explicou que tinha ido a uma mercearia típica de bairro (que muitas vezes são um pouco mais caras), justificando o aumento do preço da gasolina para muitas pessoas acabarem por fazer compras nos locais que têm mais à mão. Só que, no meio disto tudo, comentou que não tinha feito compras na Biedronka (conhecida pelos seus preços baixos) por esta ser uma loja para pessoas mais pobres (e ele queria um supermercado "normal"). Claro está, este é daqueles políticos que à mínima gaffe é massacrado por jornais e blogues. No facebook já surgiu um evento chamado "Faço compras na Biedronka porque é a loja dos pobres" e toda a gente goza com ele.
Só é pena não ter havido este burburinho na semana passada quando o presidente da Polónia, ao escrever num livro de condolências para o Japão, cometeu dois erros ortográficos crassos com duas palavras que até eu, que não sou polaca, sei como devia ter escrito!!... - o que, na minha opinião, foi muito mais grave do que esta questão da Biedronka. Os media na Polónia continuam a ser muito manipulados por certos grupos políticos e assim vão influenciando a opinião pública.

terça-feira, 22 de março de 2011

Sabedoria popular polaca

Por ter várias amigas polacas que irão dar à luz nos próximos tempos (ou já deram), lembrei-me de um conselho da sabedoria popular polaca que ouvi há pouco tempo.
Contou-mo uma amiga que teve um bebé faz agora um ano. Diz que quando as mulheres já estão no fim do tempo da gravidez e querem dar à luz, devem fazer bolos com massa levedada. Inicialmente quando ouvi isto pensei que seria daquelas coisas tipo: come cerejas e cresce-te bigode! (obviamente este exemplo foi absolutamente inventado...). Mas afinal, parece que há um quê de verdade nisto. É que a massa levedada tem de ser muito amassada, apanhar pancada, etc., e isto é um esforço físico enorme. Para uma grávida, pelos vistos, é o suficiente para dar início ao parto. Precisamente a pessoa que contou isto, quando já queria dar à luz, foi fazer bolos destes e nessa noite entrou em trabalho de parto. Outra amiga nossa, que já tinha passado das 40 semanas e não havia maneira de dar à luz, também decidiu numa tarde fazer bolos com massa levedada e... nessa noite entrou em trabalho de parto. Ou seja, parece que a coisa funciona!! A sabedoria popular tem sempre alguma coisa de verdadeiro.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Disto é que a minha mãe gosta cá!

Ainda que seja só para ver e não comer. Estas fotos (tal como as anteriores do museu e de Varsóvia) foram tiradas por ela, pois sempre que cá vem delicia-se com as montras das pastelarias (e esta nem era nada de especial).





sexta-feira, 18 de março de 2011

O que é um cavalo?

Ontem fiquei a saber um facto curioso da Polónia. A primeira enciclopédia polaca, chamada Nowe Ateny, foi publicada no século XVIII. Aí se encontra a definição mais original que alguma vez vi. Num capítulo intitulado Sobre os Animais, o autor define diferentes animais. Mas quando chega ao cavalo, por ser um animal de uso comum (meio de transporte mais usado, todos os nobres tinham, etc), a definição é simplesmente a seguinte:


Cavalo - é aquilo que todos vêm que é.


E mais nada. Está tudo dito. Para quê definir algo que é óbvio? Esta definição foi tão absurda que ainda hoje, em alguns contextos, alguns polacos a utilizam para dizer que algo é óbvio.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Retratos meio ao calhas de Varsóvia

Fotos tiradas do carro, assim meio ao calhas, mas que acabam por te alguma piada. Da parte antiga de Varsóvia.






O gen. De Gaulle

quarta-feira, 16 de março de 2011

Imagens do Museu de Chopin

 A fachada do palacete onde fizeram o museu.

A porta de entrada. 

Uma partitura escrita à mão por Chopin, com várias correcções. 

Um dos pontos "modernaços", onde se podia ouvir música. Neste sítio em concreto não consegui perceber totalmente como funcionava, mas penso que passava por virar as páginas e tocar em alguns pontos para escolher as opções. 

Uma imagem de Chopin entre outros compositores "famosos" (deles só ouvi falar de Liszt), em França.

O último piano de Chopin. 

Uma parte da escadaria na entrada do palacete. 

A vista da fachada já à noite e de um nível mais baixo.

terça-feira, 15 de março de 2011

O Museu de Chopin

Há dias estive no Museu de Chopin, um dos mais recentes museus de Varsóvia. Para dizer a verdade, nem sabia que existia... Conhecia o local, o palácio onde se encontra, que é muito bonito. O museu, devo dizer, é dos mais modernos que conheço. De tanta modernice que lá há, a certa altura já estava cansada daquilo tudo e só me apetecia que aquele museu fosse dos "normais", com os textos escritos em lugares visíveis e sem computadores, ecrãs onde se toca, etc. Um pormenor interessante foi o facto de se verem constantemente pessoas a limpar os ecrãs das marcas dos dedos e até a varrer o chão (por causa da lama que se cola aos sapatos - na altura ainda restos de neve). Fiquei com a sensação que as pessoas que trabalhavam no museu eram alunos da academia musical, que fica a poucos metros.
Em geral, do museu não fiquei com grande ideia do que foi a vida de Chopin. Claro que aprendi coisas novas, mas pelo exagero de "cromice" e modernices, não consegui seguir a cronologia da vida dele de forma devida. Ouvi muita e bonita música, isso sim. O museu está cheio de pontos onde se podem ouvir praticamente todas as composições de Chopin (praticamente? se calhar estão mesmo todas...).
Quando vierem a Varsóvia, se quiserem ver algo completamente diferente das coisas relacionadas com a guerra, recomendo uma passagem pelo museu de Chopin.
Amanhã... fotos!! A não perder! ;)

segunda-feira, 14 de março de 2011

A Primavera chegou em grande!

Até parece mentira, mas têm estado uns dias verdadeiramente fenomenais! O fim-de-semana foi de sonho, com imenso sol e temperaturas muito mais altas do que aquilo a que os últimos meses nos habituaram. Claro, temos de ter em conta que estamos na Polónia e ter algumas precauções (de manhã e à noite está frio!!). Mas já dá para andar sem chapéu, com sapatos normais e durante o dia só com um casaco levezinho. O sol brilha como doido e enche-nos de alegria. Só espero que se mantenha assim por muito tempo. Nada de voltar atrás!!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sopa da pedra com... pregos??

Aqui há uns tempos estava a dar uma aula de português e apresentei a história da sopa da pedra. Já a tinha usado antes com outros alunos, ou seja, não era grande novidade para mim. Porém, desta vez fiquei muito surpreendida com o que ouvi. Então não é que na Polónia não existe sopa da pedra, mas existe sopa do... prego?? E a história é praticamente igual, apenas com personagens diferentes! Em vez dum frade é um cigano que vai bater à porta de uma senhora que não lhe quer dar de comer. Nessa altura, decide fazer uma sopa de prego e... o resto é tal e qual a nossa história da sopa da pedra! Quem diria, eu a querer apresentar algo tipicamente português e saiu-me o tiro pela culatra. Mas daquilo que apurei, a sopa do prego existe só mesmo na história, ao contrário da nossa sopa da pedra que se pode comer em alguns restaurantes.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Retratos de Góra Kalwaria

Góra Kalwaria, a poucos quilómetros de Varsóvia, não é uma terra bonita e nem turística. O motivo de lá termos ido? Foi lá que nasceu e cresceu um grande, grande amigo das nossas famílias que infelizmente já não está entre nós. Numa tentativa meio virtual de querer ver alguns locais de interesse da terra dele, passámos por ali no Sábado. O pior foi tentar encontrar um sítio para almoçar... O único restaurante aberto - uma pequena pizzeria - estava sem electricidade. Acabámos por ir para Konstancin, uma terra um pouco elitista que faz fronteira com Varsóvia, onde - aí sim - encontrámos logo sítio para comer (só que caro, tendo em conta o sítio onde era). Deixo aqui umas poucas imagens deste dia de alguns pormenores de Góra Kalwaria.
***
Apenas um pouco de história: Góra Kalwaria era inicialmente uma grande colónia de judeus (onde ainda há um antigo cemitério judeu), chamada Nova Jerusalém. Entretanto, não sei bem explicar porquê, construíram ali uma espécie de Via Sacra gigante e por isso o nome da terra foi alterado para Góra Kalwaria (Monte Calvário). A estrutura original da vila era em forma de cruz, composta por duas ruas principais (uma delas onde hoje circula a maior parte do trânsito). À cabeça da cruz situava-se a igreja matriz dos Padres Marianos, comunidade fortemente presente no local. Ao longo dessa rua, de um lado e de outro, existiram outrora inúmeras capelinhas com as estações da Via Sacra, onde os peregrinos iam parando e fazendo as suas orações. No fim, aos pés da cruz, encontrava-se (e encontra-se ainda hoje) o cemitério de Góra Kalwaria. A maior parte disto já não dá para ver, pois existem apenas uns pequenos marcos que lembram esta estrutura inicial. De resto, como já referi, esta não é uma terra com grande interesse turístico.

Casas antigas de Góra Kalwaria.



Via Sacra antiga no terreno de uma capela dos Padres Marianos.
Pormenor de uma das estações da Via Sacra.
Paisagem de Inverno.
A fachada da igreja matriz dos Marianos.
Patos resistentes ao frio em Konstancin.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Fim-de-semana de passeio... com frio!

Estamos em plena visita dos pais, o que implica uma certa saída da nossa rotina. Pensando que no fim-de-semana ia estar bom tempo, planeámos ir dar alguns passeios. Infelizmente, o tempo esteve manhoso, com vento frio e alguns momentos de chuva/neve. Passeámos dentro e fora de Varsóvia e tenho algumas fotos giras para mostrar. Só que ainda não vai ser agora que as vou publicar. Talvez amanhã ou depois. Me aguardem!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Os dias são cada vez maiores...

Há coisa de uma semana e tal a Teresa começou a acordar muito cedo de manhã. Inicialmente pensei que fosse por ter deixado recentemente a chucha e estivesse a reagir de alguma maneira a isso. Porém, há dias comecei a reparar que às horas a que ela acorda já há imensa luz na rua. Quando fomos às nossas aulas semanais, falei com outras mães e não é que elas têm exactamente o mesmo problema?? É que o sol agora nasce às 6 e tal da manhã e as crianças acordam cedo. O pior é que daqui a umas semanas a hora muda e aí é que vão ser elas. Para já temos de ver se compramos mais uns estores ou cortinas para o quarto dela, porque apesar de tudo o que temos nas janelas há tanta luz de manhã que é impossível não acordar. Adoro dias compridos, mas preferia poder dormir um pouco mais. Só espero que quando o sol nascer às 4 da manhã ela não nos apareça no quarto a essa hora a dizer que já acordou...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Quarta-feira gorda??

Na Polónia, a Quinta-feira Gorda é um dia bem celebrado - e as barrigas que o digam!! É dia de comer pączki até cair para o lado. Por motivos diversos que nos impossibilitam de celebrar o dia de hoje, ontem fomos até casa de uns amigos "alarvar". Eu, a Teresa e mais umas amigas fomos primeiro para fazer pączki. Nunca na vida tinha feito, nem visto fazer. Devo dizer que não é tarefa fácil. Começámos por volta das 13h e os primeiros bolos estavam prontos para ser comidos por volta das 16h/17h... No total fizeram-se pouco mais de 40 pączki. E, claro, fartámo-nos de os comer. Hoje, que é o dia dos pączki por excelência, apesar de ainda termos alguns de ontem que trouxemos para casa, a vontade de os comer não é lá muita, tal a barrigada que apanhámos. Mas devo dizer que estes bolinhos caseiros e acabadinhos de fazer são uma delícia!
O defeito deles? Para mim só houve um e até bastante grande. É que foram fritos em... banha de porco!!!... Não vou comentar grande coisa isto, porque acho que não vale a pena, digo só que os polacos gostam muito de usar banha de porco em diferentes cozinhados.


terça-feira, 1 de março de 2011

Wola

Na semana passada tive de ir a Wola, um dos bairros mais antigos de Varsóvia. O bairro onde moro - Ursynów - é, como costumo dizer, um mundo à parte. A maior parte das vezes sinto-me como se vivesse numa cidade diferente, que faz fronteira com Varsóvia. Raramente tenho de ir para as zonas centrais da cidade, porque aqui à volta há tudo: serviços municipais, médicos, cinemas, restaurantes, hipermercados, etc. Para além disso, Ursynów encontra-se muito bem delimitado; diria até que é o único bairro de Varsóvia cujas fronteiras estão bem definidas. Nos outros bairros há sempre zonas que não sabemos muito bem se pertencem a este ou àquele, mas em Ursynów nunca encontrei nenhum sítio assim.
Wola é um bairro com muita história. Em Wola fica, por exemplo, o cemitério Powązki. Durante a IIª guerra mundial foi principalmente neste bairro que se delimitou o gueto dos judeus (ainda hoje há um fragmento do muro que pode ser visto numa das ruas). Aquando da destruição do gueto, arrasou-se completamente com tudo o que havia dentro daqueles muros, até ficar tudo quase em pó. Um ano depois, já perto do fim da Insurreição de Varsóvia, os alemães enviaram para Varsóvia um batalhão composto sobretudo por assassinos e outros reclusos que foram "re-integrados" no exército, cujo objectivo era simplesmente matar, matar, matar. À medida que iam avançado por Varsóvia, iam matando todas as pessoas que encontravam pelo caminho. Foi uma autêntica chacina em que, em coisa de dois dias, morreram quase 60 mil pessoas. Wola ficava, nessa altura, na fronteira de Varsóvia. Os soldados entraram por aí e limitaram-se a matar civis, pegar fogo às casas, empilhar cadáveres e queimá-los também, enfim, uma barbárie indescritível. Depois destes acontecimentos, Wola quase deixou de existir. Praticamente todas as construções que ali vemos hoje são do pós-guerra. No entanto, aqui e ali descobrem-se memórias do passado.
Uma curiosidade que certa vez me contaram sobre Wola é o facto da maioria das casas se encontrar um pouco mais elevadas do que o normal, isto é, o rés-do-chão não é tão baixo como noutras partes de Varsóvia. Isto porque todos os prédios foram construídos por cima das ruínas que ficaram da guerra. Para além disso, contaram-me também (uns amigos que viveram alguns anos em Wola) que quando se faz alguma escavação por ali às vezes encontram-se esqueletos ou objectos imagino que pertencentes às pessoas que ali viveram.
Pormenores sinistros à parte, em geral acho que Wola é um bairro com uma certa piada. Com o seu comércio local, meio tradicional, espaços verdes por entre as casas, elétricos a passar e casas antigas (ainda que antigo signifique dos anos 50), tem um certo charme. Quem quiser visitar Varsóvia, recomendo um passeio por Wola.