terça-feira, 31 de maio de 2011

Como todos os anos

Recebi há dias o habitual convite dos embaixadores de Portugal para a recepção do dia 10 de Junho. É o único momento durante o ano em que recebo qualquer tipo de comunicação da embaixada. Só que, mais uma vez, vamos ter de recusar o convite. É que isto de ter uma filha que nasceu precisamente no dia 10 de Junho atrapalha todas as combinações, sobretudo por causa da família que vem de propósito cá para passar este dia com ela. Por isso, nos próximos dias, em vez de estar a pensar que roupa vou levar à recepção na residência do embaixador, vou estar a pensar que bolo vou fazer para a Teresa e como o vou enfeitar para ela ficar contente.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

As festas ao ar livre

No sábado, quando estava a passear com a Teresa, fui parar sem saber a uma festa ao ar livre, daquelas que nesta época do ano se fazem aqui por toda a parte. Desta vez o pólo da câmara municipal deste bairro organizou uma festa por ocasião do Dia da Mãe (que já foi) e do Dia da Criança (que vai ser). Quis tirar fotos, mas infelizmente a bateria do telefone estava em baixo e não deixou. No centro havia um palco, onde uma animadora estava a fazer jogos para mães e filhos, incluindo karaoke, e onde fizeram um teatro para os miúdos. Depois havia barraquinhas com comida (pipocas, churrasco, bebidas, batatas fritas, etc.) e zonas de brincadeiras para crianças de todas as idades: uma parede de escalada, matraquilhos humanos, pinturas faciais, escorregas, mesas onde podiam fazer desenhos ou pinturas, etc. Escusado será dizer que a Teresa adorou. Só foi pena no fim-de-semana ter estado mau tempo, porque a certa altura começou a chover e as pessoas tiveram de se esconder nas tendas que havia (nós, por sorte, já lá estávamos e arranjamos um bom lugar para comer enquanto chovia). No fim, a Teresa ainda trouxe um balão em forma de girafa.
Acho muita piada a estas festas que eles fazem, abertas a toda a gente. De facto, aqui na Polónia temos de saber aproveitar bem os meses em que o tempo está bom, para compensar os outros todos em que mal temos vontade de sair de casa.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Casamentos durante a guerra

Ontem fiquei a saber uma coisa curiosa que desconhecia. Com o recente falecimento do avô do Stas, a família vê-se agora a braços com diferentes burocracias que têm de ser resolvidas. E é preciso arranjar certidões de tudo, incluindo de casamento. Foi a propósito desta certidão de casamento dos avós que fiquei a saber algo novo. Os senhores casaram-se em 1944, ainda durante a guerra. Ambos viviam na zona oriental da Polónia, que tinha sofrido a ocupação nazi e estava a levar com a chegada dos vermelhos soviéticos. Basicamente não havia rei nem roque. Então, do que a avó conta, durante o tempo da guerra só se celebravam casamentos religiosos, porque na prática não havia uma autoridade civil que mandasse e que registasse o que quer que fosse. Ou seja, durante vários anos os avós não tinham nenhum documento civil oficial que declarasse que estavam de facto casados. Só com o comunismo se instituiram os casamentos civis.
Resta ainda dizer que, nos anos do comunismo, quem desejasse casar-se pela Igreja tinha de se casar duas vezes; é que não havia nenhum regime concordatário em que o casamento religioso tivesse também fins civis. Então fazia-se assim: de manhã os noivos empinocavam-se todos e iam com a família ao registo civil para a celebração do casamento e depois à tarde empinocavam-se novamente para irem todos à igreja, para a celebração religiosa. Em suma: passou-se de uma época em que só havia casamentos nas igrejas para uma em que os noivos tinham de se casar duas vezes no mesmo dia.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Dia da Mãe na Polónia

Hoje é o Dia da Mãe na Polónia, um excelente dia para voltar a escrever no blog. Pela primeira vez na vida recebi um presente do Dia da Mãe (apesar de ter recebido já ontem por força das circunstâncias) e fiquei muito contente, porque sinceramente não esperava. A Teresa, nas aulinhas onde vai, decorou um coração para depois no fim me vir dar. Foi muito giro, porque normalmente no fim da aula as crianças fogem todas para a zona dos escorregas, trampolins e tal para irem brincar. Mas desta vez voltaram todas à sala dos trabalhos manuais para irem buscar as suas obras de arte e oferecer às mães. O ar de contentes deles, a correrem lançados na direcção das mães, foi demais. A alegria pura das crianças. Claro que as ditas "obras de arte" eram próprias de crianças com 2 / 3 anos. Aqui fica o meu presente. :)