sábado, 28 de dezembro de 2013

O Natal no centro de Varsóvia

Sem muito tempo para descrever o nosso Natal polaco, deixo apenas algumas fotos das iluminações na zona histórica de Varsóvia. 

A praça do mercado com efeitos luminosos nas fachadas.

Por baixo destas luzes "à Santos Populares" havia um ringue de patinagem no gelo.

A praça do palácio, com a sua enorme árvore de Natal luminosa e efeitos na fachada do palácio.

A árvore de Natal e o presépio em frente à catedral do exército polaco, com uma mensagem de boas festas deste. Dentro do casebre do presépio havia ovelhas vivas, mas estavam escondidas a dormir (não deviam estar escondidas do frio, porque estavam 9ºC).

A praça do mercado da Cidade Nova.

Este urso gigante tinha altifalantes nos pés e mexia a boca, contando assim histórias de Natal às crianças. Muito giro.

A árvore de Natal e os enfeites luminosos na praça da Cidade Nova.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Semana patriótica

Estamos em época de feriados na Polónia. Maio e Novembro são meses de fins-de-semana prolongados (em Maio um gigante, em Novembro dois seguidos, mais ou menos). Na semana passada tivemos o dia de Todos-os-Santos na 6ª feira e agora, na próxima 2ª feira, temos o Dia da Independência. Para celebrar esta efeméride, todos os anos o infantário da T. organiza a semana do "Pequeno Polaco". É uma semana em que as crianças se devem vestir com as cores da bandeira da Polónia (branco e vermelho... um bocado benfiquista demais para mim, mas paciência...) e aprendem canções patrióticas, ouvem histórias patrióticas, etc., porque, no fundo, os polacos são um povo patriótico. Durante o Euro organizaram no infantário um dia do adepto em que todos iam vestidos com as cores da Polónia. Nesse dia a T. levou um cachecol da selecção portuguesa (não a consegui deixar ir só de "Polónia"). Foi assim, mas não ligou grande coisa. No entanto, ontem de manhã, antes de sair de casa vestida de bandeira polaca, perguntou-me: "E quando é que vamos ter de nos vestir de verde e vermelho?" Lá lhe disse que qualquer dia havemos de fazer a semana de Portugal.
Ao fim do dia, quando a fui buscar ao infantário, mostrou-me o desenho que tinha estado a fazer. Disse-me com tristeza que não tinha conseguido acabar porque já não havia verde. Qual não foi o meu espanto quando me explicou que aquilo era... a bandeira de Portugal! Não importa se a posição das cores não era bem aquela. Até uma mini esfera armilar ela fez (independentemente do facto de ser mais azul e cor-de-laranja do que amarela, está lá)! Senti-me orgulhosa e naquele momento percebi que de facto a minha filha está bem consciente da sua dupla nacionalidade.

(o autocolante da Ariel foi ali colado completamente ao calhas, vá-se lá saber porquê... Se calhar achou que ficava bem na bandeira, já que as cores até combinam.)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Um bocadinho do tempo de Portugal na Polónia

Há uma semana fomos passear ao centro de Varsóvia e, num jardim, assistimos a uma sessão fotográfica de uns noivos. Até aqui tudo bem, não fossem estar 9ºC ao sol, com vento gélido, e a noiva e a madrinha estarem com vestidos cai-cai... Para dar uma ideia, eu estava de sobretudo e cheia de frio. Mesmo o sol não me conseguia aquecer... Cheira-me que esta noiva passou a lua-de-mel a beber chá de limão com mel e a tomar anti-inflamatórios.

Agora, se tivessem decidido casar-se uma semana depois... a história era outra! Nos últimos dias temos tido um tempo espectacular por aqui. Com máximas à volta dos 20ºC!! A sair de casa sem casacos, nem chapéus, nem cachecóis. Com as botas bem fechadinhas em casa no armário. 
Para mim tem sido uma maravilha. É a primeira vez desde que vivo na Polónia que apanho uns dias assim no fim de Outubro. Deus queira que se mantenham ainda algum tempo! Só de pensar que exactamente há um ano caíram as primeiras neves!... :)

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Água é vida

A bebida que mais bebo durante o dia é água. Às vezes bebo um chá, raramente bebo sumos. Já os polacos preferem beber chá, sumos, água com gás, água com limão,... Aos bebés, por exemplo, começam desde muito cedo a dar chás e sumos. Aquela imagem que temos dos bebés agarrados a um biberon ou caneca de água cá é alterada por recipientes com líquido colorido dentro. Sempre tive de lidar com a surpresa das mães polacas por os meus filhos preferirem beber água. Tanto um como outro prefere sempre água - e eu também.
Nos últimos dias tive duas situações que tornaram o meu hábito de beber água algo estranho. Em casa duns amigos dei por mim a querer beber um copo de água. Procurei visualmente uma garrafa ou garrafão e avistei uma na cozinha. Servi-me um pouco e quando fui a beber... blhac, era uma daquelas águas meio água das pedras, péssima! Acabei a beber água do biberon do M... Entretanto, por acaso, chegaram as compras que eles tinham encomendado online e nada de água (nós encomendamos sempre uns 5 garrafões). Fico a pensar: o que é que eles bebem?? Já noutro dia, em casa de outros, foi o contrário. Dizem-me eles: "Desculpa, mas não temos sumos... Se calhar queres um chá..." Nem queriam acreditar quando lhes disse que preferia beber água! Sim, porque é muito comum eu chegar a casa de alguém, pedir um copo de água e as pessoas acharem que eu estou a fazer cerimónia e quererem obrigar-me a beber qualquer outra coisa.
É tudo uma questão de hábito. Penso que terá a ver com o facto de durante muitos anos não haver água potável nas torneiras. Actualmente, apesar de dizerem que em Varsóvia já se pode beber água da torneira, na prática eu não me fio nisso. Eu e quase toda a gente. A água sabe mal (há uns meses bebi um copo de água da torneira por distração), às vezes tem uma cor estranha e tem imenso calcário. Ora, durante aqueles anos difíceis do comunismo, em que não dava para se estar sempre a comprar garrafões de água, o normal era ferver a água da torneira e beber assim, sobretudo em chás. 
É estranho não se poder beber água da torneira. A T., por exemplo, sabe que aqui no banho não pode beber água do chuveiro, mas em Portugal pode. No fundo é tudo uma questão de hábito.

Afinal há esperança...

Mal posso esperar por aqueles 18ºC!! :)


sábado, 12 de outubro de 2013

Politiquices

Amanhã é dia de referendo em Varsóvia. Uma iniciativa que começou sem ser notada, mas acbou por ganhar enormes proporções. Varsóvia está divida em diferentes regiões administrativas. Cada uma delas tem um presidente da câmara, assembleia e todos os órgãos normais de uma câmara. Acima de todos está o presidente da cidade, que é basicamente quem decide quanto dinheiro vai para cada câmara e trata das questões mais importantes da cidade.
Ora, Varsóvia tem há uns anos uma presidente que nos últimos tempos tem deixado muito a desejar. Então, o presidente da câmara de Ursynow (onde nós vivemos), cheio de ambições políticas, decidiu iniciar uma recolha de assinaturas para fazer um referendo, para decidir se ela há-de continuar a governar a cidade. Tal como disse, a iniciativa foi ganhando grandes proporções e o senhor tornou-se conhecido (que no fundo era o que ele queria). Amanhã é o referendo e agora a questão é se irão votar pessoas suficientes para o validar. É que os apoiantes da actual presidente são contra o referendo e querem boicotá-lo. Enfim...
Tudo isto ser-me-ia totalmente indiferente, não tivessemos nós um amigo que é deputado municipal na nossa câmara e do mesmo partido do presidente (um partido independente que reúne gente de facções políticas diferentes - o presidente, por exemplo, é muitíssimo de esquerda, o que faz que muitas pessoas não o queiram apoiar neste referendo). Ou seja, desde o início que acompanhamos a campanha contra a presidente. E devo dizer que apoio totalmente os argumentos iniciais que eles usaram. Para além disso, desde que começou esta campanha, a presidente resolveu uma série de problemas que se andavam a arrastar há meses, o que foi muito bom. O problema é que a partir de certa altura o presidente começou a querer dar demaisdo nas vistas. Por exemplo, a cidade está agora cheia de cartazes dele a incentivar as pessoas a irem votar, só que basicamente o cartaz é a cara dele e o nome, e só num lado diz para as pessoas irem votar. E isto acho absurdo.
Não faço ideia se o referendo vai ser vinculativo ou não, e se for qual será o resultado. Sei que em alguns aspectos Varsóvia já ganhou e as coisas que estavam mal e se andam a arrastar duvido que sejam resolvidas tão cedo. Basicamente são manobras de diversão política e independentemente do resultado, o nosso presidente já ganhou o que queria ganhar: notoriedade política.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Sim, há homens que não gostam de futebol

Sendo nascida e criada em Portugal, há uma coisa que continua a fazer-me muita confusão na Polónia. É o facto de haver homens que não ligam ao desporto. Não me refiro concretamente ao facto de praticarem ou não (isso não sei), mas de assistirem, apoiarem, vibrarem. No caso concreto do futebol percebo que a liga polaca é fraca, mas há muita gente que apoia equipas estrangeiras, que vê a liga espanhola, inglesa, italiana, os jogos da Champions, etc. Agora, haver homens que se calhar nem sabem o que é um fora de jogo, isso já acho demais! Lembro-me, no ano passado, durante uma reunião de pais no infantário da T. que já se estava a prolongar demais, havia três pais que começaram a ficar com bicho-carpinteiro porque estava quase a começar um jogo de futebol importante. Três em sei lá quantos. Os outros nem sabiam quem ia jogar.
Quando estou com alguém que me diz que o marido "não gosta de futebol" ou "não liga", tento reagir com a maior naturalidade possível. Só que dentro de mim há uma voz que grita: "Oquê????????? Como é possível???". Ainda por cima acho um desperdício quando há famílias com grandes televisões em casa, com enorme qualidade, nas quais ver um jogo de futebol é uma delícia para os olhos, e simplesmente nem sabem qual é o número do Eurosport (ou semelhantes). Dá Deus nozes a quem não tem dentes.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Semana portuguesa (e espanhola...) na Biedronka

A semana passada foi a semana Ibérica na Biedronka. Infelizmente eu não sabia e o mais curioso é que passei lá um dia e nem dei por nada... É o problema destas acções temáticas de supermercados tipo Lidl e Biedronka: tudo desaparece num instante sem lhe pôrmos a vista em cima. Mesmo sabendo que já tinha acabado a semana, decidi passar lá a ver se encontrava alguns restos. E encontrei!


Queijo flamengo dos Açores (sempre achei uma pena não haver cá), queijo de vaca e cabra de barrar, vinho (bem... vinho português encontra-se sempre!!) e... bolacha Maria! Parece uma coisa ultra simples, mas os meus filhos adoram e cá não há. Mal peguei nelas no supermercado, o M. começou logo a gritar: "bu'acha! bu'acha!", e queria que eu abrisse logo o pacote. Numa situação normal teria comprado logo uns dez pacotes, mas como ainda tenho uma caixa cheia de pacotes trazidos de Portugal achei que não valia a pena.
Disseram-me que houve também à venda um livro com receitas portuguesas. Quem mo disse sugeriu que eu fosse ver se ainda havia para comprar. Bem, comprar um livro de receitas portuguesas na Polónia para mim seria um pouco estranho... O único motivo que me poderia levar a fazê-lo seriam os ingredientes, porque muitas vezes, quando quero fazer algo português, faltam-me ingredientes e não sei qual é o equivalente polaco. Talvez neste livro encontrasse isso. Mas, por outro lado, do que ouvi de uma receita de cozido à portuguesa, a lista de ingredientes estava incompleta. Acho que o melhor é manter-me com os meus livros tradicionais e não inventar.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O que as polacas fazem no Outono

Para muitas polacas, o Outono é a sua época preferida do ano. Julgo que gostam não só das cores da natureza, mas também da melancolia própria da estação. No entanto, há outra coisa de que acho que elas também gostam. É que no Outono aproveitam para fazer várias coisas para consumir durante o Inverno. Se os homens dedicam este tempo a fazer licores de diferentes frutos do bosque (há tantos e tão diferentes, que eu nem saberia traduzir os nomes), as mulheres dedicam-se a fazer compotas. Aproveitam os últimos tempos com fruta de Verão e é vê-las a encher frascos e mais frascos (e os supermercados cheios de recipientes vazios para vender). Mas não se ficam só nas compotas: há quem prepare também couve e pepinos para fermentar e fazer aquela espécie de chucrute e pikles. Nos últimos dias tenho visto várias mulheres todas entusiasmadas a fazer as suas compotas e todo o tipo de conservas de frutas e legumes. No ano passado eu também me dediquei a fazer o tradicional doce de abóbora português. Este ano não fiz, mas passei a minha receita a outras pessoas que se interessaram por ela no ano passado. Agora já me disseram que vão fazer um concurso de provas de doce de abóbora para eu ver que tal ficou. Estou para ver.
Mas o que acho mais engraçado nisto tudo é ver a alegria com que fazem isto e que é mais uma das coisas que faz os polacos gostarem tanto do Outono.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Problemas com a temperatura

Se há coisa que me custa na Polónia é ter de usar em Setembro casacos de Inverno. Todos os dias quando saio de casa nunca sei o que hei-de pôr em cima de mim. Olho para o termómetro, vejo temperaturas à volta dos 10ºC e penso logo em levar um kispo. Mas de repente páro e penso: "Espera lá, isso é o que eu uso quando estão temperaturas negativas, tipo -10ºC... Como é que eu fazia nesta época nos anos anteriores?" Fico sempre sem saber o que fazer. A opção é usar casacos mais leves, mas saio sempre de casa com a sensação que vou ter imenso frio na rua. Felizmente acabo por não ter. Ah, e normalmente a cabeça tem de ir coberta com algum capuz ou chapéu. O ventinho que tem estado não é para brincadeiras. O pior é que estou a notar uma tendência para estar cada vez mais frio e não sei se vou aguentar muito mais tempo a usar casacos de meia-estação...

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Autocarros em casamentos??

Quando vim para cá, achei muito estranho ver à porta das igrejas, quando havia casamentos, autocarros de turismo. O que é que um autocarro tem a ver com um casamento?? Afinal tem, e muito! Para não haver o eterno dilema conduzir vs. beber, organizam-se autocarros que levam os convidados até ao sítio do copo de água e depois os vêm trazer até algum sítio combinado, onde poderão apanhar um taxi ou algum outro transporte. Uma ideia, no mínimo, curiosa. E que não se aplica só a casamentos. Na empresa do S., por exemplo, quando fazem a festa anual para os trabalhadores, também usam o esquema do autocarro.

sábado, 28 de setembro de 2013

O Outono em Łazienki

Por saber como não gosto do Outono na Polónia, uma amiga sugeriu que eu participasse num passeio guiado com um biólogo no parque de Łazienki sobre as alterações da natureza no Outono. Achei que podia ser uma boa ideia e por isso hoje de manhã arranjámo-nos depressa para conseguir estar lá à hora certa.
A visita foi bem interessante. O nosso guia, o biólogo Darek (não me lembro do apelido...!) - especialista em insectos... - levou-nos a dar uma volta pelo parque, parando por aqui e por ali para algumas explicações. Foi uma autêntica aula de revisões de ciências da natureza, com lições sobre a fotossíntese, sobre o modo como as folhas mudam de cor e porque é que caem das árvores. Mostrou-nos ainda alguns insectos do parque e fiquei a saber que existem joaninhas bordeaux com pintinhas brancas! Tirei algumas fotos que podem ilustrar melhor este passeio.

O nosso guia a explicar porque as folhas mudam de cor e caem das árvores.

Um esquilo. Há imeeeeensos em Łazienki. Nem sei quantos vi hoje! São espécies protegidas por isso é proibido apanhá-los. Mas não têm medo de nós e se tivermos comida, é provável que venham comer das nossas mãos. Agora uma curiosidade do bilinguismo: em polaco, a palavra esquilo (wiewiórka) é feminina. A T. passou o tempo a dizer coisas tipo: "Vamos apanhá-la!", referindo-se ao esquilo.

O guia a mostrar alguns dos insectos que apanhou de uma das árvores com a sua rede.

Um turista asiático teve este momento de contacto com um esquilo.

A qualidade da foto não é grande coisa (telemóvel...), mas dá para ter uma ideia da transformação da cor nestas árvores, desde o verde ainda muito verde do lado esquerdo até ao verde-amarelado do lado direito.

Novamente sem grande qualidade, mas com algum esforço percebe-se que ao longe as árvores têm diferentes cores outonais. Na relva, patos.

Uma autêntica cratera numa árvore, feita por insectos (blhec). Na parte de baixo da foto vê-se um pouco da areia em que os ditos bichos transformaram a madeira da pobre árvore.

Esta risca vertical de cor diferente no tronco da árvore é provocada pela queda de um raio durante uma trovoada. O nosso guia explicou que quando isto acontece, a temperatura da água dentro da árvore sobre brutalmente e queima-a toda por dentro (ouch!!). A seguir a esta vimos outra também com uma marca enorme. Árvore sofre!

Uma casa de pássaros vandalizada por animais. Explicou-nos o guia que pode ter sido por outros pássaros, ou até por... esquilos! Disse ele que estes bichinhos que toda a gente adora volta e meia, quando acham caso disso, tornam-se nas maiores pestes e são capazes de atacar (outros animais, entenda-se). Mas acho que o pior mesmo foi saber que há pássaros que atacam ninhos de outros pássaros, incluíndo os bebés que lá estejam...

Um dos primeiros sinais do Outono na Polónia.

Já fora da visita, passámos pelo famoso monumento de Chopin. Quando estávamos já de saída, ouvi um guia a contar a um grupo um pormenor interessante que desconhecia sobre ela. Ora diz que durante a IIª Guerra Mundial esta estátua foi totalmente destruída. Alguns anos mais tarde, não-sei-quem encontrou num ferro-velho... a cabeça do Chopin! A partir daí, e com base numa réplica em miniatura que havia não-sei-onde (ok, ele estava com outro grupo, não ouvi bem tudo...), reconstruíram a estátua tal qual como está hoje. E esta, heim?

Depois de todo este passeio, a questão final é: Será que fiquei a gostar mais do Outono na Polónia? Sinceramente não sei. O Outono é de facto muito bonito, com as árvores pintadas de mil cores. Mas o frio (podemos sempre agasalhar-nos!)... a chuva (para que servem as galochas??)... os dias pequenos (para isto não arranjo solução... só mesmo a companhia de bons amigos!!)... são muuuuito chatos. Quem sabe, pode ser que este ano seja melhor do que nos anteriores!

PS - Uma observação minha: quando estávamos a regressar, começou a choviscar. E a quantidade de gente a passear por lá, a chegar para passear, grupos organizados, pais com bebés de colo,...? Imensos!! Realmente, os cerca de 7ºC e uma chuvinha não metem medo a ninguém. Eu é que, para dizer a verdade, já estava a gelar, mesmo depois de ter tomado um chocolate quente...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Perguntas que não lembram a ninguém (ou pelo menos não deviam)

Volta e meia deparo-me com pessoas que me fazem perguntas que considero verdadeiramente... parvas! Não faço ideia o que elas pensam, mas a verdade é que me irrito sempre um bocado por achá-las tão absurdas (provavelmente quem as faz não acha, mas enfim). Eis alguns exemplos:

- Ah, mas a tua filha sabe falar português?? (os dois pontos de interrogação servem para dar uma ideia do tom de surpresa da pessoa que fala)
- Mas tu falas com eles (os filhos) em português??
- O quê? A T. também tem nacionalidade portuguesa??
- E o teu marido também sabe falar português??

E a cereja em cima do bolo, o diálogo que tive há dias com uma pessoa nossa conhecida:

(a conversa decorria com normalidade sobre o desenvolvimento da T. e chegou à questão da linguagem. Nesse momento eu referi qualquer coisa que deu a entender que eu falava com ela português)
- Você fala com ela em português?
- Sim.
- Mas porquê?
(pequena pausa eu que eu olho para o meu interlocutor, tentando perceber se ele por acaso se esqueceu de quem eu sou)
- Então, porque eu sou portuguesa!
- Sim, eu sei, mas você fala tão bem polaco... (e já não sei se ele disse mesmo ou se só ficou no ar a pergunta "para que é que há-de falar com ela em português?")

Ou seja, acho que por muitos anos que passem nunca vou deixar de me surpreender com as perguntas que me fazem...

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Na escola

Já estamos quase no fim da segunda semana de escola desde o início do ano escolar. Este ano para nós é o último no infantário. Significa isto que a partir de Janeiro vamos ter de começar a pensar em escolas (bem... já começámos a pensar há algum tempo!!), a preencher papéis, a ir a entrevistas, sei lá eu!... Felizmente ainda temos uns meses de tranquilidade antes de nos dedicarmos a isso. A T. está toda contente, pois agora já está no grupo dos mais velhos (que inclui ainda miúdos de 6 anos, porque só agora começam a obrigar a ir para a 1ª classe desde os 6 anos; antes era só a partir dos 7). Hoje lembrei-me, a propósito do material que ela tem de levar para lá, que me disseram que nas escolas tem de se levar calçado para mudar. Quando ouvi isto pela primeira vez fiquei em choque. Andar de pantufas ou algo do estilo na primária?? Mas pelos visto é mesmo assim, o que faz algum sentido se pensarmos, por exemplo, nos meses de neve e na lama que se acumula nos sapatos. Já vejo no infantário nessas alturas como fica o chão da entrada, imagino se toda a gente andasse assim lá dentro. É estranho - admito - ter de levar pantufas para a primária, mas também é compreensível. Estou curiosa para ver a lista de coisas que terão de levar para a escola, aposto que vou ver mais umas que vou achar estranhíssimas. Mas por agora, é melhor aproveitar bem este último ano dela no infantário, ainda tão sem obrigações e sem peso nenhum em cima dos ombros.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Mais um casal luso-polaco

Há dias, os nossos vizinhos de cima receberam a visita de um casal amigo que é o contrário de nós: polaca, casada com português, a viver em Portugal (ela há seis anos). Convidaram-nos simpaticamente para lá irmos conhecê-los. Apesar de, por motivos de força maior, eu ter acabado por ficar lá pouco tempo, a pouca conversa que tivemos foi engraçada. Partilhámos as nossas experiências com o bilinguismo dos filhos (tudo igual!!), com a intervenção do anfitrião, ele próprio bilingue (mãe polaca, pai egípcio). Achei muito curioso ele falar de dificuldades que tinha em criança e que são iguais ao que vejo nos meus filhos. A T. ao princípio quando chegámos ficou muito envergonhada por ver crianças a falar português na Polónia, mas passado algum tempo lá começou a interagir com elas.
E para concluir estas coincidências que juntam tantos "luso-falantes" num mesmo prédio, outra vizinha (divorciada de um brasileiro) perguntou há dias ao S. se poderia ter umas aulas de conversação comigo para treinar o português. Já lhe disse é que tenho de começar a treinar o sotaque brasileiro.

Curioso

Actualmente passam na televisão polaca dois anúncios a carros de marcas diferentes gravados em Lisboa. Um é da Nissan, outro da Skoda. Dá um certo orgulho ver como cá escolhem os cenários de Lisboa para coisas destas.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Probabilidade improvável

Quais são as probabilidades de irmos almoçar a um dos milhares de restaurantes do centro de Varsóvia e na mesa ao lado se sentar um casal português (ainda por cima portugueses que sabiam alguma coisa de polaco, o que mostra que "são de cá" e não apenas turistas)?? Pelos vistos são grandes.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

No fim das férias

(A chegar a casa, no carro, em conversa com alguém)
Eu: ... e no fundo desta rua viramos para a rua onde nós moramos.
T.: Aquela é a rua onde EU moro.
Eu: Sim, é a tua e a minha rua.
T.: Não, é só minha.
Eu: Ai sim? Então e eu, moro onde?
T.: Mãe, a tua rua é em Portugal.

...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

De qual gostas mais?

- T., que língua é mais fácil: o português ou o polaco?
- Hmmmm... O polaco!!

E neste momento o coração da mãe sofre... :P

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A língua em minoria

Há um fenómeno que já tinha reparado na T. há uns anos e que este ano voltou em força. É a questão da língua em minoria. Quando estamos no nosso dia-a-dia na Polónia, a T. está habituada que há uma língua em maioria - o polaco - que falam todas as pessoas, e uma língua em minoria - o português - que falo basicamente só eu (ok, o pai também e o M. também já começa). É sempre assim e ela já sabe que quando vem falar com a mãe, fala na língua em minoria. Ora, o que acontece é que quando vimos a Portugal, as línguas invertem-se: a língua em maioria passa a ser o português e a língua em minoria, o polaco. E em que é que isto resulta? Que comigo passa a falar polaco e com todos os outros português! A família revolta-se por a ver a falar sempre em polaco comigo, mas a verdade é que ela não faz por mal. É simplesmente mais uma confusão do bilinguismo.

domingo, 14 de julho de 2013

Coração dividido

(A T. de férias em Portugal) - Pai, porque é que não podemos ficar sempre aqui?
- Porque o pai tem de voltar ao trabalho.
- Então tens de arranjar trabalho em Portugal.

Se a vida fosse tão simples como o raciocínio das crianças...

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A envolvente do Estádio Nacional

Quando fomos à Festa da Ciência, como seria difícil estacionar na zona, resolvemos deixar o carro de um lado do rio e depois atravessar a ponte a pé até ao estádio nacional. Aproveitei para tirar uma ou duas fotos durante o percurso.

A envolvente do estádio nacional muito bem arranjada - resquícios do Euro 2012...

A ponte Swietokrzyska tem zona para os peões passarem e ciclovia. Ao longe vê-se o balão de ar quente da Orange onde se pode ver Varsóvia das alturas.

Vista da outra ponte, com a ponte ferroviária ao longe e barcos-hotel encostados à margem do Vístula.

Uma mini-praia fluvial com algumas pessoas.

A ponte ferroviária e o centro de Varsóvia ao longe.

(e não há mais fotos de jeito, porque estávamos a andar depressa e o telefone não dá para mais...)

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Coisas de uma criança bilingue

No sábado passado fomos a uma festa do trabalho do S., num terreno fora de Varsóvia. Havia comes, muitos bebes, actividades tipo tiro ao arco, escalada, etc., e música para dançar. As crianças brincaram um bocado e também dançaram. A certa altura, deram de seguida as músicas Kuduro e Ai Se Eu Te Pego. A T. estava a reagir como com qualquer uma das outras músicas, até que eu lhe chamei a atenção para o facto de estarem a cantar em português. Ela parou um bocado, ouviu com atenção e começou a rir-se muito, por estar a perceber algo que os outros não estavam. Achou a situação insólita e fartou-se de rir por causa disso. Os polacos sem perceber uma palavra e ela a dominar. Só por isso teve piada ir àquela festa (porque de resto foi muito secante).

terça-feira, 2 de julho de 2013

Avião

Quando estou em casa e calha ver pela janela o "nosso" avião da TAP a aproximar-se do aeroporto de Varsóvia, sinto-me como quando antigamente se viajava de carro pela Europa e de repente se encontrava outro carro com matrícula portuguesa no meio do nada.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

O meu onomástico??

Acabei de receber um mail de uma agência de traduções com quem trabalho a felicitar-me porque, segundo dizem, hoje é o meu onomástico! E esta, heim? Parabéns a mim!... Acho...

(Por acaso tinha visto que no calendário polaco o meu onomástico era a 2 de Junho. Será que 1 de Julho também é?)

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O fim do ano escolar

Hoje é o último dia de aulas nas escolas, infantários e creches. Seguem-se dois meses de intervalo (os infantários e creches públicos retomam em Agosto) e no dia 1 de Setembro lá estão as crianças todas de volta. Ontem e hoje as escolas fizeram as suas cerimónias de encerramento do ano, com entrega de diplomas, certificados, avaliações, etc. Cá na Polónia isto é algo que se leva a sério: as crianças vestem-se a rigor e a cerimónia é realizada muitas vezes com a presença de familiares.
Nós ontem tivemos a nossa no infantário. A T. estava com o seu melhor vestido e fez uma pequena representação com os colegas, antes de receber um diploma simbólico. No fim disto tudo, tivemos um pequeno ritual de agradecimentos e entrega de presentes à directora, educadoras, auxiliares, etc. E era precisamente disto que eu queria falar hoje.
Quando eu era pequena, lembro-me de ver em livros de banda desenhada os alunos levarem uma maçã à professora (o clássico era o Chico Bento). Aqui não se dão maçãs, mas há a mania de no fim do ano se dar algum presente aos professores e outros trabalhadores da escola. Alguns pais dão àquele ou àquela com quem a criança ou eles próprios tiveram melhor contacto, mas também acontece dar-se a todos indiscriminadamente. No nosso infantário, pelo menos neste dois anos em que lá temos estado, tem-se feito uma recolha de fundos entre os pais para comprar presentes para o pessoal. Claro que tudo o que envolve recolha de dinheiro dá confusão, por isso acabei por ouvir opiniões muito diferentes sobre esta questão. Mas nenhuma contra o acto em si de oferecer algo.
Em geral, todos estão mentalizados que tem de se dar presentes e nem questionam isso. Só houve uma pessoa com quem falei que, como eu, acha que é um exagero ter de se dar presentes a todos no fim do ano. Porque, se formos a pensar em todas as outras profissões, ninguém recebe presentes no final do ano por ter feito o seu trabalho (bem, há casos em que se recebem comissões ou prémios em dinheiro, mas isso é outra história). Percebo o simbolismo da questão, mas penso que se poderia resolver isto comprando pequenas coisas simbólicas, sem ter de gastar uma pipa de massa (ou mesmo não comprando nada!!). No caso do nosso infantário, este ano foi o descalabro e gastou-se imenso (porque teve de se comprar para várias pessoas e à última da hora afinal ainda para mais duas...). Por minha parte, eu também tomo conta de duas crianças várias horas por dia e a mim ninguém me da presentes! Vou ver se começo a negociar aqui em casa. ;)

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Agnieszka ou Marysia?

Há quem diga que todas as polacas são Agnieszkas ou Marysias. De facto, estes são os nomes femininos mais populares. Se Marysia (diminutivo de Maria) continua ainda hoje a ser um dos nomes mais dados às filhas, Agnieszka (Inês) já não tanto. Deve é ter sido o grande nome da moda na década de 70 e 80, pois onde quer que eu vá, há uma Agnieszka. A lista de contactos do meu telefone está cheia delas (e aquelas de quem não tenho o número, mas com quem me cruzo diariamente??). E a confusão que é para sabermos de quem estamos a falar? A partir de certa altura já só vamos lá evitando o primeiro nome e referindo-nos a elas pelo apelido. É que são mesmo mais que as mães!!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O nosso peixe era transexual

Durante 9 meses tivemos um peixe. Foi o presente de onomástico da T. Ela nunca lhe ligou grande coisa e de facto ele era apenas um elemento decorativo na nossa casa. Só que nos deu volta e meia dores de cabeça quando tivemos de viajar e deixá-lo com alguém durante esse tempo.
Apesar de ser um animal que não interage grande coisa, este peixe foi motivo de grande baralhação linguística. Tudo isto porque em português a palavra peixe é masculina e em polaco é... feminina! Então, eu que me referia sempre a ELE, tinha de ouvir os outros a chamarem-lhe sempre ELA. Na realidade era um macho, mas mesmo assim era... ela! Era estranhíssimo ele ser o tempo todo tratado como se fosse uma fêmea.
De qualquer maneira, ao fim de 9 meses de confusão de género, o nosso peixinho decidiu ir desta para uma melhor e lá foi pelo cano abaixo...


terça-feira, 25 de junho de 2013

Exemplo na Wikipédia

Por motivos de trabalho, tive de consultar esta página na Wikipédia. Achei curioso a imagem que dão como exemplo na versão portuguesa. :)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Fim-de-semana à beira do lago

Passámos um fim-de-semana excelente, rodeados de amigos e de uma natureza belíssima. À beira de um lago, no meio de um enorme pinhal, numa zona que ainda não é conhecida dos turistas (só agora começa a ser conhecida pelos locais, pois durante várias décadas havia ali um centro da polícia política do comunismo e ninguém se atrevia a chegar-se sequer perto). As crianças adoraram, fartaram-se de brincar, correr, saltar, andar descalças e rebolar no chão. Ao fim do dia iam encardidas para o banho, mas muito felizes.
Na sexta apanhámos uma trovoada monumental à saída de Varsóvia, mas em contrapartida no sábado esteve um calor brutal. As peles mais claras (na nossa família o S. e a T.) ficaram logo queimadinhas. Passámos o dia numa quinta onde as crianças fizeram várias actividades e os pais relaxaram por aqui e por ali (os mais ousados foram fazer alguns desportos radicais). Eu ainda joguei um bocado de badmington, coisa que não fazia há anos. Ao fim do dia, de regresso à casa onde estávamos alojados, fizemos uma fogueira onde se assaram salsichas, cantou, conversou e passou um bom bocado.


O Domingo foi um dia mais relaxado, de passeio e descanso à beira do lago. Os mais novos e alguns pais (a propósito, ontem era o Dia do Pai na Polónia... e eu não sabia!! Ups...) aventuraram-se para dentro da água. Em suma, foi um fim-de-semana muitíssimo bem passado. Chegados a casa depois de uma viagem de várias horas (demorámos quase mais 2h para cá do que para lá... ainda estou para perceber como perdemos tanto tempo em paragens!!!), caímos todos na cama e dormimos, dormimos, dormimos... O M. foi o primeiro a acordar, por volta das 8h30 e a T. a última, já bem depois das 9!! Mas acordaram todos muito bem dispostos.

PS - Como não há bela sem senão, neste fim-de-semana calhou precisamente o solstício de Verão. Algo de que sempre gostei muito, por ser o dia maior do ano. No dia 21 tivemos um pôr-do-sol lindíssimo, com o sol enorme e o céu todo cor-de-rosa. Anoiteceu tardíssimo, o que também gosto muito. Só que, obviamente, nesta latitude, o sol nasce tão cedo que a pessoa fica toda baralhada. E o pior disso tudo é as casas não terem estores, cortinas escuras, o que quer que seja. Para não variar, o nosso quarto tinha apenas uns cortinados cor-de-laranja a fingir que tapavam a janela. Numa das noites tive o azar do M. acordar às 4h30 para beber leite. Bebeu e voltou a dormir, mas eu... quando acordo e vejo que já é completamente dia e o sol a brilhar com força na minha janela, por mais que queira já não consigo dormir a sério. Ainda consegui dormir um pouco até às 6h30, mas depois disso foi impossível. Devo ter algum bloqueio no cérebro que me diz que quando há sol, é para levantar. Claro que com nenhum dos polacos isto aconteceu, só mesmo comigo.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Sol vs. Melgas

Mais um fim-de-semana na Mazúria (argh!!), no qual se avizinha muito calor, sol e... melgas!! Tendo em conta que as melgas polacas atacam mesmo durante o dia, a questão é: devo pôr às crianças protector solar ou anti-melga??... Acho que vamos decidir no local.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Omnisciência

Que mania que a T. tem de achar que eu sei tudo!! De cada vez que respondo a uma pergunta com "não sei", fica furiosa comigo porque acha que estou a aldrabar...

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Não discutam com um polaco

Não sei se já falei aqui, mas os polacos para discutir são uns chatos. Quando digo discutir, refiro-me a todo o tipo de troca de ideias, não apenas às formas mais violentas de o fazer. Eles têm uma ideia e são capazes de a transmitir durante uma hora, dizendo a mesma coisa de várias maneiras diferentes. Apercebi-me disto só há poucos anos e confesso que me facilitou a vida. Agora já sou capaz de cortar certas conversas a meio, quando percebo que a pessoa vai tentar dizer outra vez o mesmo, mas por outras palavras. Para eles isto não faz confusão nenhuma. Para mim, é horrível. O próprio S. já se ri disto e reconhece ser verdade. O que em Portugal se diz com meia dúzia de palavras, na Polónia precisa de meia dúzia de frases, ou se calhar meia dúzia de parágrafos. Comparável a isto, só as pessoas em Portugal a quem se pedem indicações no caminho que explicam como se vai dar ao sítio de dez maneiras diferentes (quer dizer, o caminho é o mesmo, as palavras é que vão mudando). Só me consigo lembrar disto:


terça-feira, 18 de junho de 2013

Futebol americano

Há dias, passaram por nós quatro rapazes vestidos como jogadores de futebol americano (sim, são rapazes, apesar de na foto parecerem raparigas). Foi a primeira vez que a T. viu algo do estilo. A sua curiosidade habitual deu logo sinal de vida.
- Pai, porque é que eles estão assim vestidos?
- Porque são jogadores de futebol americano.
- Não, pai! Porque são astronautas!!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Festa da Ciência

Depois de ver os nossos planos de sábado alterados, acabámos por ir à Festa da Ciência no Estádio Nacional, organizada pelo Centro de Ciência de Copérnico (um sítio que vale mesmo a pena visitar, mas isso fica para outro post). Deixámos o M. com a avó e seguimos rumo ao estádio. A T. aguentou-se muito bem, tendo em conta que andámos sei lá quantos quilómetros. À volta do estádio havia mais de cem barraquinhas onde diferentes instituições apresentavam coisas ligadas à ciência. Eram tantas e havia tanta gente que devemos ter visto talvez 10% ou menos do todo. Para além de que a maioria das coisas era mais para crianças a partir dos 10 anos. Mesmo assim, a T. ainda conseguiu participar em algumas coisas, incluíndo numa experiência de construção de um foguetão. O S. fez um jogo sobre gestão financeira e ganhou moedas de chocolate. No meio de milhares de pessoas ainda conseguimos encontrar uns amigos e, para maior coincidência, encontrámo-nos diante da barraquinha onde estava outro amigo nosso a fazer tijolos de barro para os miúdos construirem um mini-estádio.
Um robô que reage aos movimentos das mãos das pessoas. Se fazemos com a mão sinal para vir, ele vem; se fazemos sinal para parar, ele pára.

Conforme esta menina dava à bomba, o nível da água ia subindo.

O foguetão da T. Quando se aperta a garrafa, a ponta azul salta.

O interior de um carro com os materiais todos à mostra. No banco da frente de lado vê-se a bolsa com o airbag.

sábado, 15 de junho de 2013

Ó pra nós aqui! :)

No blog da Rita Ferro Alvim. :)

Que planos para hoje?

Hoje era para ser a festa de anos da T., mas como o M. ficou doente tivemos de cancelar. Como alternativa, se calhar optamos por uma das festas ao ar livre que se fazem nesta época do ano, para a T. se divertir um bocado. Está um dia lindo de sol, pode ser que o M. não fique mal com uma saida (ele coitado já está fartinho de estar fechado em casa). É que de facto na Polónia os dias de bom tempo são mesmo para aproveitar.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Caraças de carraças!

Há coisa de mês e meio fomos passar umas mini-férias à região da Vármia. Também chamada Região dos Lagos, a Vármia-Mazúria é uma das minhas regiões preferidas da Polónia. É absolutamente lindíssima! Fomos num dia de grande calor e apanhámos imenso frio enquanto lá estivemos (com as malas feitas com roupa ligeira... enfim... mãe portuguesa nunca aprende!!). Acabámos por passear menos do que queríamos, mas ficámos num hotel sobre um lago, então paisagem tínhamos.
Esta região, para além de lagos e florestas enormes tem algo muito característico deste tipo de ambiente: melgas e... carraças! Há dias alguém me contou que houve nessa região uma acção de "des-melguização" das florestas para atrair turistas. Não sei até que ponto isso é possível, mas enfim. Mas com as carraças não é possível fazer isso. Do que percebi, os polacos estão muito habituados às carraças, quer dizer, mais do que os portugueses. No início de casados, quando íamos passear a alguma floresta, o S. regressava a casa e pedia-me para ver se não tinha carraças em alguma parte do corpo. Sempre achei isso um exagero e nunca liguei muito. Mas a verdade é que nunca vi nenhuma. Até ao dia. E esse dia foi horrível.
Tínhamos regressado das nossas mini-férias, as crianças já estavam na cama e eu tinha acabado de me sentar no sofá a ler um livro. O S. vem ter comigo, com a mão na barriga, e diz:
- Estou a sentir aqui uma coisa estranha. Vê lá o que é isto.
Aproximei-me e vi uma coisinha pequena escura. Pareceu-me uma crosta de uma ferida pequena que estava a sair. Ele, alarmado, diz:
- Vê lá se não é uma carraça...
- Não! Claro que não! É uma crosta. Espera aí, já a tiro...
E tirei. De repente, olho para o que tenho entre os dedos e vejo que tem umas patinhas minúsculas e que se está a mexer.
- Aaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!
Apanhei um susto daqueles e larguei logo o que tinha nas mãos. Imediatamente olhámos para a barriga do S., onde ela estava, mas não parecia ter nada de estranho. De qualquer maneira, lá foi o coitado para as urgências do hospital ver se não tinha nada. E só depois me lembrei que tinha deixado cair a carraça... E onde está? Pois é... procurei por toda a parte e... nada! Pus a roupa toda para lavar, aspirei o chão, no dia seguinte o S. voltou a aspirar a sala toda, sofás, etc. Esperemos que ela tenha ido embora... Felizmente a picadela foi mínima, pois consegui arrancá-la logo no momento certo (e da maneira adequada, sem o saber) e não trouxe consequências. Agora o stress que tive naqueles dias, a pensar que ela andaria por aqui por casa, à caça de uma próxima vítima...!!!
Entretanto informei-me e há imensos produtos para as carraças, desde kits especiais para as tirar do corpo, até coisas para aplicar nas picadas, etc. Nós agora já temos uma coisa para as tirar do corpo.
Nunca mais vi nenhuma, apesar de ter a sensação que um dia no banho do M. houve uma que foi pelo cano abaixo.
Conclusão: Gosto muito da Vármia-Mazúria, mas... acho que agora tenho outra região de que gosto mais...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Tu não falas essa língua!

Para a T. não faz confusão nenhuma haver umas pessoas que falam português e outras que falam polaco. Do mesmo modo não faz confusão os pais falarem tanto numa, como noutra língua, ou até nas duas ao mesmo tempo. O que faz confusão é ouvir um português falar polaco, ou um polaco falar português. Nessas situações reage sempre com um olhar incrédulo. E depois ri-se muito, farta-se de gozar. Com ela isto já aconteceu várias vezes, já não é surpresa. Mas com o M., no seu ano e meio de vida, ainda não tinha acontecido. Até ontem. Ontem, a minha mãe disse algo em polaco e ele olhou para ela muito surpreendido, como se achasse estranhíssimo. Percebeu que havia alguma coisa que não batia certo. Ou seja, apesar de ainda praticamente não falar, ele já percebe a diferença entre as línguas bem mais do que nos parece.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Veturilo

Uma das grandes invenções do último ano foi o sistema municipal de aluguer de bicicletas de Varsóvia, chamado Veturilo. Veturilo é uma palavra em esperanto (língua inventada por um polaco) e que significa meio de transporte. Esta ideia começou no Verão do ano passado e basicamente consiste em dezenas de pontos de aluguer de bicicletas em toda a cidade, sendo que podemos alugar num lado e deixar noutro. O Veturilo está integrado na rede de transportes públicos da cidade e é considerado isso mesmo: um transporte público. Para andar, temos de nos registar na página da internet e pagar uma caução. Depois, se andarmos até 20 minutos, não pagamos nada. Se andarmos entre 20min e 1h pagamos 1zl e a partir daí vai aumentando a pouco e pouco. Ah, e é tudo self-service.
(Mapa dos pontos de bicicletas no centro de Varsóvia)

No ano passado, quando começou, havia ainda poucos pontos de bicicletas, mas agora, desde que começou a época (de Março a Novembro) apareceram já imensos. Normalmente estão junto às estações de metro, universidades, zonas comerciais e em todos os locais onde costuma haver aglomerados de pessoas (piscinas, pavilhões, zonas de escritórios, etc.). Para além disso, há também no meio de bairros habitacionais normais.

Pessoalmente acho a ideia giríssima. Se tivessem cadeira para bebés, de certeza que já tinha usado. Quando ando na rua farto-me de ver pessoas nessas bicicletas, sobretudo estudantes. É muito prático, faz-nos poupar tempo de deslocação e é bastante agradável. Só é chato depender muito do tempo, o que na Polónia é arriscado. Este ano, por exemplo, o Inverno foi prolongado, por isso teve de abrir mais tarde. Agora, nas últimas semanas, temos trovoada atrás de trovoada, com cargas de água monumentais, o que também inviabiliza a utilização destas bicicletas. De qualquer maneira, quando está bom tempo, vale a pena aproveitar.