segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Autocarros em casamentos??

Quando vim para cá, achei muito estranho ver à porta das igrejas, quando havia casamentos, autocarros de turismo. O que é que um autocarro tem a ver com um casamento?? Afinal tem, e muito! Para não haver o eterno dilema conduzir vs. beber, organizam-se autocarros que levam os convidados até ao sítio do copo de água e depois os vêm trazer até algum sítio combinado, onde poderão apanhar um taxi ou algum outro transporte. Uma ideia, no mínimo, curiosa. E que não se aplica só a casamentos. Na empresa do S., por exemplo, quando fazem a festa anual para os trabalhadores, também usam o esquema do autocarro.

sábado, 28 de setembro de 2013

O Outono em Łazienki

Por saber como não gosto do Outono na Polónia, uma amiga sugeriu que eu participasse num passeio guiado com um biólogo no parque de Łazienki sobre as alterações da natureza no Outono. Achei que podia ser uma boa ideia e por isso hoje de manhã arranjámo-nos depressa para conseguir estar lá à hora certa.
A visita foi bem interessante. O nosso guia, o biólogo Darek (não me lembro do apelido...!) - especialista em insectos... - levou-nos a dar uma volta pelo parque, parando por aqui e por ali para algumas explicações. Foi uma autêntica aula de revisões de ciências da natureza, com lições sobre a fotossíntese, sobre o modo como as folhas mudam de cor e porque é que caem das árvores. Mostrou-nos ainda alguns insectos do parque e fiquei a saber que existem joaninhas bordeaux com pintinhas brancas! Tirei algumas fotos que podem ilustrar melhor este passeio.

O nosso guia a explicar porque as folhas mudam de cor e caem das árvores.

Um esquilo. Há imeeeeensos em Łazienki. Nem sei quantos vi hoje! São espécies protegidas por isso é proibido apanhá-los. Mas não têm medo de nós e se tivermos comida, é provável que venham comer das nossas mãos. Agora uma curiosidade do bilinguismo: em polaco, a palavra esquilo (wiewiórka) é feminina. A T. passou o tempo a dizer coisas tipo: "Vamos apanhá-la!", referindo-se ao esquilo.

O guia a mostrar alguns dos insectos que apanhou de uma das árvores com a sua rede.

Um turista asiático teve este momento de contacto com um esquilo.

A qualidade da foto não é grande coisa (telemóvel...), mas dá para ter uma ideia da transformação da cor nestas árvores, desde o verde ainda muito verde do lado esquerdo até ao verde-amarelado do lado direito.

Novamente sem grande qualidade, mas com algum esforço percebe-se que ao longe as árvores têm diferentes cores outonais. Na relva, patos.

Uma autêntica cratera numa árvore, feita por insectos (blhec). Na parte de baixo da foto vê-se um pouco da areia em que os ditos bichos transformaram a madeira da pobre árvore.

Esta risca vertical de cor diferente no tronco da árvore é provocada pela queda de um raio durante uma trovoada. O nosso guia explicou que quando isto acontece, a temperatura da água dentro da árvore sobre brutalmente e queima-a toda por dentro (ouch!!). A seguir a esta vimos outra também com uma marca enorme. Árvore sofre!

Uma casa de pássaros vandalizada por animais. Explicou-nos o guia que pode ter sido por outros pássaros, ou até por... esquilos! Disse ele que estes bichinhos que toda a gente adora volta e meia, quando acham caso disso, tornam-se nas maiores pestes e são capazes de atacar (outros animais, entenda-se). Mas acho que o pior mesmo foi saber que há pássaros que atacam ninhos de outros pássaros, incluíndo os bebés que lá estejam...

Um dos primeiros sinais do Outono na Polónia.

Já fora da visita, passámos pelo famoso monumento de Chopin. Quando estávamos já de saída, ouvi um guia a contar a um grupo um pormenor interessante que desconhecia sobre ela. Ora diz que durante a IIª Guerra Mundial esta estátua foi totalmente destruída. Alguns anos mais tarde, não-sei-quem encontrou num ferro-velho... a cabeça do Chopin! A partir daí, e com base numa réplica em miniatura que havia não-sei-onde (ok, ele estava com outro grupo, não ouvi bem tudo...), reconstruíram a estátua tal qual como está hoje. E esta, heim?

Depois de todo este passeio, a questão final é: Será que fiquei a gostar mais do Outono na Polónia? Sinceramente não sei. O Outono é de facto muito bonito, com as árvores pintadas de mil cores. Mas o frio (podemos sempre agasalhar-nos!)... a chuva (para que servem as galochas??)... os dias pequenos (para isto não arranjo solução... só mesmo a companhia de bons amigos!!)... são muuuuito chatos. Quem sabe, pode ser que este ano seja melhor do que nos anteriores!

PS - Uma observação minha: quando estávamos a regressar, começou a choviscar. E a quantidade de gente a passear por lá, a chegar para passear, grupos organizados, pais com bebés de colo,...? Imensos!! Realmente, os cerca de 7ºC e uma chuvinha não metem medo a ninguém. Eu é que, para dizer a verdade, já estava a gelar, mesmo depois de ter tomado um chocolate quente...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Perguntas que não lembram a ninguém (ou pelo menos não deviam)

Volta e meia deparo-me com pessoas que me fazem perguntas que considero verdadeiramente... parvas! Não faço ideia o que elas pensam, mas a verdade é que me irrito sempre um bocado por achá-las tão absurdas (provavelmente quem as faz não acha, mas enfim). Eis alguns exemplos:

- Ah, mas a tua filha sabe falar português?? (os dois pontos de interrogação servem para dar uma ideia do tom de surpresa da pessoa que fala)
- Mas tu falas com eles (os filhos) em português??
- O quê? A T. também tem nacionalidade portuguesa??
- E o teu marido também sabe falar português??

E a cereja em cima do bolo, o diálogo que tive há dias com uma pessoa nossa conhecida:

(a conversa decorria com normalidade sobre o desenvolvimento da T. e chegou à questão da linguagem. Nesse momento eu referi qualquer coisa que deu a entender que eu falava com ela português)
- Você fala com ela em português?
- Sim.
- Mas porquê?
(pequena pausa eu que eu olho para o meu interlocutor, tentando perceber se ele por acaso se esqueceu de quem eu sou)
- Então, porque eu sou portuguesa!
- Sim, eu sei, mas você fala tão bem polaco... (e já não sei se ele disse mesmo ou se só ficou no ar a pergunta "para que é que há-de falar com ela em português?")

Ou seja, acho que por muitos anos que passem nunca vou deixar de me surpreender com as perguntas que me fazem...

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Na escola

Já estamos quase no fim da segunda semana de escola desde o início do ano escolar. Este ano para nós é o último no infantário. Significa isto que a partir de Janeiro vamos ter de começar a pensar em escolas (bem... já começámos a pensar há algum tempo!!), a preencher papéis, a ir a entrevistas, sei lá eu!... Felizmente ainda temos uns meses de tranquilidade antes de nos dedicarmos a isso. A T. está toda contente, pois agora já está no grupo dos mais velhos (que inclui ainda miúdos de 6 anos, porque só agora começam a obrigar a ir para a 1ª classe desde os 6 anos; antes era só a partir dos 7). Hoje lembrei-me, a propósito do material que ela tem de levar para lá, que me disseram que nas escolas tem de se levar calçado para mudar. Quando ouvi isto pela primeira vez fiquei em choque. Andar de pantufas ou algo do estilo na primária?? Mas pelos visto é mesmo assim, o que faz algum sentido se pensarmos, por exemplo, nos meses de neve e na lama que se acumula nos sapatos. Já vejo no infantário nessas alturas como fica o chão da entrada, imagino se toda a gente andasse assim lá dentro. É estranho - admito - ter de levar pantufas para a primária, mas também é compreensível. Estou curiosa para ver a lista de coisas que terão de levar para a escola, aposto que vou ver mais umas que vou achar estranhíssimas. Mas por agora, é melhor aproveitar bem este último ano dela no infantário, ainda tão sem obrigações e sem peso nenhum em cima dos ombros.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Mais um casal luso-polaco

Há dias, os nossos vizinhos de cima receberam a visita de um casal amigo que é o contrário de nós: polaca, casada com português, a viver em Portugal (ela há seis anos). Convidaram-nos simpaticamente para lá irmos conhecê-los. Apesar de, por motivos de força maior, eu ter acabado por ficar lá pouco tempo, a pouca conversa que tivemos foi engraçada. Partilhámos as nossas experiências com o bilinguismo dos filhos (tudo igual!!), com a intervenção do anfitrião, ele próprio bilingue (mãe polaca, pai egípcio). Achei muito curioso ele falar de dificuldades que tinha em criança e que são iguais ao que vejo nos meus filhos. A T. ao princípio quando chegámos ficou muito envergonhada por ver crianças a falar português na Polónia, mas passado algum tempo lá começou a interagir com elas.
E para concluir estas coincidências que juntam tantos "luso-falantes" num mesmo prédio, outra vizinha (divorciada de um brasileiro) perguntou há dias ao S. se poderia ter umas aulas de conversação comigo para treinar o português. Já lhe disse é que tenho de começar a treinar o sotaque brasileiro.

Curioso

Actualmente passam na televisão polaca dois anúncios a carros de marcas diferentes gravados em Lisboa. Um é da Nissan, outro da Skoda. Dá um certo orgulho ver como cá escolhem os cenários de Lisboa para coisas destas.